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Após casos de Covid em escola, professores do DF pedem testagem em massa

Educadores também cobram máscaras, melhor ventilação nas salas de aula e pessoal para a orientação de alunos e pais na rede pública

atualizado

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Hugo Barreto/Metrópoles
Caic Unesco
1 de 1 Caic Unesco - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

Após diagnósticos de Covid-19 em uma escola pública do Distrito Federal, professores cobram testagem em massa preventiva, máscaras e melhor ventilação para a continuidade das aulas presenciais.

Segundo a diretora do Sindicato dos Professores do DF (Sinpro-DF), Rosilene Corrêa, a rede pública não tem um sistema de testagem preventiva contra Covid-19.

“O professor pode estar infectado sem ter os sintomas. Se a intenção é dificultar a propagação do vírus, precisamos de testagem preventiva. É uma situação bastante grave”, alertou.

“O Ministério da Saúde recomenda a testagem só em caso de sintomas. Mas não proíbe testes preventivos. Não há impedimento para a Secretaria de Educação. A questão é o Governo do Distrito Federal (GDF) querer”, ponderou.

Os professores também pedem máscaras nas escolas. “Não temos quantidade suficiente. Nem para os estudantes”, pontuou. E grande parte dos lotes disponíveis é do tamanho grande, inadequado para crianças.

Sem ventilação

Para os educadores, o GDF não conseguiu garantir a ventilação adequada em diversas escolas públicas. Condição necessária para assegurar a segurança de alunos e professores.

Os professores afirmam que há falta de pessoal para orientação de pais e alunos sobre a volta das aulas presenciais e que também não há alimentos suficientes na merenda escolar.

“O retorno é necessário, mas ele só se dará se o governo assumir o seu papel. Houve muita economia com as escolas fechadas. Então é preciso agora que o governo dê o máximo de segurança. Não vamos aceitar o mínimo”, afirmou.

Comitê

Nas palavras da diretora, os professores não serão coniventes ou omissos, caso as condições de segurança sanitária para a comunidade escolar não sejam respeitadas.

“A manutenção das aulas deve ser uma decisão de toda a escola. Nós precisamos compreender que todo esforço é para preservar a vida de todos e garantir a educação de todos também”, argumentou.

Neste sentindo, foi criado na segunda-feira (9/8) o Comitê de Monitoramento da Educação. A nova força-tarefa conta com as vozes de instituições ligadas à Educação e à Saúde Pública.

Confira quem faz parte do comitê:

Comissão de Educação, Saúde e Cultura (Cesc) da Câmara Legislativa (CLDF)
Fórum distrital de educação
Observatório de educação básica da UnB
Sinpro
Sindicato dos Trabalhadores em Escolas Públicas no DF (SAE-DF)
União dos estudantes secundaristas do DF (UESDF)
Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil no DF (OAB-DF)
Defensoria Pública do DF (DPDF)
Conselho de Saúde do DF

Do ponto de vista da presidente da Cesc, deputada distrital Arlete Sampaio (PT), é preciso cumprir os protocolos de segurança nas escolas. Por isso, o comitê fará visitas e diligências para fiscalizar as unidades da rede pública.

“O objetivo é analisar lá na escola se de fato estão sendo cumpridos esses requisitos de medidas sanitárias”, contou. O grupo planeja enviar relatórios para a Secretária de Educação com os achados das diligências.

Arlete também compartilha da bandeira da implantação da testagem nas escolas para evitar o alastramento da Covid-19. “Nós vamos pedir para a Secretaria de Saúde também estar presente neste momento”, completou.

UBS

Para Arlete, o GDF também deve definir quais Unidades Básicas de Saúde (UBS) serão responsáveis pelo acompanhamento de cada escola, especialmente em casos de diagnóstico positivo ou suspeita.

Arlete afirma que a situação do DF na pandemia ainda é delicada. A taxa de transmissão local está acentuada e ainda há a ameaça da chegada da variante Delta do novo coronavírus, declara a parlamentar.

A Cesc fez uma audiência pública sobre a volta das aulas. Mas a pasta da Educação decidiu não participar. “Acho um equivoco. Encaminhamos um ofício. [Essa atitude da secretaria] revela uma certa dificuldade para o dialogo”, declarou Arlete.

Leia o ofício na íntegra:

Ofício – Cesc by Metropoles on Scribd

Serviço:

Denúncias e informações sobre a situação das escolas podem ser enviadas pelo WhatsApp: (61) 98450-8155 ou pelo e-mail: cesc@cl.df.gov.br.

Casos confirmados

Na semana passada, duas docentes do Centro de Atenção Integral à Crianças e Adolescentes (Caic) Unesco, em São Sebastião, testaram positivo para Covid-19.

De acordo com a Secretaria de Educação, uma terceira pessoa estava com suspeita de ter contraído o vírus e outros 13 profissionais que tiveram contato direto foram afastados do trabalho presencial.

O GDF cancelou parcialmente o retorno das aula presenciais na unidade. Dos 266 estudantes do Caic, 87 que compõem três turmas permaneceram em atividades remotas, em razão dos afastamentos.

Escalonamento

A volta dos cerca de 460 mil estudantes será feita de forma escalonada ao ensino presencial. Nessa segunda-feira (9/8) foi a vez dos estudantes dos anos iniciais do ensino fundamental regressarem.

A força-tarefa Ação Conjunta Covid-19, iniciativa que reúne instituições de saúde do DF e a Comissão de Direitos Humanos (CDH) da CLDF, realizou vistoria no Caic Unesco, nessa segunda-feira.

Outro lado

O Metrópoles entrou em contato com a Secretaria de Educação sobre a questão, mas não recebeu resposta até a publicação desta reportagem. O espaço está aberto caso a pasta deseje se pronunciar.

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