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“Assustador”, conta mulher atingida por motorista bêbado em BMW no Lago Sul

Defesa de Maria Luiza ressalta gravidade do acidente. “Tem aí uma omissão de socorro, direção perigosa e ainda embriaguez”, diz advogado

atualizado

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Arquivo pessoal
acidente lago sul
1 de 1 acidente lago sul - Foto: Arquivo pessoal

Mesmo com fortes medicações, a militar Maria Luiza Silva, de 62 anos, lembra do momento que foi atingida pelo motorista bêbado que conduzia uma BMW no Lago Sul na noite de quinta-feira. “Foi assustador”, recorda.

“Tudo foi muito rápido. O carro estava em altíssima velocidade”, recordou a vítima. Maria Luiza destacou que o socorro foi rápido e lamenta que o aposentado Eurico Cesar dos Santos Tavares tenha fugido do local.

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Carro da vítima foi atingido por volta das 19h30
Maria Luiza estava em um Lifan
Vítima precisou ser levada ao Hospital das Forças Armadas
Acidente de trânsito aconteceu no Lago Sul
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Motorista da BMW confessou que havia bebido

Divulgação/PMDF
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Carro da vítima foi atingido por volta das 19h30

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Maria Luiza estava em um Lifan

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Vítima precisou ser levada ao Hospital das Forças Armadas

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Acidente de trânsito aconteceu no Lago Sul

Arquivo pessoal

Segundo a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), o condutor do veículo de luxo entrou na garagem de uma casa e fechou o portão, mas acabou capturado pelos policiais. Ele se recusou a fazer o teste do bafômetro e foi conduzido a uma delegacia.

“Muito grave o que aconteceu”, ressaltou o advogado Luis Maximiliano Telesca, que defende Maria Luiza. “Tem aí uma omissão de socorro, direção perigosa e ainda embriaguez”.

Telesca reforçou que a vítima vai entrar com processo e pedir danos materiais e imateriais que a vítima tenha sofrido.

Perfil

Maria Luiza Silva é um dos nomes do Distrito Federal a inaugurar a luta contra o preconceito de gênero nas instituições militares. Primeira mulher transexual reconhecida na história das Forças Armadas Brasileiras (FAB), a cabo travou uma extensa batalha para reverter sua aposentadoria, expedida de forma compulsória e precoce.

Em 1997, aos 37 anos, mais de 20 deles dedicados à carreira militar, vários elogios na ficha e nenhuma punição, ela achou que estava na hora de comunicar ao comando sobre o desejo de se assumir transexual e fazer a cirurgia de redesignação sexual. Diante da informação, foi instaurado um processo que envolveu médicos e superiores. Ao final, Maria recebeu o parecer de que era “incapaz, definitivamente, para o serviço militar”.

Ela procurou a Justiça para reaver os direitos. Embora o ingresso de mulheres na FAB tenha ocorrido a partir de 2003, somente sete anos depois foi expedida decisão definitiva a favor de sua reintegração. Porém, já com 49 anos idade, Maria Luiza foi direto para a reserva.

Assim, chegou ao fim o sonho da militar de vestir a farda feminina da corporação. Uma história forte e que inspirou o cineasta Marcelo Díaz a gravar um documentário com o nome de Maria Luiza. A produção foi lançada no ano passado no Festival Internacional de Documentários, principal evento do gênero na América Latina.

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