Ao contrário de Bolsonaro, governador do DF defende pardais
A fala de Ibaneis Rocha foi uma resposta ao presidente da República, que reclamou da quantidade de radares na capital do país
atualizado
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O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), reagiu à crítica feita pelo presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), de que Brasília teria radares eletrônicos em excesso. Durante o evento Marcha para Jesus e pela Família, realizado nesse domingo (11/08/2019), na Esplanada dos Ministérios, o chefe do Palácio do Planalto disse que está “numa luta para acabar com essa roubalheira”, referindo-se aos pardais de controle de velocidade. Na sequência, afirmou que Ibaneis iria “comprar essa briga” e que “ninguém consegue andar em Brasília sem ser multado”.
Na manhã desta segunda-feira (12/08/2019), ao reabrir leitos na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Sobradinho, o emedebista rebateu o presidente. “Aqui no DF, eu defendo a vida em primeiro lugar. Se for necessário aumentar o número de pardais, vou fazer”, respondeu.
Ibaneis disse, também, que cabe a Jair Bolsonaro a iniciativa de apresentar propostas para mudar a legislação sobre a fiscalização de trânsito no país. “O presidente tem um grande instrumento em sua mão: primeiro, porque ele pode encaminhar projeto de lei ao Congresso, e eu não. Segundo, é que o Denatran [Departamento Nacional de Trânsito] pode regulamentar a utilização desses pardais. É um bom momento para o debate. A intenção do presidente não trai os compromissos de campanha, mas, aqui, eu continuo defendendo a vida. Este é o meu ponto de vista”, sustentou o chefe do Palácio do Buriti.
Justiça impede medida
Em abril, a Justiça Federal já havia decidido, de forma cautelar, que nenhum medidor de velocidade fosse retirado ou desligado das rodovias federais do Brasil. O parecer foi emitido depois que o presidente Jair Bolsonaro determinou o cancelamento da instalação de mais de 8 mil radares.
Na ocasião, juíza Diana Wanderlei, da 6ª Vara da Seção Judiciária do Distrito Federal, determinou ainda que os contratos celebrados com as concessionárias fornecedoras dos medidores de velocidade, previstos no Programa Nacional de Controle Eletrônico de Velocidade, que estivessem para expirar, fossem renovados por mais 60 dias.
A decisão é resultado de uma ação popular movida pelo senador Fabiano Contarato (Rede-ES) em desfavor da União, do presidente da República e do Departamento de Infraestrutura de Transportes (Dnit). Contarato já foi diretor-geral do Departamento Estadual de Trânsito do Espírito Santo.