Área destruída no Parque Nacional equivale a 980 campos de futebol
Somando a área dentro e fora do Parque Nacional de Brasília, o incêndio pode ter chegado a 1,2 mil hectares
atualizado
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O incêndio que assola o Parque Nacional de Brasília desde domingo (15/9) chegou a atingir 700 hectares da reserva. Considerando a área atingida nas imediações, ou seja, fora do parque, o total se aproxima dos 1,2 mil hectares.
A informação foi confirmada pelo chefe substituto da reserva ecológica, Grahal Benatti, em coletiva de imprensa, na manhã desta segunda-feira (16/9). “Pelo cálculo que fizemos das imagens de satélite, avaliamos a área queimada até o momento. O número de 1,2 mil hectares pode incluir a área atingida também fora do parque”, destacou.
Durante a manhã, o Corpo de Bombeiros realizou sobrevoos com drones e aeronaves para monitoramento e identificação de possíveis novos focos de incêndio no parque. “Foram identificados alguns pontos quentes, porém, de material orgânico ainda queimando dentro da área atingida, provocando grande quantidade de fumaça”, informou, em nota.
Pelo menos 50 bombeiros militares, além de equipes do Instituto Chico Mendes (ICMBio), do Instituto Brasília Ambiental (Ibram), e do próprio Parque Nacional, atuam no combate ao incêndio. Em reunião realizada entre os integrantes do GDF, foi definido que mais 1,5 mil bombeiros serão mobilizados para auxiliarem no combate de incêndios florestais na capital federal.
O Exército também vai ajudar os militares do CBMDF no combate às queimadas que atingem o Parque Nacional de Brasília desde domingo (15/9). A Polícia Federal (PF) vai investigar a origem do incêndio.
Poluição do ar
Tomado por fumaça e névoa seca, o DF amargou graves níveis de poluição. Segundo plataformas de monitoramento, a qualidade do ar chegou a patamares absolutamente insalubres. A fumaça cobriu grande parte do Distrito Federal e a qualidade do ar chegou a um nível “péssimo” e “perigoso”.
Para o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), a suspeita é de ação criminosa. Na avaliação do coordenador de manejo integrado do fogo do ICMBio, João Morita, o incêndio começou próximo à Granja do Torto, na área da Companhia Ambiental de Saneamento do Distrito Federal (Caesb).
“A suspeita é que foi um incêndio criminoso mesmo. Alguém colocou de forma proposital”, afirmou o gestor público. As chamas atingiram a reserva ambiental de forma agressiva. “O incêndio teve uma propagação muito rápida, muito violenta, muito intensa”, afirmou Morita.
O Ibram compartilha da mesma suspeita. “O que está causando esse cenário são os incêndios criminosos, que ocorreram no dia de ontem na nossa capital”, comentou a instituição, em nota enviada ao Metrópoles.
A fumaça alcançou uma área extensa, o que contribuiu para a diminuição da qualidade do ar na capital do país. Nesta manhã, o site de monitoramento desse cenário em tempo real da empresa suíça IQAir apontava o cenário no Distrito Federal como moderado, devido à concentração de micropartículas na atmosfera.
Ainda segundo o IQAir, a concentração de poluentes prejudiciais é cinco vezes maior do que o valor de referência anual para a qualidade do ar definido pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A exposição às partículas finas presente no ar pode causar, inclusive, consequências a curto e a longo prazo em caso de inalação.
Veja imagens da manhã desta segunda-feira (16/9):
Outro site de acompanhamento da situação da qualidade do ar, o AQICN.org mostrou que a situação do ar, às 8h30, chegou aos níveis de “não saudável para grupos sensíveis” e “perigoso”, com possibilidade de gerar efeitos mais graves para a saúde de toda a população.
Confira:
As principais recomendações nesse caso são: evitar atividades físicas ao ar livre – especialmente idosos, crianças e pessoas com comorbidades; manter janelas e portas fechadas, para evitar a entrada do ar poluído; usar máscaras do tipo PFF2, PFF3 ou N95 em ambientes externos; manter-se hidratado; e usar umidificadores e/ou, se possível, purificadores de ar.