Após uma semana parados, professores do DF decidem manter greve
Em assembleia na manhã desta quinta-feira (11/5), professores definiram cronograma da paralisação e decidiram continuar o movimento grevista
atualizado
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Educadores da rede pública de ensino do Distrito Federal reuniram-se em assembleia, na manhã desta quinta-feira (11/5), em frente ao Eixo Cultural Ibero-Americano — antiga Funarte —, e votaram pela manutenção da greve.
Durante o encontro, o Sindicato dos Professores no Distrito Federal (Sinpro-DF) tratou da campanha salarial de 2023, com reestruturação da carreira, e do cronograma da paralisação, que completa oito dias.
Os professores debateram, também, as negociações com o Governo do Distrito Federal (GDF). Nessa quarta (10/5), o Executivo local se reuniu com representantes da categoria, mas não houve acordo. Um novo encontro ocorre na próxima quarta-feira (17/5).
O GDF se comprometeu a avaliar o impacto da reestruturação cobrada pela categoria no Orçamento. A expectativa é que, na próxima reunião, o Executivo local apresente uma proposta à categoria. Os professores farão nova uma assembleia para discutir o assunto, na próxima quinta-feira (18/5).
“O governo precisa apresentar uma proposta dentro da reestruturação do plano de carreira. Só com uma proposta que atenda nossa categoria vamos acabar com a greve”, declarou Samuel Fernandes, diretor do Sinpro-DF.
Negociações
O governador Ibaneis Rocha (MDB) afirmou nesta quarta-feira (10/5) que aguarda uma nova negociação para encerrar a greve dos professores da rede pública no Distrito Federal.
“As crianças estão sofrendo, a população está sofrendo muito. A gente espera que haja diálogo, que possamos chegar a um denominador comum e acabar com essa greve, trazendo alguns benefícios, se for necessário, para os professores”, declarou.
O atual chefe do Executivo local ressaltou que o governo “sempre esteve de portas abertas” e que fará “tudo o que for possível” pela categoria.
Horas depois, na reunião de representantes do GDF e do Sinpro-DF, a Secretaria de Educação do Distrito Federal (SEDF) recebeu uma lista com 10 pautas ligadas à reestruturação salarial e a melhorias na carreira.
As demandas estão sob análise do Executivo local, que tenta convencer a categoria a retomar as atividades. “São questões que eles vinham trazendo nas conversas conosco. Vamos ver onde podemos avançar. E continuamos com o propósito de sensibilizar os professores a retomar as aulas. As negociações vão continuar”, declarou a chefe da pasta, Hélvia Paranaguá.
Decisão judicial
Na assembleia, os professores também votaram pela manutenção do cronograma de paralisação, que, a princípio, deve seguir até 18 de maio.
No dia do início da greve, na quinta-feira (4/5), o governador Ibaneis Rocha (MDB) determinou que a Procuradoria-Geral do Distrito Federal (PGDF) entrasse na Justiça contra o movimento.
Três dias depois, o sindicato recebeu notificação judicial com exigência pelo fim do movimento paredista no dia seguinte, sob pena de multa diária de R$ 300 mil. Contudo, o departamento jurídico do Sinpro-DF entrou com recurso e manteve a greve. O processo ainda tramita na Justiça.