Após 1ª agressão, chef de cozinha invadiu casa de modelo e a espancou
Modelo relatou ter levado socos no rosto e chutes pelo corpo após ficante pegar seu celular sem permissão e ler mensagens
atualizado
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A modelo e estudante de odontologia Geovanna Vitória (foto em destaque), 19 anos, foi espancada duas vezes no mesmo dia pelo subchef de cozinha Junio Rocha, 23. O crime ocorreu na madrugada de sexta-feira da última semana (19/1), em frente a um restaurante situado no Setor de Clubes Sul onde ambos trabalharam juntos.
A jovem relatou ter levado socos no rosto após Junio pegar seu celular sem permissão e ler mensagens que ela teria trocado com outro homem. A violência teria ocorrido fora do horário de trabalho do agressor, que foi demitido após o episódio.
Geovanna explicou que, no dia, ela, Junio e colegas de trabalho estavam planejando sair para se divertirem. A jovem teria deixado o celular desbloqueado no carro de um amigo. O rapaz percebeu e pegou o aparelho escondido. Ao ler as mensagens, teve uma crise de ciúme e partiu para cima da modelo, que só não apanhou mais porque alguns amigos impediram.
Mesmo ferida e com hematomas no rosto, Geovanna conseguiu pilotar sua moto até chegar a casa, em Ceilândia. O agressor apareceu cerca de 10 minutos depois, pulou o muro da residência e começou a espancar a jovem novamente. A prima da modelo estava no imóvel e evitou que a tortura continuasse.
“Meu receio é que ele volte e termine o que começou. Ele sabe onde eu moro, sabe tudo da minha vida, então, tenho muito medo de virar uma estatística”, confidenciou.
Geovanna usou uma rede social para narrar a violência doméstica sofrida.
Veja o desabafo da modelo:
Geovanna narrou que ela e o agressor não tinham um namoro concretizado e que durante os dois meses em que ficaram juntos como “ficantes” ele nunca havia dado indícios de que poderia agredi-la fisicamente. “Ele já havia levantado o tom de voz algumas vezes, mas sempre me pedia desculpas depois”, relatou.
“Algumas pessoas me falavam que ele já havia agredido uma ex, mas eu nunca acreditei, porque outras me falavam que era tudo mentira”, completou a estudante de odontologia.
Preso, mas liberado dois dias depois
Após a sessão de violência, a vítima e sua prima ligaram para o pai de Geovanna e fizeram a denúncia para a polícia, que, logo em seguida, prendeu Junio em flagrante perto de uma estação de metrô de Ceilândia.
O restaurante informou que “lamentou” e “repudiou” o episódio. Junio ficou preso por dois dias e acabou liberado sem precisar pagar fiança. A Justiça deferiu o pedido de medida protetiva, e ele deverá permanecer distante da modelo sob pena de voltar à prisão.
A reportagem não localizou o subchef ou a defesa dele para comentar a prisão. O espaço segue aberto.
Recorde
O Distrito Federal fechou o ano de 2023 com o maior número de feminicídios da série histórica, iniciada em 2012. Trinta mulheres morreram em razão de gênero, segundo dados consolidados da Secretaria de Segurança Pública (SSP-DF).
Em 2024, em sete dias, a capital do país registrou três casos de feminicídio. A última vítima foi Antônia Maria da Silva.