1 de 1 Profissional de saúde colhe material para teste rápido para Covid-19
- Foto: Hugo Barreto/Metrópoles
O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), por meio da Promotoria de Justiça de Defesa da Saúde (Prosus), investiga o vencimento de 9,6 mil kits de testes contra a Covid-19 que deveriam ter sido usados pela Secretaria de Saúde do DF (SES-DF). O material foi doado pela China ainda em 2020 junto a outros itens de combate à pandemia.
Segundo os investigadores, os testes foram deixados no Aeroporto de Guarulhos, sendo que deveriam ter sido retirados e armazenados corretamente. Agora, o MP ouve os envolvidos no caso a fim de entender o motivo da falta de contato do governo distrital para encaminhamento dos testes a Brasília.
Uma das estratégias de enfrentamento da pandemia de Covid-19 é a vigilância epidemiológica, com o registro e a observação sistemática de casos suspeitos ou confirmados da doença, a partir da realização de testes
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Segundo especialistas, para se ter um controle da doença e conter a disseminação do vírus, é importante testar, cada vez mais, a população
Aline Massuca/Metrópoles
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Secretaria de Saúde diz que não faltam testes de Covid-19 no DF
Breno Esaki/Agência Saúde-DF
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RT PCR: considerado “padrão-ouro” pela alta sensibilidade, o teste é usado para o diagnóstico da Covid-19. Ele detecta a carga viral até o 12º dia de sintomas do paciente, quando o vírus ainda está ativo no organismo. O resultado é entregue em, aproximadamente, três dias
Vinícius Schmidt/Metrópoles
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O teste utiliza a biologia molecular para detectar o vírus Sars-CoV-2 na secreção respiratória, por meio de uma amostra obtida por swab (cotonete)
Rafaela Felicciano/Metrópoles
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Teste salivar por RT-PCR: utiliza a mesma metodologia do RT-PCR de swab e conta com precisão de mais de 90% para o diagnóstico da doença ativa. O procedimento deve ser feito nos sete primeiros dias da doença em pacientes com sintomas
Divulgação
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PCR Lamp ou Teste de antígeno: comumente encontrado em farmácias, o exame avalia a presença do vírus ativo coletando a secreção do nariz por meio de swab. O resultado leva apenas 30 minutos para ficar pronto, por isso, ele é indicado para situações em que o diagnóstico precisa ser rápido
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De acordo com a empresa que fornece o exame, ele possui 80% de confiança. O método empregado no teste é usado também para outras doenças infecciosas, como a H1N1
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Teste de sorologia: revela se o paciente teve contato com o coronavírus no passado. Ele detecta a presença de anticorpos IgM, IGg ou IgA separadamente, criados pelo organismo das pessoas infectadas para combater o Sars-CoV-2, a partir de um exame de coleta de sangue
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O exame deve ser realizado a partir do 10º dia de sintomas. A precisão do resultado é menor do que nos testes do tipo RT-PCR. Além disso, falsos negativos podem aparecer com mais frequência
National Cancer Institute/Divulgação
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Teste rápido: o método é semelhante aos testes de controle de diabetes, com um furo no dedo. A amostra de sangue é colocada em um reagente que apresenta o resultado rapidamente
Rafaela Felicciano/Metrópoles
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O teste imunológico rápido detecta a presença de anticorpos e o resultado positivo sinaliza que o paciente já sofreu a infecção pelo novo coronavírus. A confiabilidade do resultado varia muito, já que o método apresenta alta taxa de falso negativo
Vinícius Schmidt/Metrópoles
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Teste de anticorpos totais: detecta a produção do IgM e IgG no organismo, a partir de um único exame de coleta de sangue, e não faz a distinção dos valores presentes de cada anticorpo. A precisão do resultado chega a 95%
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Teste de anticorpo neutralizante: o procedimento é indicado para a avaliação imunológica. O exame detecta os anticorpos e vê a proporção que bloqueia a ligação do vírus com o receptor da células
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Como venceram, os testes foram incinerados. O GDF chegou a anunciar, em abril de 2020, que receberia o material, mas, depois, não houve mais notícias. Três meses depois, o Hospital Regional da Asa Norte (Hran) e as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) registraram falta de testes rápidos e RT-PCR.
A denúncia foi feita ao MP pela deputada federal Paula Belmonte (Cidadania) e registrada no sistema do órgão em julho de 2021. De acordo com a representação, “atendendo ao pedido do Governo do Distrito Federal, a China, por intermédio de uma empresa chinesa, efetuou a doação de milhares testes de Covid-19, os quais ficaram retidos pela Receita Federal do Brasil no aeroporto em São Paulo, aguardando os procedimentos de desembaraço aduaneiro necessários por parte do destinatário final da referida mercadoria”.
Procurada, a secretaria afirmou que colabora com as investigações do MPDFT e informou que abriu um processo a fim de apurar internamente os acontecimentos envolvendo esta denúncia.
Outros casos
Ainda em 2020, o Distrito Federal perdeu 36,5 mil testes rápidos de detecção da Covid-19 também porque os itens venceram. Na época, em resposta a um pedido feito via Lei de Acesso à Informação (LAI) pelo advogado Marivaldo de Castro Pereira, a Subsecretaria de Logística em Saúde informou que “ocorreu o vencimento de 36.500 unidades oriundas de doação da Secretaria de Economia do DF, com validade para 20 de outubro de 2020”.
Com as informações, o advogado entrou com uma representação no MPDFT. Ainda na época, em nota, a Secretaria de Saúde confirmou a perda dos 36,5 mil testes e informou que o caso estava sob investigação: “A responsabilização está sendo apurada na Controladoria”.
Atualmente, o DF conta com 695.982 testes rápidos para detecção da Covid-19, segundo a Sala de Situação do InfoSaúde, portal de transparência da secretaria. Em relação aos testes RT-PCR, são 9.650 em estoque na rede pública da capital federal.
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