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Ativistas de direita articularam detalhes da invasão à UnB

Denúncia do Midia Ninja mostra plano de ação do grupo que promoveu ato de direita na última sexta-feira

atualizado

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Uma denúncia publicada na página do grupo Midia Ninja mostra que o ataque de ativistas de direita na Universidade de Brasília (UnB) na noite de sexta-feira (17/6) foi premeditado. O texto apresenta trechos de mensagens trocadas, via WhatsApp em um grupo intitulado “Invasão CA Sociologia”, que mostram como a ação deveria ser feita – com o uso de bombas, spray de pimenta e armas de choque (tasers).

Dezoito áudios também detalham o pensamento dos participantes do grupo, assim como o que pretendiam fazer naquela noite. Alguns são mais radicais, como um homem que ameaça: “A parada é meter bala nesses caras. Fazer uma chacina, matar uns 50 tudo de uma vez”.

 

No mesmo tom violento, outro integrante diz que eles não podem chegar de forma pacífica ao campus Darcy Ribeiro. “Eu não vou ser chamado de fascista não, vou pegar logo o primeiro que tiver cabelo grande tacar no chão e tacar um pisão na cabeça. Eu não estou muito na paz ultimamente.”
Outra mensagem de áudio destaca a função do material que eles prometem usar na ação. “Eu tô levando 20 bandeirinhas daquelas de TNT – com Fora Dilma, Fora PT -, mas é só um disfarce. Tô levando sal também. Um punhado de sal para uma galera, que entra na boca, no olho, na respiração.”

O homem faz menção aos protestos feitos na cidade pedindo a saída da presidente afastada Dilma Rousseff (PT). “Vamos deixar bem claro que nós somos os movimentos que colocamos 100 mil na Esplanada e que esse movimento foi só feito secreto, não foi nem divulgado. Se as intimidações continuarem lá dentro, cerceando a liberdade de expressão de seja lá quem for, nós vamos voltar e lançar um megaevento de Ocupe a UnB. Quem tá lá dentro não está sozinho. Tenho certeza de que muita gente vai a aderir quando a gente chegar lá”, diz.

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A troca de mensagens continuou depois da realização do ataque. No grupo, os participantes comentaram a efetividade da ação. “Dos 40 e poucos que disseram que iriam e dos 20 e poucos que foram, estão de parabéns. Essa galera que foi é guerreira, valente, não amarelou. Fizemos o que tínhamos de fazer. Ameaçamos. Eles se intimidaram. Acredito que a intimidação valeu muito a pena. A polícia chegou e ficou ao nosso lado. Isso foi fantástico”, elogia um deles.

Uma mulher faz ressalva à fala de uma das ativistas durante o protesto. Seria uma senhora que chama um aluno de “gay safado parasita”, em vídeo registrado pelos alunos da universidade e divulgado nas redes sociais. “’Kelly, não atende mais telefonema de jornalistas. Vamos soltar uma nota e acabou. Não cita nomes porque senão vai ficar problemático para essa senhora loura que falou essa besteira porque homofobia é crime. Ela responde por isso e nós respondemos juntos por cumplicidade. ”

Segundo o Midia Ninja, o grupo que promoveu o ato é formado por ex-alunos, servidores públicos, profissionais liberais e ativistas conservadores, liberais e da extrema direita. Há também estudantes da UnB.

O Metrópoles tentou contato com integrantes do grupo que promoveu o ato na sexta-feira (17), mas até a publicação desta reportagem não recebeu retorno.

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