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Após doações, família sepultará mãe morta em atropelamento no DF

No entanto, a filha da vítima, de 2 anos, ainda precisa de ajuda para se recuperar de acidente com ônibus no Núcleo Bandeirante

atualizado

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Vítima de atropelamento
1 de 1 Vítima de atropelamento - Foto: Material cedido ao Metrópoles

Aline Santos Silva, de 30 anos, morta em atropelamento no Núcleo Bandeirante, será velada nesta quinta-feira (09/05/2019), a partir das 14h, na capela 7 do Cemitério Campo da Esperança, na Asa Sul. Segundo familiares, o sepultamento só será possível graças à ajuda financeira da comunidade e de amigos.

O acidente ocorreu na curva em frente à Paróquia São João Bosco, na última terça-feira (07/05/2019), ao lado da 11ª Delegacia de Polícia. Aline retornava do trabalho, como doméstica, e havia buscado a filha de 2 anos e 11 meses na creche. As duas seguiam para casa e passavam por uma rua na Terceira Avenida da cidade quando foram atingidas por um ônibus escolar.

A criança fraturou duas costelas, teve traumatismo craniano leve e quebrou o pé esquerdo, segundo o pai dela, Anatolio Monteiro da Silva, companheiro de Aline. Apesar de não correr risco de vida, ela ainda está no Hospital de Base sob observação.

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Menina sobreviveu e não corre risco, mas precisa de tratamento para recuperação
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Aline Santos e a filha de 2 anos, que também foi atropelada

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Menina sobreviveu e não corre risco, mas precisa de tratamento para recuperação

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Paroquianos da comunidade regional prestarão homenagem à Aline, que era católica, com músicas. Em solidariedade à família, levarão instrumentos musicais e livros de canto para o momento da despedida. Uma van sairá do Núcleo Bandeirante às 14h30 levando um grupo de jovens da igreja até o cemitério da Asa Sul.

Alex Santos, vendedor de 27 anos e irmão de Aline, se diz profundamente agradecido com o apoio que os familiares estão recebendo. A vítima é lembrada como uma pessoa muito conectada à família, dedicada e atenciosa.

Criança
De acordo com Anatolio, a menina chama pela mãe o tempo todo. “Estou desolado”, contou. Quando tiver alta, a pequena ainda precisará de ajuda no tratamento. A família relata grande dificuldade financeira, além do choque emocional depois do acidente. Interessados em ajudar podem depositar qualquer quantia na conta do pai da criança.

Dados bancários para doações para o tratamento da menina:
Caixa Econômica Federal.
Ag:0688
Op:013
Conta:00018321-4
Anatolio Monteiro da Silva Neto Paiva.
CPF:111.817.696-04

Curva
A curva é considerada perigosa pelos moradores. O tapume em volta da delegacia atrapalha a visão dos motoristas e de quem quer atravessar, não há faixa de pedestres no local e a calçada não cobre toda a rua. Depois da tragédia, a cerca começou a ser retirada.

 

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Um dia após o acidente da terça-feira (07/05/2019), ainda era possível visualizar marcas de sangue no asfalto
Cerca começou a ser retirada na quinta-feira (09/05/2019)
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Segundo moradores, cerca em volta de delegacia dificulta a visão de motoristas e pedestres

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Um dia após o acidente da terça-feira (07/05/2019), ainda era possível visualizar marcas de sangue no asfalto

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Depoimento do motorista
Em depoimento à PCDF, o motorista do ônibus escolar envolvido no acidente, Robson Gonçalves da Silva, de 47 anos, alegou não ter visualizado as vítimas no perímetro da calçada. Ao terminar a manobra, teria escutado um solavanco na roda traseira direita e constatou, pelo retrovisor, que a mulher estava caída, “de barriga” no chão.

“É difícil saber agora quem está certo ou errado. Só a perícia vai dizer”, contou o motorista. “É uma vida que se foi. Essa é a primeira coisa a se lamentar.”

Robson também contou que um passageiro, de 17 anos, disse a ele que “um carro branco que fazia a curva teria atropelado as vítimas antes do impacto com o ônibus. O motorista frisou, no entanto, que não chegou a ver o suposto carro

Ainda conforme a citação do relato do adolescente que consta no depoimento do motorista, o atropelamento teria ocorrido no instante em que a filha se desprendeu da mão de Aline e correu para a rua. Tentando impedir o acidente, a mulher teria se jogado na via e foi atingida pelo carro branco, sendo projetada para a roda traseira do ônibus.

Por fim, o motorista se disse perplexo e assustado, e “que nunca teve a intenção de tirar a vida de ninguém”. Já outra testemunha afirmou ao Metrópoles não ter visto nenhum carro e que Aline segurava a filha no colo.

De acordo com o chefe da 11ª Delegacia de Polícia (Núcleo Bandeirante), Rafael Bernardino, o inquérito policial foi instaurado e mais informações só serão repassadas após o fim das investigações.

Testemunha
Relatos de testemunhas no local indicam que a criança ainda tentou se levantar e gritava “mamãe”, sendo, em seguida, socorrida por populares. Renata Alencar, 33, presenciou a cena e descreveu os instantes após o atropelamento. Renata é, também, uma das pessoas que prestam apoio à família durante o luto e ajudou a conseguir o sepultamento.

Ela [criança] se debatia muito. Tentei segurá-la e pegá-la no colo até os bombeiros chegarem. Chorava demais por causa da dor e chamava pela mãe. Minha blusa ficou toda suja de sangue, porque ela ficava tentando puxar

Renata Alencar, testemunha do acidente

A mulher diz, ainda, ter visitado a menina no Hospital de Base na terça-feira, dia do ocorrido. “Teve traumatismo craniano leve e fraturas, mas está bem. Só tem 2 anos, então, não tem noção do que aconteceu.”

Um vídeo feito por populares mostra bombeiros tentando reanimar Aline. Ela apresentava parada cardiorrespiratória e não resistiu aos ferimentos.

No momento do atropelamento, o veículo estava cheio de estudantes da rede pública de ensino, mas nenhum passageiro ficou ferido.

 

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