Antes de morrer por Covid, PM do DF deixou áudio emocionante. Ouça
Debilitado, Webert Primo Mendes, 47 anos, faleceu horas depois, no domingo (25/4), em um hospital do Gama
atualizado
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Antes de perder a luta para a Covid-19, um sargento da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), já debilitado pela doença e com dificuldades para respirar, enviou um áudio para a filha em tom emocionado de despedida. Webert Primo Mendes, 47 anos, morreu horas depois, no domingo (25/4), em um hospital da Asa Norte.
O sargento era conhecido na região de Ceilândia por ter trabalhado no Grupo Tático Operacional (Gtop), no 8º Batalhão da PM (BPM) e no 11º BPM. Ligado a um respirador, o policial usou o WhatsApp para enviar a mensagem aos familiares. “É chegado o tempo, senhores. Se arrependam, porque a vida passa num piscar de olhos. Estou indo sem rancor, sem raiva, estou indo muito bem, muito sereno, muito tranquilo. Peço a Deus que o sofrimento seja o mínimo possível”, disse.
Ouça:
Webert foi enterrado na segunda-feira (26/4), no Cemitério de Taguatinga, sob forte comoção. Amigos de farda e parentes acompanharam o cortejo até o sepultamento. O policial morreu quatro dias depois do terceiro-sargento Hamilton Castro da Silva falecer, na última quarta-feira (21/4), também vítima da Covid-19. Hamilton trabalhava na Diretoria de Pessoal Militar (DPM), mas já serviu no Gtop 21 e lecionou no Colégio Militar Tiradentes.
Mais mortes
No último dia 15, a PMDF também perdeu o sargento Afonso Cláudio Ferreira para a doença. O policial estava lotado na Casa Militar. Ferreira foi o PM que, em fevereiro de 2020, salvou uma família de um incêndio na Quadra 4 da Candangolândia. À época, o homem escutou o grito de socorro dos moradores, às 5h30, arrebentou a porta da frente da casa e resgatou duas mulheres e três crianças que estavam na residência.
Um dia depois, a corporação registrou a morte, também por Covid-19, do segundo-sargento Sérgio Rodrigues dos Reis. Ele trabalhava na Diretoria de Veteranos, Pensionistas e Civis (DVPC).
Oficialmente, a PMDF confirma 34 mortes causadas pela Covid-19 entre militares da ativa. O Metrópoles apurou que, somando as vítimas que já estavam na reserva remunerada, o número sobe para 70.