Após mortes de PMs, presidente da CLDF defende vacinação de policiais
Rafael Prudente também destacou o trabalho das forças de segurança no combate às aglomerações, a exemplo da festa de swing fechada pela PCDF
atualizado
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Após a morte de cinco policiais militares em três dias e de operações para fechamento de festas clandestinas, inclusive de swing, o presidente da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), deputado distrital Rafael Prudente (MDB) passou a defender a inclusão de integrantes das forças de segurança pública na vacinação contra a Covid-19 na capital.
Ao fim da sessão desta quarta-feira (17/3), Prudente fez o pedido ao Governo do Distrito Federal (GDF): “Que possa colocar como prioridade zero os policiais militares e os policiais civis”. Para o parlamentar, as forças de segurança estão expostas deste o começo da pandemia.
“Os policiais que estão aí nas ruas, combatendo a criminalidade, fechando casa de swing, fechando bares clandestinos que estão lotados… Eles têm que pegar naquelas pessoas, têm que fazer uma operação planejada para tirar aquelas pessoas dali. Ou seja, estão se expondo muito, todos os dias”, ressaltou o parlamentar.
Na terça-feira (16/3), a PMDF perdeu o subtenente Jorge Heliton do Carmo. Foi o quinto militar morto pela Covid-19 desde o domingo (14/3). Na reserva remunerada, ele estava internado no Hospital Maria Auxiliadora, no Gama, mas não resistiu às complicações da doença.
Em seu discurso, Rafael Prudente também mencionou aglomerações em eventos clandestinos. Mesmo com colapso da rede de Saúde, parte da população continua frequentando aglomerações, e aumentado o risco de transmissão do vírus. A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) encerrou uma festa clandestina de swing, no domingo (14/3), em Samambaia. Cerca de 60 pessoas, algumas fazendo sexo, foram alvo da Operação Afrodite.
Segundo Prudente, grande parte dos profissionais de Saúde já foram vacinados e é necessário manter a prioridade para a imunização dos idosos, mas, neste momento, também faz-se necessário apoiar os profissionais da Segurança Pública. Prudente considera o surto de Covid-19 entre os policiais militares um problema grave, e apontou ainda falhas na estrutura para a internação de pacientes com a doença no DF.
Debate
O líder do governo na CLDF, Hermeto (MDB) também defende ações para a imunização dos policiais, especialmente os da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), responsável pela escolta das vacinas e segurança dos pontos de vacinação.
Por outro lado, a deputada distrital Arlete Sampaio (PT) argumentou que todos os esforços da vacinação devem se focar na proteção dos idosos, pois, do ponto de vista epidemiológico, eles são o grupo com mais óbitos. Chico Vigilante (PT) reforçou a necessidade de compra direta de vacinas para a ampliação da campanha de imunização.
Fábio Felix (PSol) destacou que no plano de vacinação já contempla as forças de segurança, seguindo critérios técnicos a partir da letalidade, embora os profissionais do setor estejam atrás de outros grupos prioritários, como os idosos. “Não faz sentido você vacinar um policial de 40 anos na frente de um idoso de 95”, afirmou.