Assassinos disseram à PCGO que policial penal matou homem e fugiu
De acordo com a Delegacia de Polícia de Águas Lindas, os assassinos mantiveram a convivência com a família da vítima, mesmo após o crime
atualizado
Compartilhar notícia
Além de matar o policial penal de Goiás e empresário José Françualdo Leite Nobrega (foto em destaque), de 36 anos, os assassinos tentaram forjar um álibi, dizendo que a vítima teria praticado um homicídio e fugido.
O servidor público e empreendedor, dono de uma loja de material de construção, estava desaparecido desde 27 de novembro de 2023. Segundo a Polícia Civil de Goiás (PCGO), ele foi assassinado pelos próprios funcionários.
De acordo com a investigação da Delegacia de Polícia de Águas Lindas (GO), os criminosos mantiveram a convivência com a família da vítima, mesmo após o crime. Durante a investigação do desaparecimento, eles prestaram depoimentos com algumas “incompatibilidades” e como álibi afirmaram que José Françualdo estaria vivo.
Segundo a equipe de investigação, os suspeitos tentaram plantar o álibi que o policial penal teria fugido e pedido para deixar todos os negócios com a família, porque teria matado uma pessoa no DF e não queria ser preso. Mas logo na sequência os investigadores flagraram contradições. Até o momento que um fato chamou a atenção da delegacia: um dos suspeitos fugiu.
Segundo a equipe de investigação, após a fuga esse suspeito entrou em contato com a PCGO e relatou como teria ocorrido o crime. Os policiais também conseguiram localizar a pessoa que teria ateado fogo no carro.
O cerco foi se fechando e, na semana passada, os investigadores pediram a prisão de todas as pessoas envolvidas direta e indiretamente no crime.
O caso
O servidor estava desaparecido havia mais de um mês. Ele foi assassinado com quatro tiros: um nas costas e três no peito. O corpo encontrava-se em avançado estado de decomposição.
“Eles estavam dentro da casa dele, já trabalhavam com ele há mais de 10 anos”, disse ao Metrópoles um parente da vítima, que preferiu não ser identificado. “Fazer isso por dinheiro foi uma covardia tremenda“, declarou.
Entre os detidos estão dois funcionários que trabalhavam para o policial penal em uma loja de aluguel de material de construção. Um deles foi identificado como Manelito Lima Júnior, responsável pela parte financeira do estabelecimento gerenciado por Françualdo.
Outro suspeito de ter participação na execução do servidor da segurança pública foi identificado como Daniel Amorim Rosa de Oliveira. A terceira detida é Marinalda Mendes Vieira. Ela não foi presa e responde em liberdade. O papel de cada um no crime bárbaro ainda não foi detalhado pela Polícia Civil de Goiás (PCGO).
O presidente do Sindicato dos Policiais Penais de Goiás, Maxsuell Miranda das Neves, lamentou a notícia. “A categoria está de luto pela morte do nosso irmão. Françualdo era um excelente profissional e muito querido pela tropa. O que fizeram foi uma covardia muito grande, porque ele deu emprego para algumas pessoas e acabou covardemente assassinado por elas.”