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Após 85 horas de julgamento, depoimento de Adriana fica para esta 3ª

Júri da arquiteta já é o mais longo da história do Distrito Federal. Ela é acusada de ser a mandante do triplo homicídio da 113 Sul

atualizado

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1 de 1 Adriana-Villela1 - Foto: André Borges/Esp. Metrópoles

O aguardado depoimento de Adriana Villela no Tribunal do Júri de Brasília está marcado para esta terça-feira (01/10/2019). No nono dia de julgamento, a arquiteta responderá aos questionamentos da defesa e da acusação. Ela foi denunciada pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) como sendo a mandante do triplo homicídio da 113 Sul.

De acordo com o rito do julgamento, o juiz pergunta primeiro, seguido dos promotores e advogados. Os sete jurados, se quiserem, podem fazer questionamentos por meio do magistrado, no final.

Na tarde desta segunda-feira (30/09/2019) o MPDFT fez questão de apresentar aos jurados que decidirão o futuro da ré imagens dos assassinos condenados pelo crime, as quais reforçariam a tese de que ela foi a mandante do homicídio dos pais e da empregada da família, em 28 de agosto de 2009.

Um dos vídeos, gravado pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), mostra Leonardo Campos Alves fazendo a reconstituição do caso. “Ela disse que era para eliminar os pais e questionou se eles [os outros condenados] não iriam recuar”, declarou a policiais.

No momento da exibição do conteúdo, Adriana deixou o plenário. Segundo a assessoria, a ré evita ouvir detalhes sobre as mortes dos pais e da empregada da família, em 2009. É também uma estratégia da defesa a fim de preservá-la para o interrogatório, adiado para esta terça-feira (01/10/2019), a partir das 9h.

Leonardo é ex-porteiro do prédio onde moravam o ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) José Guilherme Villela e a advogada Maria Villela, pais de Adriana. A empregada do casal, Francisca Nascimento Silva, também foi executada em 28 de agosto de 2009.

Segundo a acusação, Adriana contratou Leonardo para matar os pais por R$ 60 mil. Ele, por sua vez, teria prometido dar R$ 10 mil a Francisco Mairlon Barros Aguiar para executar o crime. Sobrinho de Leonardo, Paulo Cardoso também foi acusado pelo esfaqueamento do trio. Os três foram condenados e estão presos.

O advogado de Adriana, Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, afirmou à imprensa que os depoimentos selecionados pela acusação são “quase um ato desesperado do Ministério Público”. “Entendo que é desleal, porque deveria ter explicado minuciosamente que são depoimentos posteriores à confissão”, afirmou.

Os advogados também reproduziram algumas mídias e documentos, como um depoimento no qual o irmão de Adriana, Augusto Villela, fala à PCDF. “A Adriana tem conflitos normais com a mãe. A tônica dos conflitos não era dinheiro”, frisou.

Interrogatório

A apresentação de imagens que integram o processo ocorre na etapa chamada de leitura das peças. A defesa tinha aberto mão de levar ao plenário elementos dos autos, mas voltou atrás após o MPDFT manter a indicação dos vídeos.

Durante a tarde e a noite desta segunda-feira (30/09/2019), o procurador Maurício Miranda e o promotor Marcelo Leite deixaram o Tribunal do Júri a fim de se prepararem para o interrogatório da ré, próximo passo do julgamento.

O presidente do Tribunal do Júri de Brasília, Paulo Giordano, afirmou na noite de domingo (29/09/2019) que queria terminar o interrogatório nesta segunda-feira (30/09/2019), mas, por causa da quantidade de mídias apresentadas, não foi possível nem iniciá-lo.

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