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Via-Sacra: mesmo com chuva, fiéis emocionados lotam Morro da Capelinha

A tradicional encenação da Via-Sacra no Morro da Capelinha foi retomada nesta sexta-feira (15/4), após dois anos sem o evento

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1 de 1 Via-sacra - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

Após dois anos sem ser realizada em razão da pandemia de Covid-19, a tradicional Via-Sacra do Morro da Capelinha, em Planaltina, ocorre nesta sexta-feira (15/4). Os fiéis começaram a chegar próximo ao horário previsto para a encenação, por volta das 16h. Nem a forte chuva que teve início às 18h afastou a multidão.

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Fiéis chegam ao Morro da Capelinha para a Via-Sacra de 2022
Francisco de Assis e sua esposa Francilene, e as filhas Fernanda, Camila, Maciele Oliveira.
Francisco de Assis e sua esposa Francilene acompanham a Via-Sacra de Planaltina
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Renata Gabriela Souza que já encenou na Via sacra, hoje apresenta o evento aos filhos. Ao lado do marido Tiago de Jesus dos Santos, com os filhos no carrinho, Sophia e Yohan Vieira de Souza

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Morro da Capelinha: veja como vai ficar o trânsito onde será Via-Sacra

A maioria do público era composto por famílias, que chegaram preparadas para acompanhar toda a encenação. Francisco de Assis Lopes, de 54 anos, levou a esposa e as três filhas adolescentes para acompanhar o evento religioso.

“Eu já vim mais de 10 vezes acompanhar a celebração, mas esta é a segunda vez que venho com a família. Tem que ter muita disposição e preparo. Trouxemos cadeiras, água e comida”, contou o morador de Planaltina.

Desde que tinha 12 anos, Lucivânia Aparecida de Jesus, de 46, moradora da Cidade Ocidental, no Entorno do DF, acompanha a Via Sacra de Planaltina. Este ano, ela conta que não veio pagar promessa, mas, sim, agradecer pela vida. “Mesmo estando operada de um dos olhos, eu vim, não desisti de subir o morro. É sempre a realização de um sonho estar aqui, muito emocionante. Não tem nada que me impeça de vir”, detalha ela.

Veja fotos da encenação:

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Renata Gabriela de Sousa e o marido Thiago de Jesus dos Santos levaram os dois filhos pequenos. A mulher disse que já perdeu a conta de quantas vezes o Morro da Capelinha foi seu local preferido para passar o feriado da Sexta-feira Santa.

Ela relatou ter participado da encenação em algumas edições, porém, desta vez, será apenas espectadora. “Estávamos muito ansiosos, na expectativa para vir. Eu queria estar lá em cima encenando, mas por motivos maiores não consegui. Espero participar no próximo ano”, disse Renata.

De acordo com Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF), durante toda a tarde três pessoas precisaram ser atendidas. Uma adolescente, que teve queda de pressão e um adulta que apresentou mal-estar. Além disso, uma atriz idosa, que participa da encenação torceu o pé.

Veja mais imagens da celebração:

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Apesar disso, para a maior parte das pessoas o evento religioso ocorre sem imprevistos. Foi o caso dos namorados Jefferson e Cleide, que vieram para a Via Sacra de bicicleta. Eles saíram de Ceilândia, às 8h30 e chegaram ao Morro da Capelinha perto do início da encenação da Paixão de Cristo.

“É a primeira vez que encaramos o trajeto de bike. Estamos treinando para fazer uma cicloviagem. Já tinha vindo outras vezes de carro, nunca me canso de assistir”, contou Cleide.

O evento contou com o arcebispo de Brasília, Paulo Cezar Costa, e o Padre Rafael Santos. Os padres rezaram com os fiéis e os abençoaram.

Homenagem aos profissionais de saúde

Nesta edição, os organizadores prepararam uma surpresa na cena reservada para homenagear os profissionais que atuaram na linha de frente ao combate da Covid-19. Anjos dos céus tiraram as vestimentas, máscaras de proteção facial e apareceram representando as profissões. Além disso, para simbolizar os dois anos sem a tradicional Via Sacra, atores subiram o morro carregando letras gigantes que formaram a palavra “saudade”.

Por volta das 20h10, aconteceu o ápice da encenação da Paixão de Cristo: a ressurreição de Jesus. Os fiéis que acompanhavam foram ao delício com gritos, aplausos e assovios. Para o efeito da ascensão, o ator foi elevado com a ajuda de cabos de aço. O espetáculo encerrou-se com um show de fogos de artifícios no Morro da Capelinha.

Veja o fim da encenação:

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O advogado Marcelo Ramos, de 34 anos, representa há oito anos Jesus Cristo. Antes de atuar no principal papel da peça, chegou a ser um dos soldados responsáveis pela crucificação. “Foi maravilhoso poder voltar a atuar depois desses dois anos parado. Representar Jesus Cristo, o ícone da nossa fé, é uma experiência gratificante”, comentou.

Segundo o ator, a preparação para a encenação ocorreu durante o período de quaresma. “São 40 dias ensaiando a Via Sacra. Por estar no papel principal, eu treinava todos os dias. E, aos domingos, realizamos os ensaios gerais. O período é muito intenso”, detalhou.

Internet

Com apoio de R$ 800 mil da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, a Via-Sacra do Morro da Capelinha foi transmitida ao vivo pelo canal do YouTube da organização. A pasta firmou um termo de fomento com a instituição Grupo Via-Sacra.

Segundo a organização do evento, 100 mil pessoas acompanharam o espetáculo pela internet.

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