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Ativista LGBT é indenizado após sofrer preconceito em ônibus no DF

Estudante Maurício dos Santos Martins sofreu ofensas de motorista e cobrador, em Taguatinga, e vai receber R$ 7 mil de indenização

atualizado

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1 de 1 LGBT-PIXABAY-840×560 - Foto: PIXABAY/AGÊNCIA ESTADO

O que era para ser uma viagem tranquila, de meros 15 minutos, entre o Pistão Sul e a Samdu Norte, em Taguatinga, há três anos, acabou se transformando em um momento único na vida do estudante e assessor parlamentar Maurício dos Santos Martins, 25 anos. Único e revoltante, segundo ele.

Logo após entrar no coletivo da empresa Urbi Mobilidade Urbana, ele foi ofendido pelo motorista e pelo cobrador do veículo por estar vestindo uma camiseta alusiva à Parada LGBT de Santa Maria, cidade onde mora. O caso só foi resolvido agora, na Justiça, com a decisão favorável ao estudante. Após o acordo foi decidido que a empresa deverá pagar R$ 7 mil de indenização. As partes concordaram que a empresa não assumiu culpa pelos fatos narrados no processo.

“O caso se enrolou por três anos. Demorou, mas a justiça foi feita. Estou feliz com o resultado do processo e com a possibilidade de ajudar outras pessoas que passam pelo mesmo problema”, afirmou Maurício, por telefone, ao Metrópoles.

Segundo ele, motorista e cobrador começaram a fazer “comentários jocosos” logo que o estudante entrou no ônibus, antes mesmo de passar pela roleta do coletivo. “Quando identificaram que eu vestia uma camiseta da comunidade LGBT, eles começaram a fazer comentários altos e a apontar para mim”, lembra.

Entre os comentários, de acordo com Maurício, estavam coisas como “Está repreendido em nome de Jesus” e “A mão de Deus vai ainda pesar sobre essa pessoa”, entre outros. “Aí, o cobrador começou a falar um monte de coisa, que aquilo não era certo, que tratava-se de uma aberração, entre outras frases”, conta.

Direitos humanos
O estudante – que, atualmente, preside a OnG Jovens Unidos por Direitos Iguais e Humanos (Judih) e, também, o Fórum de Paradas LGBT do DF – começou a filmar a conversa. “Eles não perceberam que eu estava filmando, fiquei calado o tempo todo. E, em determinado momento, uma passageira disse que eles não poderiam falar aquilo para mim. Eu preferi ficar calado, porque tinha muita gente no ônibus e poderia começar um bate-boca”, explicou o ativista de direitos humanos

“A gente fica muito feliz pela sentença. De certa forma, eles foram punidos. A questão financeira não é tão importante quanto o recado de que as pessoas não podem discriminar as outras. Apesar de a homofobia não ser crime no Brasil é preciso manter o respeito. Quantos pessoas LGBT passam por isso e não sabem o que fazer?”, questiona.

O Metrópoles procurou a assessoria de comunicação da empresa Urbi Mobilidade Urbana, mas não obteve contato até a última atualização da reportagem.

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