Após matar filho, pai disse que tentou reanimar bebê com ajuda do Samu
Wagner Pereira da Silva, de 37 anos, foi preso por ser o principal suspeito de espancar e matar o próprio filho, de apenas 2 anos
atualizado
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Em depoimento à Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), Wagner Pereira da Silva, de 37 anos, afirmou ter ligado para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e tentou reanimar o filho, Cássio da Silva Pereira, de apenas 2 anos, na manhã de terça-feira (17/10). Wagner foi preso em flagrante por suspeita de ter matado o menino.
O bebê foi encontrado morto na quitinete onde a família vivia no Paranoá. Segundo Wagner, o menino teria começado a passar mal após a mãe da criança, Patrícia Viriato da Silva, 25, ter deixado o imóvel. Em depoimento, ele contou que ligou para ela e também buscou ajuda do Samu e do Corpo de Bombeiros (CBMDF).
Segundo o depoimento, uma médica do Samu passou instruções. “Ela falou: ‘bota ele no chão’. Eu coloquei ele no chão. Ela falou, ‘pressiona o peito’. E a Patrícia estava no canto já chorando”, contou.
Wagner seguiu com o relato. “Aí tentei, tentei reanimar e fazer aquele negócio assim de assoprar na boca. A moça instruindo aqui no telefone. Mas a gente não conseguiu”, concluiu.
Uma equipe do CBMDF chegou à quitinete logo na sequência, mas também não conseguiu reanimar a criança. O óbito de Cássio foi declarado no local.
Perícia
A perícia realizada pela PCDF constatou que o bebê teve hemorragia e rompimento do pâncreas em decorrência de agressões físicas sofridas pelo pai. Segundo o laudo preliminar, o menino apresentava dois ferimentos na região dos olhos, além de várias marcas pelo corpo.
Inicialmente, Wagner negou ter batido na criança. Mas, em novo depoimento, admitiu ter dado dois tapas e puxado a orelha de Cássio na segunda-feira (16/10) e desferido um terceiro tapa na terça-feira antes da morte do menino.
Wagner já tinha passagem pela polícia por violência doméstica no âmbito da Lei Maria da Penha contra a companheira.
Bebê frequentemente agredido
Vizinhos relataram à Polícia Militar (PMDF) que a criança era vítima de violência doméstica. Falaram que já tinham ouvido episódios de possíveis agressões. Um deles contou que viu Cássio no dia anterior, e que naquele momento o menino não tinha machucados aparentes.
Segundo a PMDF, a aparência do bebê indicava que a morte teria acontecido há mais tempo do que o relatado pelos responsáveis. De acordo com a Secretaria de Educação, Wagner estava no banco de aprovados do Processo Seletivo Simplificado para Professor Substituto de educação física, mas não chegou a assumir o cargo.