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“Apanhei por nada”, diz vizinho agredido por coronel na Asa Sul

Vítima relatou ao Metrópoles que agressão teria sido motivada por discussão sobre um vazamento que afetava o apartamento do tenente-coronel

atualizado

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Imagem cedida ao Metrópoles
Imagem em preto e branco. Print de câmera de segurança mostra momento em que homem de camiseta escura, bermuda clara e tênis branco agride outro homem, que não tem o rosto nítido, mas veste camiseta e bermuda escuras. Os dois estão próximos a uma portaria de vidro
1 de 1 Imagem em preto e branco. Print de câmera de segurança mostra momento em que homem de camiseta escura, bermuda clara e tênis branco agride outro homem, que não tem o rosto nítido, mas veste camiseta e bermuda escuras. Os dois estão próximos a uma portaria de vidro - Foto: Imagem cedida ao Metrópoles

O homem de 46 anos que apanhou do tenente-coronel da reserva do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF) Alisson Bezerra de Carvalho, 48, afirmou ao Metrópoles que “apanhou por nada”.

Três dias após o episódio, a vítima conversou com a reportagem e contou que a discussão com o tenente-coronel, que também é vizinho dele, teve como motivação um vazamento.

Alisson dizia que o problema era causado pelo apartamento da vítima, mas, na verdade, o vazamento era responsabilidade do condomínio.

“Foi na cobertura do condomínio e a terceira vez que ele reclamou comigo por esse motivo. A situação nunca foi provocada pelo meu imóvel. O condomínio havia informado que arcaria com as despesas. Eu apanhei por nada”, comentou.

A vítima também relatou que pediu autorização para instalar uma câmera de segurança na frente do próprio apartamento. “Eu estava com medo. Ele é muito agressivo e foi ignorante. Entrei na Justiça contra o coronel por causa de toda essa situação”, disse.

“[A agressão] foi covarde porque eu estava de costas para ele e não queria conversar devido ao histórico que ele tem de confusão no condomínio”, completou a vítima.

Flagrante

A agressão aconteceu no Bloco H da 204 Sul. Imagens do circuito de segurança do prédio flagraram a cena, registrada na última terça-feira (5/12).

Pelas imagens, é possível ver quando o oficial bate boca com o vizinho e, depois, passa a agredi-lo com tapas. A vítima, então, tenta entrar no hall para subir ao próprio apartamento.

Assista:

Testemunhas relataram que a confusão aconteceu na frente de crianças, do porteiro e de outros moradores do edifício residencial.

Um vizinho que estava no pilotis com o filho contou que ouviu uma discussão acalorada entre o tenente-coronel e outro vizinho; logo depois, escutou Alisson, aparentemente irritado, gritar para a vítima: “Filho da puta. Eu vou te bater”.

A testemunha acrescentou que a situação só se encerrou porque a esposa da vítima chegou ao estacionamento do prédio. Então, o casal deixou o local de carro.

A vítima registrou boletim de ocorrência na 1ª Delegacia de Polícia (Asa Sul), por crime de ameaça, injúria e lesão corporal.

Versões

Na ocorrência registrada pela Polícia Civil (PCDF), a vítima relatou que saía de casa, por volta das 16h40, quando foi abordada pelo oficial para conversar sobre um vazamento no apartamento. O vizinho disse que não falaria sobre o assunto e que esperava o resultado de uma averiguação.

O homem detalhou, então, que o bombeiro o empurrou e começou a ofendê-lo, enquanto ele tentava entrar no elevador social. Na sequência, foi surpreendido com um soco na orelha direita.

Em depoimento à PCDF, o tenente-coronel disse que havia percebido um vazamento em casa, no último domingo (3/12). O problema, segundo o bombeiro, tinha origem no imóvel acima do dele, na área do banheiro de serviço. O militar alegou que, desde então, tentava contato com o vizinho, mas sem sucesso.

Na tarde de terça-feira (5/12), os dois se encontraram na escada do prédio. O oficial teria questionado o vizinho sobre a solução do vazamento, mas teria recebido a resposta de que o morador do imóvel “tinha nada para falar com ele”.

Em seguida, o vizinho supostamente mostrou o dedo médio para o bombeiro, que alegou ter ficado nervoso e dado um empurrão com as duas mãos contra a vítima.

Até a mais recente atualização desta reportagem, o Metrópoles não havia conseguido contato com o tenente-coronel Alisson. O espaço segue aberto para eventuais manifestações.

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