Após queda de muro de escola, população teme novos desabamentos
Defesa Civil alerta para risco de novos acidentes, isola arredores e determina prazo de cinco dias para responsáveis apresentarem solução
atualizado
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Após a queda da parte de um muro de escola em construção no Sudoeste, moradores denunciam novas rachaduras (foto em destaque) e risco de novo desmoronamento. O acidente ocorreu na manhã deste domingo (26/01/2020), sem vítimas, no terreno entre as quadras 101 e 102 do bairro, após chuva constante. Segundo a população, a obra estaria sendo feita às pressas e a estrutura de contenção é muito fraca.
A Defesa Civil deu o prazo de cinco dias para os responsáveis pela obra apresentarem um projeto para garantir a segurança da construção. Segundo o órgão de fiscalização, há risco de novos desabamentos, caso nada seja feito. Enquanto isso, para evitar acidentes com operários ou populares, os arredores do local foram isolados.
“Aterraram o terreno, mas fizeram um muro de contenção muito fraco. Nós alertamos os órgãos de controle. Ninguém fez nada. Graças a Deus, ninguém estava perto quando desabou. Poderia ter ferido um operário, um pedestre ou uma criança. Mas houve um grande deslocamento de terra e já tem pelo menos uma grande rachadura”, alertou o moradora da quadra 101 Andrea Sabiao.
Segundo Andrea, o colégio está sendo construído muito rapidamente. A obra está sendo feito todos os dias da semana, inclusive aos domingos, muitas vezes passando da meia-noite, relata. “Eles querem começar as aulas em 10 fevereiro. Vão colocar os alunos em um prédio enquanto o restante da obra ainda estará em construção”, criticou.
Polêmica
A obra do Colégio COC do Sudoeste divide opiniões. Parte dos moradores, é favorável e matriculou seus filhos na escola. Outra parcela da população, incluindo Andrea, não vê o projeto com bons olhos. Além do passo acelerado da obra e das dúvidas quanto à segurança, Sabiao destaca o risco de congestionamento no trânsito.
No entanto, segundo o coronel Sérgio Bezerra, subsecretário da Defesa Civil, a obra está regular e antedeu às normas para liberação de alvará de construção. “Toda obra de grande porte está sujeita a variáveis, como o grande volume de chuvas destes últimos dias”, justificou.
Muro de escola em construção no Sudoeste desaba. Veja as imagens:
Outro lado
A direção do COC enviou nota ao Metrópoles sobre o caso: “O episódio envolvendo o muro da escola foi pontual, na parte dos fundos, devido às fortes chuvas antes da conclusão do serviço de drenagem do solo. Com a nossa colaboração, a Defesa Civil atestou que a obra segue as normas de segurança e ocorre dentro do processo de legalidade. A indicação é de uma pequena reparação no local, que será realizada por empresa especializada”.
Segundo o engenheiro responsável pela obra, Wellington Alves de Oliveira, a obra solicitou para a Administração Regional do Sudoeste autorização para a construção de um talude, uma espécie de escoramento de terra. A estrutura vai garantir a estabilidade da obra.
Chuvas
Alves argumentou que já havia solicitado permissão antes do episódio, mas não tinha recebido o aval. Mesmo assim, segundo Alves, estavam sendo feitas obras de drenagem. No entanto, a força e a intensidade das chuvas foram demasiadas. Contudo, o engenheiro garante que a construção é segura e está seguindo todos os procedimentos legais.
Para o engenheiro, o desabamento foi uma “fatalidade”. O técnico prometeu ações de segurança nas rachaduras e trincas. Todos os pontos serão reforçados. Sobre as as críticas dos moradores sobre as obras todos os dias da semana e nas noites, Alves garantiu que o projeto tem autorização para seguir em marcha nesses horários.
Segundo o engenheiro, a obra é segura e terá condições de receber os alunos a partir de 10 de fevereiro. “Todo canteiro de obras está sob controle”, concluiu. A reportagem não conseguiu encontrar um representante da administração regional para comentar o caso.