Às vésperas de julgamento, Adriana Villela diz: “Amava meus pais”
Acusada de ser a mandante do triplo assassinato ocorrido em 2009 e chamado de crime da 113, ela divulgou gravação sobre o assunto
atualizado
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Acusada de mandar matar os pais em 2009 e com julgamento marcado para a próxima segunda-feira (23/09/2019), Adriana Villela chegou a Brasília e gravou um vídeo pedindo ajuda aos amigos. No Facebook, disse enfrentar o que chama de “situação mais desafiadora de sua vida”.
Na gravação, a arquiteta lembra que seus pais foram assassinados há 10 anos e caracteriza o crime como latrocínio. A ré, que será julgada no Tribunal do Júri de Brasília, a partir das 9h, ainda chamou a atuação da Polícia Civil do DF de “atabalhoada e desastrada”. “Eu não tinha interesse algum em me livrar dos meus pais, que tanto me apoiavam, que me ajudavam e que eu amava”, ressaltou.
Adriana é acusada de ser a mandante do assassinato dos pais, o ministro aposentado do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) José Guilherme Villela e a advogada Maria Villela. A funcionária da casa, Francisca Nascimento Silva, também foi executada. Eles foram mortos a facadas — 73 no total —, em agosto de 2009, no caso que ficou conhecido como o crime da 113 Sul.
Hoje moradora do Rio de Janeiro, Adriana diz ter voltado à sua terra natal para “enfrentar e transformar, trazendo luz”. Com a voz embargada, ela fez rara aparição falando do crime e gravou o vídeo em frente à Igreja Nossa Senhora de Fátima, localizada na 307/308 Sul.
Veja:
Julgamento mantido
Na noite desta sexta-feira (20/09/2019), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes manteve o julgamento de Adriana, marcado para a próxima segunda, no Tribunal do Júri de Brasília. Gilmar Mendes negou todos os pedidos feitos em habeas corpus pela defesa, que solicitou a suspensão da sessão até nova análise de laudos das digitais na cena do crime.
Em 12 de setembro, o ministro Luís Roberto Barroso havia acatado parcialmente o pedido dos defensores da ré e determinado ao presidente do Tribunal do Júri que esclarecesse ao Conselho de Sentença que o laudo nº 15.000 foi subscrito por sete técnicos papiloscopistas que, de acordo com os advogados, não são considerados peritos oficiais, o que colocaria, na visão deles, o caso em xeque. Baseado nisso, o criminalista Antônio de Almeida Castro, o Kakay, defensor de Adriana, pediu que o julgamento ocorresse somente após realização de novo laudo papiloscópico.