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Após ser sedado e esfaqueado, vigilante foi esquartejado vivo

Polícia Civil concluiu o inquérito e indiciou casal por homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver

atualizado

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Vigilante-esquartejado
1 de 1 Vigilante-esquartejado - Foto: Divulgação/Redes Sociais

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) concluiu as investigações sobre o assassinato de Marcos Aurélio Rodrigues de Almeida (foto em destaque). Segundo a 32ª Delegacia de Polícia (Samambaia Sul), o vigilante de 32 anos foi morto e esquartejado, ainda vivo, por Giovane Michael Cardoso Alves, que está preso, a mando da Rutiele Pereira Bersan, com quem a vítima se relacionou. Ela também cumpre prisão preventiva.

“Eles sedaram a vítima de maneira dissimulada com medicamentos adquiridos dias antes. Os indícios são de que ele [Marcos Aurélio] foi amarrado e arrastado pelos autores para a parte de trás da casa. O que eu posso dizer é que, além de ter sido enforcado e esfaqueado, também foi esquartejado vivo. Temos elementos que mostram isso”, disse o delegado-chefe adjunto da 32ª DP, Fernandes Rodrigues.

Os dois moravam no mesmo lote, na QR 325 de Samambaia, e diziam que eram primos. “Ela é a mandante. Ele [Giovane] fez porque era apaixonado por ela”, disse o delegado. A filha de Rutiane, uma adolescente, estava no momento do crime, mas provavelmente dormia em seu quarto, uma vez que Marcos foi assassinado entre 8h e 9h do dia 9 de novembro.

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Marcos Aurélio Rodrigues de Almeida
Francisleide e Marcos estavam noivos havia sete meses
Marcos Aurélio, vigilante esquartejado em Samambaia
Familiares e amigos estiveram presentes no enterro de Marcos Aurélio, um dos vigilantes mortos por Covid-19
A PCDF ainda não encontrou a cabeça do vigilante
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Marcos Aurélio Rodrigues de Almeida, 32 anos, foi esquartejado. Algumas partes do corpo foram jogadas dentro de um bueiro

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Marcos Aurélio Rodrigues de Almeida

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Francisleide e Marcos estavam noivos havia sete meses

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Marcos Aurélio, vigilante esquartejado em Samambaia

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Familiares e amigos estiveram presentes no enterro de Marcos Aurélio, um dos vigilantes mortos por Covid-19

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A PCDF ainda não encontrou a cabeça do vigilante

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A emoção tomou conta da cerimônia

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Consternados, amigos e familiares se despedem de Marcos Aurélio

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Para a polícia, o assassinato foi planejado dois dias antes. Prova disso é que o homem comprou um carrinho de mão, usado para pegar as partes do corpo e espalhar pela cidade. Ele percorreu, ao todo, 3 km. Já os remédios utilizados para dopar Marcos Aurélio, Giovane pegou com familiares. Alegou que estava com problemas para dormir. Foram dois comprimidos de Donaren e um de Sonebon. Como a vítima não tinha o costume de usar esse tipo de medicação, acabou sedada rapidamente.

De acordo com a PCDF, a motivação do crime seria o fato de Rutiele não aceitar o término do relacionamento com Marcos. Quando a suspeita soube da reconciliação do vigilante com a noiva, atraiu a vítima até sua casa. Os investigadores afirmam que, na residência da acusada, o vigilante teve os punhos amarrados e recebeu golpes de facão de caça. O acusado ainda utilizou fios de antena para tentar enforcar a vítima.

Para a Polícia Civil, não restam dúvidas de que a dupla “orquestrou toda a ação criminosa, desde a execução até a desova do corpo”. Eles puseram as partes do corpo em cinco sacolas e, uma a uma, Giovane colocou em locais diferentes. “Descartando como se lixo fosse”, ressaltou o delegado.

Velório

O corpo de Marcos foi enterrado no dia 21 de novembro. A cabeça nunca foi encontrada. “Ele indicou o contêiner que havia jogado a cabeça. No entanto, a coleta passou antes e recolheu, levando ao aterro. Por dia, chegam duas toneladas de lixo e, por mais que tenhamos identificado o veículo que recolheu e o perímetro despejado, não foi possível localizar, mesmo com o auxílio de cão farejador que, inclusive, auxiliou nas buscas em Brumadinho (MG)”, destacou o delegado Fernando Rodrigues.

A família resolveu enterrar Marcos mesmo sem ter encontrado sua cabeça. “Meu filho! Deixa eu ver meu filho! Eu não podia perder ele dessa forma!”, gritou Sônia Maria Rodrigues de Almeida, quando o corpo de Marcos chegou ao cemitério. “Eu quero abraçar meu filho. Meu filho, meu filhinho. Por que, por que tinha que ser assim?”, perguntava-se, desolada. De tão emocionada, não conseguia se manter de pé.

O caso

O drama da família teve início em 9 de novembro, último dia em que parentes tiveram contato com Marcos Aurélio. Por volta das 8h30, ele mandou mensagem para a mãe, dizendo que estava indo do Setor de Indústrias Gráficas (SIG) até a Rodoviária do Plano Piloto, onde pegaria um ônibus para casa, em Samambaia. O contato ocorreu quando o vigilante saía do trabalho. Depois disso, ninguém teve mais notícias dele. Os familiares chegaram a pedir ajuda para tentar localizá-lo e registraram ocorrência de desaparecimento.

Antes de ir para Rodoviária, Marcos passou em uma lotérica para pagar uma conta. Do terminal, foi até a casa da ex. Chegou e, entre 8h e 9h, já tinha sido morto. Marcos conversou com a noiva quando voltava para casa, mas omitiu que iria passar na casa de Rutieli. “O que ela [Rutieli] disse para convencê-lo a ir, a investigação não conseguiu precisar. Isso por que eles conversaram via aplicativo criptografado. Ela apagou as mensagens e o celular da vítima foi mergulhado na água e não foi possível recuperar”, afirmou o delegado Fernando Rodrigues.

Segundo ele, Giovane contou com frieza e detalhes a forma de execução e o planejamento da morte. Inicialmente, negava qualquer envolvimento da mulher e sempre tentava afastá-la da culpa. Rutiele também tentou se esquivar. A princípio, negou qualquer participação no crime. “Depois, admitiu ser a mandante, mas deu outros motivos. Ela fez isso porque nutria sentimento de posse. Inclusive mandou mensagens para a mãe de Marcos perguntando como ele estava e dizendo estar preocupada, enquanto o corpo dele era ensacado para poder ser descartado mais tarde”, assinalou o delegado.

Os investigadores prenderam o casal suspeito do crime no dia 13 de novembro. A noiva do vigilante, a brigadista Francisleide Braga de Sousa, 38, desabafou sobre a situação. “Esperamos justiça. Isso não pode ficar impune. Um crime desses… monstruoso e bárbaro”, disse.

No dia 14 de novembro, com autorização do proprietário, o Metrópoles teve acesso ao imóvel onde Marcos foi assassinado. O local passou por perícia, mas, na ocasião, ainda havia vestígios de sangue em alguns pontos, como embaixo do tanque na área externa.

Panos ensanguentados também foram deixados no mesmo local. Desde quando o casal foi preso, não há mais ninguém no endereço. Apenas uma gata foi deixada no local.

 

 

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