Após confusão entre motoboy e PM, prédio veta entregadores
Medida foi tomada depois que entregadores fizeram manifestação em frente ao prédio em defesa de rapaz agredido
atualizado
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O condomínio de Taguatinga onde ocorreu uma confusão entre motoboy e policial militar proibiu a entrada de entregadores. De acordo com o síndico, Rafael Curinga, a medida foi tomada por questões de segurança. Isso por que, nessa segunda-feira (20/01/2020), houve uma manifestação da categoria em frente ao local e há outras previstas para a tarde desta terça-feira (21/01/2020).
“Existe receio e preocupação dos moradores após o episódio que ocorreu”, disse o síndico do Carpe Diem. A medida foi tomada por orientação de membros da PM. Nessa segunda, os motoboys fizeram a manifestação em frente ao condomínio. Os condutores se concentraram em frente ao prédio e pediam que o militar que aparece agredindo o entregador fosse punido.
O caso ocorreu na noite de domingo (19/01/2020) e será apurado pela 17ª Delegacia de Polícia (Taguatinga Norte). Os investigadores também passaram a apurar denúncia de que a placa da motocicleta era adulterada. O registro do veículo é de Aparecida Goiânia (GO). Em função disso, o homem acabou preso.
O síndico conta que o entregador recebeu diversos pedidos para que saísse do lugar em que estava estacionado, pois atrapalhava os pedestres. De acordo com o administrador, ele foi xingado várias vezes, assim como o PM.
Veja o vídeo do protesto:
Segundo o síndico, o motoboy chegou à entrada do prédio às 20h26 e estacionou em frente à passagem utilizada pelos moradores. “O porteiro pediu para que ele parasse em outro lugar, mas o entregador disse que ia ficar ali mesmo até terminar o serviço.”
Pouco depois, às 20h30, o motoboy voltou, segundo Rafael. “Em vez de ir embora, acendeu um cigarro e ficou sentado em cima da moto.” Novo pedido teria sido feito para ele sair do local, mas, de novo, houve recusa.
Nesse meio-tempo, o PM estava chegando em casa, viu a confusão e perguntou o que acontecia. “O policial militar pediu para ele tirar [a moto] e foi xingado também. Depois disso, é o que aparece nas filmagens que outra moradora fez”, afirma.
Rafael desceu à portaria depois de o PM ter sacado a arma. “Mesmo com aquilo tudo, o motoboy não quis sair. Fui xingado e só quando as viaturas da polícia chegaram e fomos à delegacia ele saiu”, explica.
O próprio PM registrou a ocorrência na PCDF. Foram ouvidas testemunhas, e os envolvidos seguiram para o Instituto de Medicina Legal (IML). O motociclista, de 21 anos, também prestou depoimento na delegacia.
Veja as imagens:
“Grosseria”
Abel dos Santos, 28, representante da Associação de Entregadores por Aplicativo, apresenta uma versão diferente. Segundo ele, foram os porteiros que começaram com a falta de educação. “Ele respondeu à ignorância. Foram grosseiros com o entregador, que respondeu com grosseria”, diz.
De acordo com Abel, o entregador não achou um lugar melhor para estacionar a moto e acabou parando ali, achando que seria algo rápido. “Acontece com todo motoboy. São poucos os prédios que têm lugar para moto. Aí, a gente para onde consegue”, alega.
Para ele, o PM demonstrou descontrole durante a discussão. “O entregador não oferecia nenhum tipo de ameaça. O militar que se alterou, não teve controle.”
Devido a casos como esse, Abel defende a união entre os entregadores: “A gente criou a associação por causa disso. Queremos mais respeito das empresas de aplicativo, dos restaurantes e dos moradores”.