Apenas 1% dos postos do Distrito Federal tem gasolina para vender
Previsão é que combustível comece a chegar ainda nesta quarta-feira (30/5). Filas quilométricas se multiplicam pela cidade
atualizado
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Apenas 1% dos 322 postos do Distrito Federal tem gasolina para vender na noite desta quarta-feira (30/5). Por conta da greve dos caminhoneiros, faltou álcool anidro para adicionar ao combustível. No fim da tarde, caminhões-tanque com o produto, vindos de Goiás, chegaram à capital do país. A previsão é que ainda nesta noite alguns estabelecimentos recebam gasolina já misturada pelas distribuidoras e retomem o abastecimento.
Filas quilométricas se espalharam por todas as regiões administrativas. Uma cena nunca vista pelos brasilienses. Durante todo o dia as reclamações se multiplicaram na mesma velocidade que as filas. Nas redes sociais, a pergunta mais frequente era onde havia gasolina. De carro ou com galões, os consumidores faziam peregrinações para conseguir qualquer quantidade do produto. Brigas foram registradas em alguns postos.
Além dessa remessa, segundo a Secretaria da Segurança Pública e da Paz Social (SSP), a Polícia Rodoviária Federal (PRF) escoltou nove caminhões, da cidade de Ipameri (GO) a Brasília, com carga de 281 mil litros de álcool hidratado. O carregamento foi entregue às 16h no Setor de Indústria e Abastecimento (SIA). Esse combustível é uma alternativa para os veículos flex.
Por volta das 17h, dois caminhões com 60 mil litros, dois com 40 mil e um com 25 mil entraram no terminal de abastecimento da Petrobras no SIA, além de dois veículos com gás de cozinha. Entre esta quarta (30) e a quinta-feira (31), o combustível será levado a postos do DF.
“A nossa maior preocupação hoje é com gás de cozinha. Tivemos abastecimento de frutas, verduras, ração e soro fisiológico”, afirmou Rollemberg.
Segundo o governador, as unidades de ensino da rede pública do Distrito Federal ainda têm gás de cozinha para fazer as refeições e, como o feriado de Corpus Christi já estava previsto no calendário escolar, o insumo não faltará. “Estamos negociando com fornecedores para garantir o abastecimento e em contato com o Procon para manter o controle de preços “, acrescentou.
Preços
Rollemberg disse, ainda, que serão tomadas medidas para evitar uma nova alta no preço do combustível. Uma delas é não reajustar a alíquota do Imposto Sobre a Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS).
Outra iniciativa é atualizar a tabela de preços mensalmente, e não quinzenalmente. “A Secretaria de Fazenda é obrigada a fazer pesquisa de preço a cada 15 dias nos postos de combustível. Estamos solicitando que sejam aplicados os valores da última quinzena, ou seja, um valor menor”, informou o governador.
Saúde
Ainda de acordo com Rollemberg, o DF recebeu nesta quarta (30) “um grande quantitativo” de soro fisiológico, suficiente para abastecer os hospitais pelos próximos 15 dias. “A partir de segunda-feira [4/6], a rede pública poderá funcionar com toda a capacidade.”
O secretário de Saúde, Humberto Fonseca, afirmou não faltar combustível para ambulâncias e disse que a alimentação nos hospitais foi normalizada. “Fizemos o pagamento ontem [29] e as empresas confirmaram o retorno da alimentação. Os acompanhantes também serão atendidos. Não faltam medicamentos.”
Gabinete de crise
Os anúncios ocorreram no fim da tarde desta quarta-feira (30), após reunião do gabinete de crise criado para coordenar e articular as ações do governo local durante a paralisação dos caminhoneiros. O objetivo do grupo é avaliar a situação do movimento e definir novas medidas, se forem necessárias.
O gabinete de crise foi instituído oficialmente por meio de portaria publicada no Diário Oficial do Distrito Federal da última sexta (25). Fazem parte dele secretários de Estado, comandos da Polícia Civil e da Polícia Militar, do Corpo de Bombeiros e de órgãos de trânsito, além de representantes da área jurídica, da Agência de Fiscalização (Agefis) e do Instituto de Defesa do Consumidor do Distrito Federal (Procon-DF).