Ativistas e políticos reagem e marcam atos em defesa do Eixão do Lazer
Abaixo-assinado pela permanência de ambulantes e atrações culturais no Eixão do Lazer circula nas redes desde a ação desse domingo (1º/9)
atualizado
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Ativistas culturais e representantes políticos do Distrito Federal criticaram a operação de fiscalização promovida pela Secretaria de Proteção da Ordem Urbanística (DF Legal) no Eixão do Lazer, nesse domingo (1º/9). A ação causou confusão entre fiscais, comerciantes e artistas locais.
Frequentadores de rodas de choro, espectadores de apresentações de jazz e participantes de outras atividades que ocorrem todos os domingos nos gramados da via reclamaram da força-tarefa, que pegou o público do surpresa e terminou com atrações canceladas.
Um abaixo-assinado pela permanência de ambulantes e das programações na região, iniciado pelo deputado distrital Fábio Felix (PSol) após o episódio, começou a circular pelas mídias sociais. Confira neste link.
“Convidamos você a mobilizar amigos e família em prol da manutenção das praças de alimentação, do lazer e da cultura no Eixão do Lazer. Não vamos aceitar que o governo Ibaneis, inimigo dos trabalhadores e da cultura, nos impeça de ocupar o Eixão. Vai ter luta, resistência e ocupação da cidade”, descreve trecho do documento, que havia angariado milhares de assinaturas até a mais recente atualização desta reportagem.
Ativistas também vão promover um ato para mobilizar a população em defesa do Eixão do Lazer, no próximo domingo (8/9). O evento recebeu o nome de Ocupe o Eixão, e as ações em prol da liberação de atividades dominicais ao longo da estrada incluem mobilizações previstas para ocorrer durante a semana.
Fábio também classificou a operação como “repressão gratuita”. “Bem absurdo, neste momento, que a prioridade do Governo do Distrito Federal seja criminalizar a cultura e perseguir os trabalhadores. O Eixão do Lazer é um espaço fundamental da cultura do DF. Deixo aqui meu repúdio, e vamos atuar com a sociedade civil para que isso não se repita”, completou o parlamentar.
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Outros políticos se manifestaram diante da polêmica. O presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Leandro Grass, por exemplo, informou que fez contato com as autoridades para expor a importância das atividades nesse espaço público e propôs diálogo. “O Eixão é do lazer e é do povo”, enfatizou.
Já a Secretaria de Cultura do Partido dos Trabalhadores no Distrito Federal (PT-DF) divulgou nota de repúdio contra a operação, reiterou o compromisso com a defesa da cultura e dos direitos dos cidadãos, além de salientar que buscará soluções que promovam o lazer e o bem-estar na capital do país.
“Eixão não vai fechar”
Na tarde desse domingo (1º/9), o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), fez uma postagem nas mídias sociais para comentar sobre a continuidade das atividades no Eixão do Lazer. Ele afirmou, ainda, que a ação da DF Legal atendeu a reclamações de moradores da Asa Norte.
“O Eixão do Lazer é uma conquista da população de Brasília, não vai fechar, nem ninguém será impedido de promover as atrações culturais que se tornaram um patrimônio da capital. A ação da DF Legal neste domingo (1º/9) atendeu a reclamações de moradores próximos, tendo sido orientada apenas a organizar o comércio no local, que será mais funcional na medida em que possamos cadastrar e regularizar a atividade”, escreveu Ibaneis.
O governador acrescentou que “nada que retire do Eixão o caráter de espaço de convivência democrática, de criatividade, com liberdade e segurança” será feito.