metropoles.com

Ativista do DF faz vaquinha para participar de curso em Nova York

Kelly Quirino terá a oportunidade de ir aos Estados Unidos, mas precisa de ajuda para custear tudo

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Material cedido ao Metrópoles
capa22
1 de 1 capa22 - Foto: Material cedido ao Metrópoles

Kelly Quirino, ativista da representatividade negra no Brasil, criou uma vaquinha virtual para conseguir viajar até a Universidade de Columbia, em Nova York, e participar de um curso de liderança para mulheres. De origem humilde, a jornalista espera participar desse encontro não só a fim de poder discutir e aprender mais sobre representatividade feminina, mas também para poder compartilhar tal experiência.

Hoje com 38 anos, Kelly trabalha desde os 14 para poder viabilizar os próprios estudos. Filha de pai alfaiate e mãe doméstica, ela estudou em escolas públicas durante a infância, em São Paulo. “Desde pequena eu tive consciência que precisava estudar para não ter a mesma vida dos meus pais. Gostava muito de ler e tirar boas notas me dava uma satisfação pessoal”, conta.

Com o interesse em aproveitar qualquer chance que tivesse, ela optou por fazer eletrônica no ensino médio-técnico e conseguir logo um emprego. “Estudei em uma sala em que só tinha eu de mulher. Trabalhei como babá para me ajudar nos custos e saí de lá pronta para trabalhar”, lembra.

Kelly, então, passou a trabalhar em empresas de proteção bancária e informática no intuito de custear a faculdade de jornalismo, que era um sonho. “Não tinha condições de pagar uma faculdade particular, então passei alguns anos trabalhando e fazendo cursinho. Trabalhava o dia inteiro e ainda ia estudar das 19h às 23h”.

Três anos depois dessa rotina, ela foi chamada para cursar jornalismo na Unesp (Universidade Estadual Paulista), no campus de Bauru. “A princípio, meus pais não queriam muito que eu morasse no interior, mas eu precisava de ir. Na época eu estava recebendo seguro-desemprego, que me garantiria por uns dois meses, depois eu me virava”, conta a filha mais velha de outros quatro irmãos.

Sem dinheiro para se sustentar sozinha, Kelly se mudou para uma república com uma amiga. “Passei a receber dois auxílios da faculdade que, somados, davam R$ 275. Ainda tinha uma amiga que me enviava mais R$ 100 todo mês, que me ajudava muito.”

Ao se formar, ela teve como tema do trabalho de conclusão de curso o racismo estrutural e suas consequências na cobertura midiática especializada em saúde. Os trabalhos de doutorado e mestrado de Kelly também visaram analisar como a mídia retrata o negro.

O ativismo dela chamou atenção. Em 2013, durante o doutorado, Kelly foi chamada para a Tulane University, em Nova Orleans, para aprofundar o estudo. “Acabei analisando a cobertura de casos em que negros foram mortos violentamente tanto nos Estados Unidos como no Brasil.”

Material cedido ao Metrópoles

O curso
O Columbia Women’s Leadership Network in Brazil é uma série de encontros promovidos no Rio de Janeiro pela Universidade de Columbia.

Os custos, diz a ex-aluna de doutorado da Universidade de Brasília (UnB), giram em torno de R$ 24 mil. “Tenho que comprar as passagens áreas, providenciar hospedagem e pagar a universidade. Infelizmente, não tenho como arcar com tudo”, comenta.

Os amigos dela, portanto, sugeriram que uma vaquinha virtual fosse criada. “Estou muito feliz com o resultado, porque muita gente está se mobilizando. Já arrecadei quase 40% do valor total. Não são só amigos que doam, mas amigos de amigos e por aí vai”, diz

Para ela, participar desse evento é mais do que a participação individual dela, é representatividade. “Sou parte da primeira geração de mulheres negras que têm a oportunidade de fazer essas coisas. É uma ruptura de paradigma. As pessoas olham para mim e veem que é possível uma pessoa comum chegar nesse patamar. Acho que é isso que faz com que haja tanta mobilização”, opina.

Quem quiser saber mais e estiver interessado em ajudar Kelly, basta clicar neste link.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comDistrito Federal

Você quer ficar por dentro das notícias do Distrito Federal e receber notificações em tempo real?