Após bronca, aluna ameaça professor no DF: “Isso não vai ficar assim”
O caso ocorreu no Gisno, colégio público da Asa Norte. A acusada foi levada para a 5ª DP e responderá por ameaça
atualizado
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Uma estudante de 19 anos que cursa o ensino médio no Gisno da 907 Norte foi levada à delegacia após ser acusada de ameaçar um professor em sala de aula. O caso ocorreu na manhã desta sexta-feira (21/9).
Segundo o professor, de 49 anos, contou à Polícia Militar, a jovem foi repreendida e em seguida teria dito: “Isso não vai ficar assim, não. Vou chamar meus amigos para resolver”. A PM foi acionada por meio do telefone 190 e levou a moça para a 5ª Delegacia de Polícia (área central). Ela foi autuada por ameaça.
Há uma semana, outros dois episódios de violência em escolas públicas do Distrito Federal foram registrados. Uma discussão entre aluno e professor na Escola Classe do Varjão, na noite do dia 13, acabou na delegacia. O rapaz teria se irritado com a resposta do educador, após entrar na sala e pedir uma extensão elétrica, quanto teria dito: “Aqui, no Varjão, a coisa se resolve na bala”.
O professor se sentiu ameaçado e chamou a PM. Na escola, o aluno se defendeu. Disse que ele é quem foi desrespeitado pelo educador. O homem o teria chamado para resolver o problema fora do colégio, na briga. Ambos foram encaminhados para a 6ª DP (Paranoá).
Também na noite do dia 13 de setembro, uma briga entre dois alunos de 16 anos do Centro de Ensino Fundamental (CEF 5), no Paranoá, foi parar na Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA). A Polícia Militar do Distrito Federal foi chamada por volta das 18h, pela coordenação do estabelecimento de ensino, para intervir na confusão.
Quando os policiais chegaram ao endereço, um dos alunos disse que havia levado um soco no olho e chutes na perna, e alegou ter sofrido agressões verbais por parte de um colega de sala em outras ocasiões. Diante das informações, os estudantes e o coordenador do colégio foram levados para DCA, onde a ocorrência foi registrada.
As situações não são atípicas. De acordo com levantamento do Sindicato dos Professores (Sinpro), 97,15% dos educadores da rede pública já presenciaram atos de violência dentro dos centros de ensino.
Entre os docentes ouvidos pelo Sinpro, quase a totalidade disse ter visto episódios de agressão e ameaça entre os alunos, e 57,98% foram vítimas de violência. Um dos casos mais recentes ocorreu no Centro de Ensino Fundamental 507, em Samambaia, quando um estudante de 16 anos tentou dar um soco no vice-diretor do colégio, Alex Cruz Brasil, 45.
O adolescente havia sido suspenso por jogar melão em colegas, na semana anterior, e foi barrado na entrada ao tentar acessar a sala de aula na segunda-feira (10/9). De acordo com Alex, o estudante ficou revoltado, partiu para cima dele, tentou desferir um soco em seu rosto, mas atingiu o ombro. O jovem, então, puxou um canivete automático e ameaçou furar o educador.
Na última semana, dois adolescentes, um de 16 e outro de 17 anos, foram apreendidos na porta do Centro Educacional 6, no Gama. Eles começaram a brigar na saída do turno. A PM foi chamada e, ao abordá-los, encontrou 15 pedras de crack. À polícia, eles disseram que eram estudantes do colégio e estavam no local para comercializar a droga.
Já em 28 de agosto deste ano, um aluno de 13 anos do Centro de Ensino Fundamental 19, na QNN 18/20, em Ceilândia, esfaqueou um colega de 15 anos durante briga na hora do intervalo, em pleno pátio. A vítima ficou ferida no abdômen e no pescoço.
Patrulhamento e ações pedagógicas
Em nota, a Secretaria de Educação disse promover projetos pedagógicos ao longo do ano como “forma de prevenir e combater a violência”. “A pasta ainda trabalha em parceria com o Batalhão Escolar da Polícia Militar, que mantém ações educativas dentro das unidades escolares por meio do programa Viva Brasília nas Escolas”.
Já o Batalhão Escolar da Polícia Militar do Distrito Federal informou patrulhar com rondas o perímetro dos centros de ensino, num raio de 100 metros. “Implantamos ainda, na área interna, o Programa Educacional de Resistência às Drogas e Violência (Proerd), que consiste em um amplo projeto de prevenção ao uso de drogas, e as operações Varredura e Escola Livre, ambas com o objetivo de precaver quanto ao uso de armas ou objetos que possam ser utilizados em episódios de violência”, informou a PM.