Assassino que matou esposa com 32 facadas é condenado a 19 anos de prisão
Crime ocorreu em setembro de 2019, no apartamento do casal, no Riacho Fundo. Agressor chegou a ligar rádio para abafar gritos da vítima
atualizado
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O Tribunal do Júri do Núcleo Bandeirante condenou Wellington de Sousa Lopes (D), 41 anos, a 19 anos e seis meses de prisão por matar a esposa Adriana Maria de Almeida Lopes (E), 29, a facadas, em 2019. O assassino não poderá recorrer em liberdade.
O crime ocorreu na manhã de 29 de setembro de 2019, no apartamento do casal, no Riacho Fundo. Na ocasião, vizinhos ouviram gritos e sons de objetos serem quebrados no imóvel. Depois, o volume alto do rádio abafou a discussão do casal, que morava havia pouco tempo no endereço. Doze horas depois, o corpo de Adriana foi achado, com marcas de 32 facadas.
Os jurados reconheceram a autoria do crime, acataram todas as qualificadoras apresentadas pela acusação e condenaram o réu. A sentença se deu por prática de feminicídio, cometido por motivo torpe e com uso de meio cruel, dentro de ambiente com violência doméstica e familiar.
O magistrado presidente do júri destacou que o réu tem condenação anterior no âmbito da Lei Maria da Penha e ressaltou as consequências do feminicídio, pois a vítima e o acusado tinham um filho de 4 anos.
“A vítima deixa filho pequeno, que será privado de assistência financeira e afetiva, agravada pela ausência do pai e pelas graves consequências psicológicas que se sabem sofrerem os órfãos do feminicídio, como é o caso em análise”, declarou o juiz.
Relembre o caso
Imagens do circuito de segurança do prédio registraram o momento em que Wellington e Adriana Maria chegaram em casa, na sexta-feira anterior ao crime. Os dois pareciam tranquilos. O suspeito saiu de casa por volta das 9h de domingo (29/09/2019), aparentemente apressado e com um saco preto sobre as costas.
Testemunhas afirmaram que o casal vivia em regime de união estável. “Eu conhecia os dois de vista. A gente se cumprimentava. A primeira briga que escutei foi ontem [domingo]. Eram vários gritos, mas não consegui ouvir as palavras. Tinha, também, barulho de coisas quebrando. Depois, colocaram um som muito alto, e pensei que estava tudo bem. Veio um silêncio em relação à discussão. O som ficou ligado na rádio o dia todo, bem alto, o que causou o estranhamento”, relatou uma vizinha que morava no prédio, entrevistada pelo Metrópoles, à época do crime.
Antes de ser assassinada, Adriana Maria chegou a pedir medidas protetivas contra o companheiro, mas retirou a solicitação. O relacionamento dos dois era conturbado, segundo parentes, sobretudo porque o acusado tinha ciúmes da parceira.aG