Assassino de filha de PM do DF confessa crime: “Perdi a cabeça”; vídeo
O suspeito foi preso pela Polícia Militar de Goiás em Formosa. Logo após prisão, o assassino contou detalhes do crime
atualizado
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Assassino confesso de Samira Alves Lima (foto abaixo), de 36 anos, Gilmarcos de Oliveira Coutinho (foto em destaque), 23, disse aos policiais que matou a mulher com golpes de faca após uma discussão. “Acabei com a minha vida”, afirmou.
Filha de um policial militar da reserva do Distrito Federal, a vítima foi assassinada na casa dela, no Jardim Ingá, distrito de Luziânia (GO), Entorno do DF.
A Polícia Militar do Estado de Goiás (PMGO) prendeu Gilmarcos na noite de quarta-feira (27/11).
A confissão foi gravada. Veja:
“Eu acabei pegando uma faca na cozinha e estocando mais de sete facadas nela. Deixei a vítima jogada em um corredor, peguei a chave do carro e fugi”, afirmou Gilmarcos.
O suspeito contou que ambos teriam o costume de consumir drogas. “Aí teve um dia que ela quis pagar de doida para mim”, contou. Segundo Gilmarcos, houve uma discussão. “Perdi a cabeça na hora, com sangue quente”, afirmou.
O suspeito declarou que, após ter esfaqueado a vítima, fugiu para Brasília. Ele declarou que teria sido perseguido por um carro desconhecido.
“Eu bati com o carro no meio-fio. Estourou o pneu. Eu desci do carro e eu dei fuga”, comentou.
Prisão
Militares do 2º Batalhão de Choque da PMGO encontraram Gilmarcos em Formosa (GO), também no Entorno, e o levaram à Polícia Civil do município. Horas depois, o suspeito foi transferido para a 1ª Delegacia de Polícia de Luziânia, onde o boletim de ocorrência foi registrado.
O suspeito já tinha passagem por diversos roubos, crimes contra o patrimônio e é apontado por atuar no tráfico de drogas na região do Jardim Ingá.
Veja fotos de Samira:
Gilmarcos se preparava para fugir para outro estado quando foi flagrado pelos militares do 2º Batalhão de Choque e tentou mentir a identidade. Confrontado, assumiu o verdadeiro nome e confessou que matou Samira Alves a facadas. A motivação, segundo informações preliminares, teria ligação com o tráfico de drogas.
Até a última atualização desta reportagem, o suspeito encontrava-se na 1ª Delegacia de Polícia Civil de Luziânia, onde prestava depoimento. Segundo a Polícia Civil de Goiás (PCGO), o suspeito está preso em flagrante e segue detido até a audiência de custódia, à disposição do Poder Judiciário.
O crime
Samira foi dada como desaparecida no último sábado (23/11), quando carro dela foi localizado no Lago Norte, próximo ao setor Taquari. Pelas redes sociais, algumas pessoas chegaram a pedir ajuda para encontrá-la. O corpo da mulher foi localizado dentro do apartamento onde ela morava, no Jardim Ingá, na tarde de segunda-feira (25/11), depois de quatro dias sem dar notícias aos familiares e amigos. Ela deixa três filhos adolescentes, de 12, 15 e 16 anos.
Ex-namorado de Samira, o empresário Rogério França, 43, lembra-se carinhosamente da mulher. “Não tinha pessoa melhor para se conviver”, relata ao Metrópoles. Foi ele quem encontrou o corpo da vítima, após o pai dela, o sargento reformado da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) Aluízio Lima, pedir que ele fosse ao apartamento.
Rogério conta que conhecia Samira há 11 anos. Ele é proprietário de um hotel no centro de Cristalina (GO), e a mulher trabalhava em um correspondente bancário próximo à época.
Samira se mudou da região e voltou no ano passado para trabalhar no escritório de um supermercado. Ela se aproximou de Rogério nesse período e, em junho de 2023, os dois engataram um namoro que durou pouco mais de um ano.
“Nós moramos juntos até dezembro de 2023. Depois, ela foi morar sozinha, mas nós continuamos namorando, passamos o Réveillon juntos. Em seguida, tivemos idas e vindas por conta de viagens e problemas familiares de saúde, e terminamos definitivamente em julho. Mas foi uma relação tranquila, nós nunca brigamos”, comenta o empresário.
O ex-companheiro define Samira como uma pessoa bastante sociável. “Era o tipo de pessoa que todo mundo gostava de ser amigo. Não tinha pessoa melhor para se conviver”, afirma Rogério.
O homem conta que, no último ano, Samira conviveu com um quadro de depressão. “Ela tomava muito remédio controlado, misturava com bebida alcoólica”, lamenta.
“Ela se medicava por conta própria, não ia ao médico. Certa vez, eu até discuti com o pessoal da farmácia onde ela comprava os medicamentos. Falei: ‘Como é que vocês vendem esse tanto de remédio sem receita?!'”, relembra Rogério.
Ele alega que, em junho, levou Samira ao Centro de Atenção Psicossocial (Caps) de Cristalina, mas, semanas depois, o casal deu fim à relação.
Pai de Samira fez contato com o ex dela
“Acordei nessa segunda-feira com o pai dela falando do desaparecimento e pedindo para eu registrar um boletim de ocorrência”, conta. O pai de Samira mora atualmente em Luís Correia, no Piauí.
Após a ligação do ex-sogro, Rogério conta que decidiu ir a Luziânia, pois sabia que Samira estava morando por lá. “Fui à casa dos filhos dela, que hoje moram com a avó paterna, e chamei a filha dela para ir comigo, porque ela saberia o endereço exato da mãe.”
Chegando ao Jardim Ingá, Rogério e a filha de Samira foram ao endereço da mãe, mas descobriram que Samira havia se mudado há cerca de uma semana para um apartamento próximo.
Uma amiga de Samira, então, teria passado o novo endereço, e Rogério teria ido até a residência da ex, na tarde dessa segunda-feira (25/11). Quando chegou ao apartamento, o ex-namorado encontrou a porta fechada e o “som muito alto”.
Rogério disse ainda, que, como ninguém abriu a porta, resolveu entrar pela janela e encontrou a vítima já sem vida.