Após fraudes em cotas raciais, UnB julga recursos. O 1º foi indeferido
Universidade concluiu que 25 ex-alunos e egressos fraudaram sistema. Desses, 19 tentam reverter condenação
atualizado
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A Universidade de Brasília (UnB) começou a analisar os recursos dos ex-alunos e egressos punidos por fraudarem o sistema de cotas para negros, após julgamento da própria instituição. No começo da avaliação, um pedido foi indeferido.
Segundo a UnB, em 12 de fevereiro, o Conselho Universitário (Consuni) apreciou dois processos. Um dos recursos interpostos foi votado e indeferido por unanimidade.
O Consuni fará uma nova reunião para continuar a avaliação dos outros casos. Do total de 25 punidos pela instituição por fraudes nas cotas raciais, 19 apresentaram recurso.
Conforme a UnB, nesta fase do processo interno são avaliados exclusivamente os recursos. Não é mais julgado se houve fraude ou não. Ou seja, para a universidade a fraude está configurada.
Segundo a UnB, durante a comissão de sindicância todos os envolvidos tiveram direito à ampla defesa e ao contraditório.
“Não estamos julgando se houve fraude ou não, pois essa análise já foi feita pela comissão de processo disciplinar, com aplicação da penalidade por mim, no ano passado”, destacou a reitora da UnB, Márcia Abrahão.
Mais de 100 denúncias
A apuração sobre supostas fraudes no acesso à instituição por meio do sistema de cotas raciais teve início em 2017, quando a UnB recebeu denúncia de irregularidades no ingresso de 100 estudantes.
Ao longo de investigações, a universidade descartou grande parte das denúncias, mas encontrou elementos concretos no restante dos casos.
Segundo a UnB, as fraudes foram configuradas entre alunos dos cursos de direito, medicina, ciências sociais, letras-francês, ciência da computação, engenharia de software e medicina veterinária.
No caso dos egressos, as irregularidades foram no curso de direito.