“Aqui no DF eu sigo o Plano Nacional de Imunização”, diz Ibaneis sobre não comprar vacina russa
O governador do DF acredita que imunização é distribuída de forma racional pelo governo e que não deverá ocorrer corrida entre os estados
atualizado
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Durante visita, na manhã desta segunda-feira (25/1), à fábrica Bthek Biotecnologia, no Polo de Desenvolvimento JK, em Santa Maria, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), disse que o governo local não pretende comprar a vacina russa após eventual autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
“Aqui no DF eu sigo o Plano Nacional de Imunização, e tem dado certo. As vacinas que têm chegado têm sido distribuídas de forma racional pelo Ministério da Saúde, o ministro Pazuello tem feito essa distribuição de forma proporcional. Então, eu acredito que não deva se instalar uma corrida entre os estados para a compra da vacina. Nós temos de ter a vacina em quantidade para toda a população brasileira, porque, senão, nós não vamos conseguir atingir o que nós todos pretendemos, que é a imunização da população como um todo, diminuindo essa doença em todo o país”, declarou o governador.
Questionado se o GDF dependerá do governo federal, mesmo com os problemas ocorridos em relação à aquisição dos imunizantes e à demora no início do processo de vacinação, Ibaneis disse que “eu não tenho visto essa demora (do governo federal)”. “Eu não consigo ainda elevar isso a um nível de crítica no que diz respeito ao trabalho do Ministério da Saúde”, ressaltou.
“Eu tenho visto muita reclamação de alguns, mas o que tenho visto é que as vacinas têm chegado e têm sido distribuídas de forma imediata. Nós temos de levar em consideração as condições do nosso país, que é um país de território continental e tem as dificuldades na distribuição. Mas, aqui para nós (no DF), a partir do momento que a vacina chegou ao Brasil, ela tem chegado num prazo de 24 horas, no máximo 48 horas”, destacou.
Visita à fabrica no DF
No Bthek Biotecnologia, é produzido o IFA (ingrediente farmacêutico ativo) da vacina russa Sputnik V. A fábrica pertence ao grupo farmacêutico União Química, que se associou ao Fundo Russo de Investimento Direto (RDIF) para a produção do imunizante contra a Covid-19. A fabricação ainda ocorre para fins de teste-piloto, não em escala industrial e comercial.
Além de Ibaneis, também participou da comitiva do GDF nesta manhã o secretário de Saúde do DF, Osnei Okumoto. O CEO da União Química, Fernando Marques, e o diretor de Negócios Internacionais, Rogério Rosso, estiveram na ocasião, além do embaixador da Rússia no Brasil, Sergey Akopov.
Sobre a visita à fábrica, Ibaneis revelou que saiu “impressionado com o que viu”. “Deixa-nos muito felizes, porque estamos mesmo precisando imunizar a nossa população. A previsão dessa fabricação é de 8 milhões [mensais] de doses a partir de março, abril, o que vai acelerar muito o cronograma de vacinação pelo Brasil”, comentou.
Além do governador, o embaixador da Rússia no Brasil, Sergey Akopov, também elogiou a produção na unidade: “iniciativa fantástica”. “O Fundo Soberano Russo, quando escolheu o Brasil como um dos locais para produzir a vacina Sputnik V, partiu do princípio que é o único país da América Latina capaz industrialmente de produzi-la. É uma produção de altíssima tecnologia e acho que essa escolha foi bem correta”, declarou.
Autorização da Anvisa
Segundo Fernando Marques, o grupo espera receber ainda nesta semana a autorização da Anvisa para a fase 3 dos testes, que comprova a eficácia em humanos. “O nosso pessoal da área regulatória está tendo reuniões praticamente diárias com a Anvisa, para atender a todos os requisitos necessários para a liberação do uso emergencial, uma vez que Rússia nos disponibilizou 10 milhões de vacinas para serem embarcadas dentro do primeiro trimestre”, disse.
De acordo com o presidente da União Química, após uma eventual aprovação da Anvisa, as vacinas serão fabricadas com o objetivo de atender não só ao Brasil, como também à América Latina.
“Os requisitos para o registro definitivo da Sputnik no Brasil nós também estamos tratando junto à Anvisa, e estamos aguardando a aprovação da fase três para começar de imediato. Assim que aprovada, a gente passa a ter o registro definitivo, e passamos a produzir direto a Sputnik para atender ao mercado brasileiro e ao da América Latina”, detalhou.
Teste-piloto
Fernando explicou ainda que, o projeto piloto que é produzido na fábrica Bthek Biotecnologia deve ficar pronto até o início de fevereiro para, em seguida, ser encaminhado ao instituto Gamaleya, desenvolvedor da vacina na Rússia, “para aprovação” deles.
“Aí, sim, será submetido à Anvisa para começar o processo industrial, com a validação, com todos os requisitos necessários para fins de certificação de boas práticas e de obter o registro definitivo do produto”, assinalou.