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Após repercussão negativa, professor do DF que fez post racista se desculpa

A PCDF abriu investigação após Murilo Vargas postar em uma rede social comentário sobre foto de uma modelo negra: “Cosplay de microfone”

atualizado

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OAB-DF repudia comentário de professor: "Racismo não é mal-entendido"
1 de 1 OAB-DF repudia comentário de professor: "Racismo não é mal-entendido" - Foto: Reprodução

Após repercussão negativa e abaixo-assinado pedindo seu afastamento, o professor Murilo Vargas, do Centro de Ensino Médio 804, no Recanto das Emas, que fez comentário racista em sua rede social pessoal, postou uma nota de retratação pedindo “sinceras desculpas a todos”, nessa quinta-feira (20/8).

“Eu, Murilo Vargas, venho por meio desta nota de retratação pedir minhas sinceras desculpas a todos que, de alguma forma, se sentiram ofendidos com um post que publiquei nesta página pessoal no dia de ontem”, escreveu o docente no post, ao qual o Metrópoles teve acesso.

Veja a publicação na íntegra:

O objetivo, segundo ele, era fomentar um debate sobre os “limites do humor”. “Porém, lamentavelmente, aos primeiros minutos da publicação, comecei a sofrer uma série de ataques dirigidos à minha honra”, destacou, no texto.

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Manifestação foi feita na conta particular do professor no Facebook
Ele se mostrou indiferente às críticas que recebeu
O prazo vale também para estudantes inscritos na Educação de Jovens e Adultos (EJA)
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Declaração preconceituosa

Material cedido ao Metrópoles
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Manifestação foi feita na conta particular do professor no Facebook

Material obtido pelo Metrópoles
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Ele se mostrou indiferente às críticas que recebeu

Material cedido ao Metrópoles
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O prazo vale também para estudantes inscritos na Educação de Jovens e Adultos (EJA)

Hugo Barreto/Metrópoles

 

Em postagem polêmica, o professor de espanhol do Centro de Ensino 804 do Recanto das Emas faz “piada” com o penteado estilo black-power de uma modelo negra. “Cosplay de microfone”, escreveu.

Um dos alunos do colégio, que participa de abaixo-assinado pedindo afastamento do professor, opinou sobre a publicação. “Isso para a gente foi a mesma coisa que nada. Queremos bem mais. Não é a primeira vez que esse homem faz isso. Nós não vamos nos calar por causa desse pedido de ‘desculpas’. Essa luta começou agora. Vamos até o fim com isso porque assim como a vida dele importa, as de pessoas negras, como eu, também importa. Além do mais, somos todos iguais independe de cor, de orientação sexual, de condições financeiras, de religiões.”

Investigação

Na manhã desta sexta-feira (21/8), a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), por meio da Delegacia Especial de Repressão aos Crimes por Discriminação Racial, Religiosa, ou por Orientação Sexual, ou Contra a Pessoa Idosa ou com Deficiência (Decrin), informou que vai apurar o caso.

A delegada-chefe da unidade policial, Ângela Maria dos Santos, disse que a especializada foi acionada pelo Conselho de Defesa dos Direitos do Negro do Distrito Federal. “Vamos investigar para saber se o perfil é realmente do professor e tomar providências”, assinalou a titular da Decrin.

OAB-DF repudia

A Comissão de Igualdade Racial da Ordem dos Advogados do Brasil da Seccional do Distrito Federal (OAB-DF) também publicou nota de repúdio em relação ao comentário com conteúdo racista feito pelo professor da rede pública de ensino.

De acordo com a nota, o posicionamento do docente trouxe constrangimento para grande parcela das mulheres negras, “já que os padrões as obrigavam a mudar sua beleza natural para serem socialmente aceitas. Por isso, o ataque à mulher negra que assume seu cabelo e sua ancestralidade deve ser veementemente combatido”.

“Realça-se que, com a ‘piada’ do professor, figura que aparenta autoridade, outros usuários passaram a fazer comentários de cunho racista, inclusive, com alusão ao holocausto e a grupos nazistas, o que demonstra que a dita piada desencadeou o ataque à comunidade negra”, observa a nota assinada pela presidência da comissão da OAB-DF.

“Racismo não é mal-entendido, é crime! Portanto, repudiamos os fatos ocorridos e lembramos que muito embora seja garantida a liberdade de expressão, esta não deve jamais ultrapassar os limites da dignidade da pessoa, ou mesmo do coletivo, como foi o caso. Especialmente, tratando-se de pessoa que exerce tão relevante e essencial profissão, a docência”, continua.

Por fim, a Comissão de Igualdade Racial afirma que vai requisitar às autoridades responsáveis a apuração da postura do servidor público em sala de aula e nas redes sociais (confira a íntegra do documento clicando aqui).

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