Ao acordar, 1ª paciente com Covid-19 no DF pediu: “Amor, vem aqui”
Cláudia Maria ficou internada por três meses e passou por três hospitais enquanto lutava contra as complicações causadas pela Covid-19
atualizado
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A primeira paciente diagnosticada com coronavírus no Distrito Federal, Cláudia Maria Patrício de Souza Costa da Silva, 52 anos, disse que, mesmo com pouca voz, chamou pelo marido quando voltou à consciência enquanto estava internada.
Em entrevista ao Fantástico exibida neste domingo (21/06), Cláudia disse como reagiu ao acordar. “Foi encantador, porque ele tinha dormido lá na cadeira e eu não tinha muita voz”. “Eu gritei por ele: amor, vem aqui. Você tá aqui, deixa eu pegar em você”, afirmou.
A advogada de 52 anos disse que está muito bem e tem certeza de que logo vai se recuperar completamente.
O marido de Cláudia, André Luís Souza Costa da Silva, 45, contou que os três meses em que a esposa ficou internada foram os “momentos mais críticos” de sua vida. “O lugar dela à mesa preparei desde o dia em que ela não estava aqui. Não deixava ninguém tocar, esperando que ela voltasse, porque tinha certeza de que ela ia voltar”, afirmou.
“Jamais podemos perder a esperança e desacreditar da força do amor”, pontuou Silva.
Veja fotos do casal e família:
Cláudia recebeu alta nessa terça-feira (16/06). Ela estava no Hospital Brasília, mas passou antes por outras duas unidades brasilienses: o Hospital Daher, no Lago Sul, e o Hospital Regional da Asa Norte (Hran), onde chegou a ocupar um leito na unidade de terapia intensiva (UTI).
No dia 4 de março de 2020, a mulher procurou ajuda médica. E a paciente só teve alta mais de três meses depois.
O diagnóstico positivo para Covid-19 veio após a advogada chegar de uma viagem que fez para Londres, na Inglaterra, com o marido. Eles também visitaram a Suíça.
Silva também testou positivo para o novo vírus. O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) intimou o homem a ficar em isolamento domiciliar. Ele se recuperou depois.
Luta pela vida
Em meados de março, com sucessivos quadros de febre, a advogada atravessou seu período mais crítico. No fim daquele mês, a pasta de Saúde passou a classificar o caso como gravíssimo. Com síndrome aguda respiratória severa, permaneceu em coma induzido e respirando por aparelhos.
No começo de abril, voltou a ter piora, dessa vez no quadro renal, e teve de passar por traqueostomia. Desde o dia 20 de abril, no entanto, o Hran havia suspendido os boletins sobre o estado de saúde da paciente, a pedido da família, que solicitou direito à privacidade sobre as informações.