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Após denúncias, GDF faz ação contra flanelinhas no Plano Piloto

Medida foi motivada pelo grande número de registros no DF Legal sobre abordagens agressivas de guardadores e até tráfico de drogas

atualizado

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JP Rodrigues / Metrópoles
flanelinha recebendo dinheiro
1 de 1 flanelinha recebendo dinheiro - Foto: JP Rodrigues / Metrópoles

Flanelinhas do Setor Comercial Norte foram alvo, nesta quarta-feira (3/4), de abordagens de agentes públicos da Agência de Fiscalização DF Legal (antiga Agefis) e de órgãos da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF). Frequentadores da área reclamam sobre a atuação de guardadores de carros ao interpelarem condutores que estacionam nas redondezas. De acordo com relatos obtidos pelo Metrópoles, as intimidações são constantes contra os motoristas.

“Em dois momentos diferentes, fui abordado de forma agressiva. Em uma das vezes, eu disse que não tinha dinheiro para dar e ele, muito revoltado, gritou e me ameaçou com uma faca”, contou Ivan Carlos, que trabalha em uma agência de comunicação na região. “Meu carro também já teve o vidro quebrado e levaram tudo o que tinha dentro. É um local muito perigoso, ainda mais no fim do expediente”, completou.

Segundo o presidente do DF Legal, Georgeano Trigueiro, a ação do governo foi realizada após a ouvidoria do órgão registrar um número considerável de reclamações. “Estamos fazendo um trabalho prévio, de entendimento”, disse. De acordo com ele, a abordagem da agência se restringiu a verificar a legalidade de quem atua na região.

Material cedido ao Metrópoles
Imagem feita por leitor do Metrópoles: tenda e van integraram a operação desta quarta (3/4)

 

Os órgãos de segurança apuraram denúncias de tráfico de drogas, furtos de veículos e roubos a pedestres que passam pelos estacionamentos. A jornalista Ana Galluf, moradora do Rio de Janeiro, foi assaltada em outubro de 2018, no local, por dois homens.

“Os criminosos chegaram de forma agressiva e pareciam estar drogados. Relutei para entregar a bolsa, mas acabaram levando meu telefone e fiquei com um machucado no braço”, disse a jornalista à época. O crime ocorreu por volta das 19h.

Autorização
Em 2009, a Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes) criou programa que autorizava os guardadores a trabalharem nos estacionamentos públicos, com crachá e colete do órgão. Os flanelinhas eram submetidos a curso de capacitação de caráter eliminatório, exigindo-se comprovação de no mínimo 80% de frequência. A iniciativa mobilizou os profissionais e, até 2011 – ano em que foi extinto pelo Governo do Distrito Federal (GDF) –, o projeto contava com 1.650 cadastrados.

O programa acabou suspenso após a Procuradoria-Geral do Distrito Federal emitir parecer indicando que o cadastramento era inconstitucional e somente a União poderia legislar sobre o assunto. “Diante da decisão, o GDF suspendeu a capacitação e o programa de cadastramento destinados aos lavadores e guardadores de veículos”, informou em nota a Subsecretaria de Cidades.

A Polícia Militar (PMDF) orienta que, quando houver exigência de pagamento adiantado ou posterior, a vítima acione a corporação por meio do telefone 190. O crime é caracterizado como extorsão e, se pego em flagrante, o flanelinha será preso.

O Governo do Distrito Federal foi acionado pelo Metrópoles, mas não se posicionou oficialmente até a última atualização da reportagem.

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