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Antes de se tornar presidente, Vasco Gonçalves deu prejuízo milionário ao BRB

Ele foi autuado em 2005 por comprar títulos do Banco Santos e perder R$ 5,3 milhões da Regius, o fundo de pensão dos servidores do banco

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brb, presidente, vasco gonçalves
1 de 1 brb, presidente, vasco gonçalves - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

Quatorze anos antes de se tornar personagem de um suposto escândalo de corrupção orquestrado pela cúpula do Banco de Brasília, o agora ex-presidente do BRB Vasco Cunha Gonçalves esteve entre os responsáveis por um prejuízo milionário causado à instituição financeira. Em 2004, graças a investimentos suspeitos, a Regius – fundo de pensão dos empregados do banco – perdeu R$ 5,3 milhões, mais de R$ 10 milhões em valores atualizados. Vasco foi diretor Financeiro da Regius.

Ao lado de outros três gestores, Vasco Gonçalves sofreu condenação pela Câmara de Recursos da Previdência Complementar (CRPC), do então Ministério da Previdência Social, com a exigência de que ele e os outros dois pagassem multa de R$ 20 mil. O processo interno foi questionado diversas vezes pela defesa de Vasco, porém os conselheiros mantiveram a decisão de que houve irregularidade na operação financeira.

Assim, o ex-presidente do BRB acionou a Justiça Federal para tentar anular o processo. No entanto, também teve a demanda negada.

Veja a decisão:

Sentença contra Vasco Gonça… by on Scribd

 

Vasco Cunha Gonçalves, Elias José Pereira de Souza Filho, Hugo Arnaldo Bicalho e Marcos André Prandi foram autuados em 30 de novembro de 2005 por aplicarem recursos garantidores das reservas técnicas, provisões e fundos dos planos de benefícios, em desacordo com as diretrizes estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

De acordo com o relatório do auto de infração, a entidade adquiriu, em 8 de junho de 2004, certificado de depósito bancário (CDB) emitido pelo Banco Santos no valor de R$ 5 milhões, com prazo de resgate de 181 dias, até dezembro do mesmo ano, no valor provisionado de R$ 5,3 milhões absorvido como prejuízo à entidade.

A alegação era de que o investimento havia sido realizado no âmbito de consultoria contratada, a Lopes Filho & Associados. Porém, a compra dos títulos do CDB com período de resgate de 181 dias e taxa de juros de 105% não era aconselhada nem pela empresa. A Lopes Filho & Associados, segundo consta da decisão da Câmara de Recursos da Previdência Complementar, afirmava que a operação era de baixo risco se fosse realizada a curto prazo, menos de 90 dias.

Posteriormente, o Banco Santos teve decretada intervenção pelo Banco Central do Brasil, em 12 de novembro de 2004, o que ocasionou o prejuízo de R$ 5,3 milhões.

ReproduçãoÀ época, Vasco Gonçalves argumentou que a decisão do investimento deu-se no âmbito de diretoria específica do BRB e era absolutamente desnecessário que a matéria passasse pelo Comitê de Investimentos, pois a operação ocorreu dentro do limite de alçada da gerência específica.

Porém, em abril de 2012, o conselheiro da Câmara de Recursos da Previdência Complementar Hilton de Enzo Mitsunaga, representante do poder público, manteve multa pecuniária de R$ 20 mil em relação a Elias José Pereira de Souza Filho, Vasco Cunha Gonçalves, Hugo Arnaldo Bicalho e Marcos André Prandi.

Todos os recursos e embargos foram negados, e o processo transitou em julgado.

A reportagem entrou em contato com o BRB para saber por que Vasco foi nomeado presidente mesmo diante de uma condenação, mas não obteve resposta até a última atualização desta matéria. A defesa do ex-dirigente não foi localizada.

Circus Maximus
Como é servidor do Banco de Brasília, Vasco respondeu a todo o processo exercendo suas funções, como lhe é de direito. E, mesmo sofrendo sanções devido à má gestão, em 2015 tomou posse no cargo de presidente do BRB.

Recentemente se licenciou da instituição, pois assumiria o cargo de diretor-presidente do Banco do Estado do Espírito Santo (Banestes), mas, ao ser preso com a deflagração da Operação Circus Maximus, do Ministério Público Federal (MPF) e da Polícia Federal (PF), renunciou ao posto.

Lançada na manhã de terça-feira (29/1), a Circus Maximus mirou a cúpula do BRB. O MPF e a PF revelaram um suposto esquema criminoso que teria movimentado R$ 400 milhões da instituição financeira, a qual tem 96,85% das ações ordinárias controladas pelo Governo do Distrito Federal.

papel de cada um dos alvos da Operação Circus Maximus é descrito nas autorizações judiciais expedidas pelo juiz federal da 10ª Vara do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), Vallisney de Souza Oliveira.

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