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Ativistas do Greenpeace detidos por suspeita de crime ambiental

Segundo a PM, a medida foi tomada porque manifestantes levaram troncos de árvores e uma mistura parecida com óleo para a frente do Planalto

atualizado

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1 de 1 Greenpeace-Planalto1 - Foto: Jak Spiers/Metrópoles

Após protesto em frente ao Palácio do Planalto contra o derramamento de óleo no litoral brasileiro, 19 manifestantes do Greenpeace foram levados, na manhã desta quarta-feira (23/10/2019), para a 5ª Delegacia de Polícia (área central). De acordo com o advogado que representa o grupo, Bernardo Fenelon, houve uma condução pacífica por parte da PM, que tomou a medida após suspeitas de crime ambiental. Por volta das 13h, eles foram liberados após assinarem termo circunstanciado.

“Eles disseram que havia possibilidade de crime, ainda não se sabe se seria de trânsito ou ambiental”, explicou o advogado. Dentro da delegacia, os manifestantes exibiram faixas com frases como “Pátria queimada, Brasil”.

“Cerca de 30 ativistas estiveram no local e levaram troncos de árvores e uma mistura (parecida com óleo) para frente do Palácio do Planalto. Os manifestantes foram encaminhados à 5ª DP e poderão responder pela Lei nº 9.0605/98, que dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente”, destacou a PM, por meio de nota.

O advogado rebate: “O Greenpeace já adianta que todo o material que foi levado é orgânico. O óleo utilizado no protesto, por exemplo, é uma receita caseira que leva maisena, tapioca, um corante que dissolve e óleo de amêndoas”.

De acordo com o primeiro-tenente da PM Jordel Bezerra Faleiros, do Comando Metropolitano, não se trata de uma detenção. “A gente teve ordens de conduzir os manifestantes de forma pacífica até a delegacia. Como identificamos uma mistura que se parecia com óleo, e poderia haver intenção de atear fogo no local, conduzimos os manifestantes”, explicou o militar.

Ainda de acordo com Faleiros, se o líquido puder ser retirado do local, não haverá problemas. “Mas se for inflamável, o caso vai ser verificado e a delegacia poderá fazer a qualificação como crime ambiental ou de trânsito”, destacou. A perícia foi acionada para identificar o material.

Tica Minami, 47, diretora de campanhas do Greenpeace Brasil, conta que, durante o ato em frente ao Planalto, três carros foram parados e logo liberados. “Foi uma condução pacífica. Logo no final do protesto, após negociarmos a saída, o grupo fez uma fila indiana para a frente do Congresso Nacional, onde se sentou no gramado. Lá, a Polícia Militar abordou e deu voz de prisão”, ressaltou.

A diretora morou quase 10 anos na Amazônia e fala dos impactos ambientais que tem vindo à tona no país. “O Brasil mal saiu das queimadas e a gente já tá vendo mais um desastre ambiental maior ainda, com essas manchas de óleo que estão afetando mais de 200 praias brasileiras. O protesto foi feito para apontar esses problemas. Eles não têm sido solucionados pelo governo, que no momento está fazendo um tour pela Ásia”, criticou.

A manifestação do Greenpeace foi realizada no começo da manhã desta quarta-feira (22/10/2019) e ocupou duas faixas do Eixo Monumental. O presidente Jair Bolsonaro (PSL) não se encontrava no Planalto, pois está em viagem internacional.

Veja imagens da manifestação:

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“Este é um protesto contra a política antiambiental e de desmonte da proteção e da gestão ambiental no Brasil que vem sendo promovida pelo governo Bolsonaro desde o início do mandato”, explicou Thiago Almeida, porta-voz do movimento para questões sobre clima e energia.

 

O Greenpeace chegou a ser provocado na semana passada pelo ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. Ao mostrar o trabalho de voluntários nas ações de limpeza das praias nordestinas, Salles exibiu um vídeo do porta-voz do movimento, no qual ele cobrava ação das autoridades competentes.

“O Greenpeace ‘explicou’ porque não pode ajudar a limpar as praias do Nordeste…. ahh tá…”, provocou o ministro.


Nesta quarta (23/10/2019), o ministro tuitou:

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