Aposentadorias na Secretaria de Educação do DF aumentam 18% em 3 anos
Com isso, pasta registra mais servidores na inatividade do que na ativa. Dos 66 mil profissionais, 31 mil já estão fora das escolas
atualizado
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Aposentadorias na Secretaria de Educação do Distrito Federal tiveram crescimento de 18,4% ao longo dos últimos três anos. O incremento fez com que o número de servidores públicos inativos superasse o total de ativos na pasta. Segundo o Painel Estatístico de Pessoal do DF, na terça-feira (26/7), o quadro de pessoal no órgão era de 66.430 – desses, 31.447 já gozam o período de descanso e 31.240 permanecem trabalhando em escolas e outros serviços da rede pública de ensino.
Entre 2019 e 2022, a quantidade de inativos saltou de 26.558 para 31.447 na Educação do DF. Ou seja, aumento de 4.889 pessoas. No mesmo corte, o total de ativos encolheu de 36.341 para 31.240. A redução foi de 5.101 – ou seja, 14,1%.
De acordo com o painel, o aumento dos inativos é acompanhado pelo crescimento dos contratos temporários. No período, o total partiu de 10.698 para 13.584, configurando alta de 26,9%.
A proporção de inativos cresce no Governo do Distrito Federal (GDF). No recorte temporal, de um lado, o total de ativos teve retração de 110.631 para 108.378. Do outro lado, o número de inativos avançou de 50.529 para 57.482.
Alerta
Segundo o economista César Bergo, que também é membro do Conselho Regional de Economia (Corecon-DF) e professor de mercado financeiro da Universidade Brasília (UnB), o aumento dos inativos deve ser tratado como um alerta. Para o especialista, a queda do quadro de servidores na ativa é consequência da falta de concursos públicos para a reposição do quadro.
Bergo destaca ainda a ausência de ações no sentido de assegurar um ambiente de trabalho saudável para os educadores. “Na Educação, a gente quer qualidade e crianças matriculadas. Infelizmente, no DF, gasta-se muito com pessoal e pouco com estrutura”, pontuou.
Temporários
O aumento da proporção do inativos também preocupa o diretor do Sindicato dos Professores do DF (Sinpro-DF) Samuel Fernandes. “É grave”, resumiu. Para o sindicalista, o governo deveria repor as vagas abertas pelas aposentadorias com concursados.
“Infelizmente, hoje, nós temos mais de 13 mil contratos temporários. Pelo menos 50% dessas vagas deveriam estar sendo ocupadas por professores concursados. O professor temporário é fundamental dentro da rede pública, mas para fazer as substituições necessárias”, criticou.
Para a presidente da Comissão de Educação, Saúde e Cultura (CESC) da Câmara Legislativa (CLDF), deputada distrital Arlete Sampaio (PT), o envelhecimento da categoria é natural, mas a reposição de servidores não está seguindo a proporção adequada.
“Também temos que ter a preocupação de assegurar aos aposentados todos os seus direitos”, acrescentou a parlamentar.
Outro lado
Segundo o GDF, entre 2018 e 2022, foram nomeados 29.881 servidores. Desse total, 6.152 são da Educação. No mesmo período, 14.350 se aposentaram – entre eles, 8.591 que estavam nos quadros da Educação.
Sobre as contratações de temporários, a Secretaria de Educação pontuou que foi publicado o Edital nº 31, em 30 de julho, para provimento de vagas efetivas para nomeações imediatas após a homologação do concurso.