Após frustração com Disney, GDF diz que Wet’n Wild apresentou proposta
Governador determinou a criação de um grupo de trabalho para instalar área de interesse turístico em 1,1 mil hectares em Sobradinho
atualizado
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Após a população do Distrito Federal ir da expectativa à frustração em uma questão de horas com a notícia – e a posterior negação – da possibilidade de a Disney inaugurar um complexo na capital, uma nova informação reacende os ânimos de quem gostaria de ver um parque temático na capital. Isso por que o governador Ibaneis Rocha (MDB) se encontrou nesta quinta-feira (7/2) com presidente do Wet’n Wild no Brasil, Alain Baldacci, que apresentou proposta para instalar unidade no DF.
Ao Metrópoles, Ibaneis classificou como “excelente” a primeira reunião com o executivo. “Tanto ele como eu estamos muito animados. Mas serão necessários muitos encontros e ajustes para gerar interesse”, disse o governador.
Baldacci é presidente do Sistema Integrado de Parques e Atrações Turísticas. Do grupo, fazem parte 18 empreendimentos de grande porte no país, como o Playcenter (SP), o Beach Park (CE), a Pousada do Rio Quente (GO), o Beto Carreiro World (SC), e o Parque da Mônica (SP), além do Wet’n Wild.
Após a reunião, o chefe do Executivo local determinou a criação de um grupo de trabalho para que seja criada uma área de interesse turístico em espaço de 1,1 mil hectares em Sobradinho. O planejamento é para que os empreendimentos instalados no local sejam beneficiados com regime de incentivo fiscal.
Os responsáveis pela empreitada serão os secretários de Fazenda, André Clemente; de Projetos Especiais, Everardo Gueiros; de Turismo, Vanessa Mendonça; e de Cultura, Adão Cândido.
Como a área destinada é grande, outros projetos podem atuar no local. Segundo a comunicação do GDF, há outros mais interessados, mas não foram revelados quais são.
A reportagem não recebeu retorno do Wet’n Wild até a última atualização deste texto. Já a Disney, em nota divulgada na quarta-feira (6), informou que não tem planos para a construção de parques no Brasil “no momento”. A declaração foi dada após Ibaneis Rocha anunciar que estava em negociações com representantes do conglomerado para trazer ao Distrito Federal uma unidade do parque temático.
Histórico
Não é a primeira vez que o Wet’n Wild tenta se instalar no DF. Há mais de duas décadas, empresários tentam recuperar os prejuízos de uma parceria frustrada com o GDF. O acordo era para a construção de um complexo aquático de grife internacional em uma área nobre de Brasília, mas as obras foram interrompidas nas primeiras escavações.
Em 1996, o consórcio Wet’n Wild Brasília venceu a concorrência da Agência de Desenvolvimento do Distrito Federal (Terracap) pelo direito de uso do terreno próximo ao ParkShopping. O complexo aquático poderia explorar o espaço por 30 anos, prorrogáveis pelo mesmo período.
A previsão era receber 700 mil visitantes por ano. Caberia ao consórcio responsável pelo complexo aquático destinar 5% do faturamento bruto do parque à Terracap – sendo a taxa mínima mensal de R$ 15 mil.
As obras para a construção do complexo aquático começaram, mas foram rapidamente interrompidas. Ao escavar o terreno para a instalação das piscinas, os empreiteiros se depararam com dutos da rede de águas pluviais.
Após negativas do GDF sobre mover os canais da região, mesmo se tratando de uma concessão pública, os empresários pediram a rescisão do contrato, a devolução do valor investido e a indenização do lucro cessante (montante que teria sido recebido caso a parceria tivesse sido bem-sucedida).
Com o fracasso da empreitada no DF, o Wet’n Wild abriu parque no interior de São Paulo.
Vitória parcial no TJDFT
No Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT), os magistrados reconheceram a responsabilidade do GDF na rescisão do contrato e determinaram o pagamento dos danos emergentes, ou seja, os valores investidos para o início do empreendimento.
No entanto, o pedido de ressarcimento do lucro que o consórcio deixou de receber por causa da suspensão da parceria foi negado. De acordo com a Corte, o pleito não poderia ser atendido porque o parque aquático não entrou em operação.
A ação, então, seguiu para o STJ, onde aguarda resposta de um recurso especial.
Confira imagens do parque aquático paulista: