Após exonerações, servidores da Secretaria de Habitação ameaçam parar
Sindicato dos Arquitetos acusa governo de “desmonte” da pasta e diz que critérios políticos têm se sobrepostos aos técnicos nas nomeações
atualizado
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As exonerações publicadas na última semana pelo Governo do Distrito Federal (GDF) continuam repercutindo entre os servidores públicos. Depois de uma manifestação na Cultura, os funcionários da Secretaria de Desenvolvimento e Habitação (Seduh-DF) também prometem cruzar os braços. Isso porque pelo menos sete urbanistas foram destituídos dos cargos de chefia e assessoramento da pasta.
O Sindicato dos Arquitetos do DF divulgou uma nota de repúdio contra as exonerações. Segundo a entidade, os substitutos escolhidos não têm qualificação profissional para ocupar os cargos. O texto diz que os critérios políticos têm se sobrepostos aos técnicos para as nomeações.
“A categoria entende que tais expurgos sistemáticos, conforme vêm ocorrendo pelas mãos desta mesma administração em outros órgãos – como a Secretaria de Cultura e a Secretaria de Educação –, são típicos de ações de desmonte da estrutura do Estado e de suas políticas públicas. São típicos ainda do ataque diuturno promovido nos últimos anos contra o funcionalismo público federal e distrital”, diz a nota.
Para o sindicato, a retirada dos servidores – alguns deles com mais de 20 anos de experiência no cargo – prejudica o planejamento urbano, sustentabilidade, preservação e habitação popular. A categoria pede a “reversão imediata das exonerações de arquitetos e urbanistas das funções de chefia e assessoramento da Seduh”.
O diretor do sindicato, Danilo Matoso, diz que vai orientar os servidores a pararem as atividades enquanto o governador não retroceder na decisão. “Essas diretorias lidam com a coordenação de gestão urbana e cuidam diretamente de assuntos da Lei de Uso e Ocupação do Solo [Luos]. Se [o governo] quisesse trocar, que fosse por pessoas com a formação adequada ou, pelo menos, envolvidas na luta pela moradia e reforma urbana, mas não. São pessoas completamente de fora”, critica.
A reportagem questionou o GDF sobre as exonerações. A resposta veio por meio de nota, na qual o governo se limitou a dizer que “os cargos em comissão são de livre provimento”.