Arte, fé e celebração: Via-Sacra do Morro da Capelinha emociona fiéis
Mais de 100 mil pessoas passaram pela tradicional Via-Sacra. A 51ª edição reuniu cerca de 1,4 mil voluntários, sendo 1.100 só de atores
atualizado
Compartilhar notícia
Palmas, gritos de celebração e lágrimas marcaram a Via-Sacra no Morro da Capelinha, em Planaltina, no Distrito Federal. O público presente se emocionou com a cena da ressurreição de Jesus Cristo. A estimativa é que mais de 100 mil pessoas tenham assistido ao evento.
A tradicional Via-Sacra que vai além dos limites do Distrito Federal chegou à sua 51ª edição reunindo cerca de 1,4 mil voluntários, sendo 1.100 só de atores e figurantes, e ainda 300 membros da equipe técnica.
O público se deparou com momentos de fé promovidos pelo Grupo Via-Sacra.
Confira imagens da encenação da Paixão de Cristo:
Diferentemente de outras edições, a deste ano ocorreu em um dia ensolarado e sem chuva.
A programação começou às 14h30, com a Celebração da Santa Cruz, presidida pelo cardeal Paulo Cezar Costa, arcebispo de Brasília. Logo em seguida, os fiéis desceram o Morro da Capelinha para acompanhar o início da encenação da Paixão de Cristo, que começou pouco depois das 16h30.
Neste ano, o ator Rafael Moreira estreia no papel de Jesus. Ele substitui Marcelo Ramos, que atuou por 10 anos como Cristo.
A mudança em si já gerou grandes expectativas nos integrantes do grupo. Em 2011, Moreira participou da encenação na Via Sacra das Crianças, na mesma função.
Por volta das 20h, após o intervalo com as atrações musicais, a encenação recomeçou. Os atos seguintes narraram a passagem da ressurreição.
O momento final da encenação da Paixão de Cristo, que serviu para consagrar o trabalho de todos os profissionais envolvidos, o ator de Jesus Cristo foi alçado em uma pomba branca iluminada, com música cristã tocando ao fundo. Em seguida, houve fogos e confetes lançados sobre o Morro da Capelinha.
Veja como foi a Via-Sacra:
Casais e famílias reunidas
Antônio Ferreira, de 76 anos, nasceu em Minas Gerais, mas já vive em Brasília há mais de 30 anos. Apesar de sempre ter ouvido falar da Via-Sacra no Morro da Capelinha, este ano é a primeira participação dele no evento.
“Achei gratificante vir aqui hoje, vale a pena. Eu sempre ouvir falar daqui porque sou bastante católico”, afirma o homem. De acordo com Antônio, se a saúde deixar, ele deve voltar e acompanhar a celebração nos próximos anos.
O evento na Sexta-feira da Paixão reuniu o casal Mikhail Almeida, 34, e Luciana Almeida, 33. É o segundo ano que participam e, como ficaram encantados da última vez, decidiram trazer toda a família.
“Este ano o sol foi um pouco mais difícil. Normalmente sempre chove ou fica nublado. Com o sol foi um pouquinho mais complicado, mas foi bonito igual”, conta Luciana.
A mulher ressalta a importância do feriado de Páscoa para a sua relação com a religião católica: “Assim, às vezes, ler a Bíblia parece tão difícil, mas às vezes você vem numa encenação, é muito mais real, você consegue ver o que de fato aconteceu e toda a história. Então eu acho que é válido ter esses eventos e apoio que continue tendo”.
O marido concordou e, para ele, o momento mais emocionante de hoje foi a cena da ressurreição de Cristo. “A gente se emociona em vários momentos, mas a ressurreição e o momento da crucificação também são os momentos que mais emocionam para mim. […] Se depender da gente, estaremos aqui ano que vem”, conta Mikhail.
Investimentos e preparativos
O Governo do Distrito Federal (GDF) investiu R$ 1,6 milhão para a realização do evento, que conta com o apoio logístico de diversos órgãos como a Caesb, que vai garantir o fornecimento de 26 mil litros de água potável para público e atores que participam da encenação.
O secretário de Turismo, Cristiano Araújo, destacou que o evento fortalece a economia local, além de ser um marco cultural. “A via-sacra já é um evento consolidado no Turismo Religioso de Brasília, e a cada ano percebemos que os fieis e a população de Planaltina se empenham para que a festa seja um sucesso”, afirmou.
O administrador regional de Planaltina, Wesley Fonseca, avalia que mais de 100 mil pessoas participaram da encenação. “Colocamos as máquinas da administração para preparar o caminho dos artistas, das pessoas que estão trabalhando e da população. Então, teve todo um aparato do governo para que esse evento fosse cada vez melhor e se tornasse um dos eventos de maior público a céu aberto em uma única apresentação no Brasil”, disse.
*Com informações da Agência Brasília