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Após vistoria, Conselho de Medicina ameaça fechar hospital no DF

HRG opera apenas com um terço do número necessário de médicos, isso causa sobrecarga aos servidores e compromete atendimento à população

atualizado

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HRG
1 de 1 HRG - Foto: Material cedido ao Metrópoles

Após denúncias de falta de médicos e de “mortes evitáveis” de pacientes, o Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal (CRM-DF) fez uma diligência no Hospital Regional do Gama (HRG), nessa segunda-feira (16/08). A instituição comprovou o déficit crítico de profissionais e tomou uma decisão: se a Secretaria de Saúde não resolver o problema com celeridade irá interditar o hospital.

A diligência teve como foco a unidade de pronto socorro de atendimento do hospital. Segundo o presidente do CRM-DF, Farid Buitrago, a Secretaria de Saúde será notificada e terá um tempo prudencial para sanar as falhas. “Caso essas medidas não sejam implementadas de forma adequada a unidade corre o risco de ser interditada, prejudicando ainda mais a população”, alertou o dirigente.

O HRG enfrenta problemas estruturais. “A principal falha, o principal ponto é a falta de recursos humanos para o atendimento adequado à população. Nesse momento, os profissionais médicos estão com um terço dos profissionais que precisam para atender adequadamente a população. Isso leva a uma sobrecarga de trabalho e a um atendimento deficiente dos pacientes e filas enormes de espera no atendimento”, denunciou Buitrago.

Veja o resultado da diligência do CRM no HRG:

Segundo o presidente do CRM-DF, o governo tem conhecimento do problema há três meses. “Então já um tempo que a Secretaria de Saúde sabe desse problema e não foi tomada nenhum tipo de solução”, pontuou. Durante a fiscalização, não foi identificada falta de insumos para os profissionais de saúde no atendimento da população.

Mortes evitáveis

O diretor do HRG, Renato de Almeida Lima, foi exonerado, a pedido, na sexta-feira (13/8). Guilherme Augusto Guerra Avelar assumiu a gestão da unidade.

O Sindicato dos Médicos do Distrito Federal (SindMédico-DF) solicitou ao CRM a interdição ética do HRG. A entidade flagrou turnos de plantão sem clínicos e pacientes esperam dias por atendimento.

“Ficou confirmada a situação caótica daquele hospital, inclusive com ocorrência de óbitos evitáveis”, alertou o presidente do SindMédico, Guttemberg Fialho.

Em 3 de agosto, o próprio corpo clínico enviou um ofício com o alerta sobre o caos na unidade para a Secretaria de Saúde. O documento foi noticiado pela Coluna Grande Angular.

O texto revelou casos de desvio de função, falta de insumos para o pronto socorro no auge da pandemia de Covid-19 e superlotação de mais de 200% na sala vermelha, destinada a casos graves e com risco iminente de morte.

Brazlândia

Por falta de profissionais de enfermeiros, o Conselho Regional de Enfermagem do Distrito Federal (Coren-DF) decidiu interditar o Hospital Regional de Brazlândia, a partir de quarta-feira (18/08).

Segundo o Coren-DF, a ausência de enfermeiros é uma prática ilegal do exercício da profissão e representa um risco aos pacientes.

Nessa segunda-feira (16/08), membros do conselho participaram de uma reunião com a Secretaria de Saúde sobre a questão. O governo tenta reverter a interdição.

Outro lado

O Metrópoles entrou em contato com a Secretaria de Saúde do DF sobre a situação no HRG. Por nota, a Secretaria de Saúde informou que está adotando as providências para sanar os problemas na unidade. A pasta alegou que lançou nesta terça-feira (17/08) um edital de emergência para reforçar o quadro de médicos no hospital.

Leia a nota completa:

A direção do Hospital Regional do Gama informa que já está em andamento a manutenção predial no HRG, para correção de falhas estruturais. Na emergência, a quantidade de leitos foi reduzida, com maior distanciamento entre as camas, para facilitar o acesso do profissional ao paciente. Ainda na emergência, doentes que ficavam internados no pronto-socorro foram transferidos para a enfermaria da clínica médica e o box da emergência, um dos pontos mais críticos, será ampliado.

Também como parte das reformas, a sala de eletroencefalograma foi recuperada, assim como o posto 1 do pronto-socorro. Foi iniciada a reforma do posto 2, além da revitalização do telhado e adequação da Central de Material Esterilizado para instalação das autoclaves.

Outra medida já adotada pela Secretaria de Saúde, diz respeito à contratação de médicos. Está publicado no Diário Oficial do DF de hoje edital do processo seletivo simplificado emergencial para contratação de médicos na especialidade de Clínica Médica, que serão distribuídos na rede pública, incluindo o HRG.

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