Antes convocados, generais do Exército agora são convidados pela CPI do DF
Para evitar “desmoralização”, requerimentos de convocações foram transformados em convites após reuniões com assessores de generais
atualizado
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A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) em andamento na Câmara Legislativa do Distrito Federal teve novo movimento que atinge o Exército. Requerimentos de convocações dos generais Augusto Heleno e Gustavo Henrique Dutra foram transformados em convites nesta quinta-feira (11/5), para não “desmoralizar” os envolvidos.
Os deputados distritais que investigam os atos antidemocráticos já haviam convidado os generais, mas eles não compareceram para prestar depoimentos. Augusto Heleno, por exemplo, chegou a alterar o calendário dos trabalhos da Comissão, pedindo para falar em uma data específica. Nas vésperas, porém, ele reclinou.
Com essa negativa, os parlamentares aprovaram, então, convocações, que obrigariam ambos a prestar depoimento. Porém, nas últimas semanas, assessores dos generais fizeram uma série de visitas à Câmara Legislativa, com reuniões com distritais, e confirmaram a presença deles, desde que fossem convidados, para não gerar desgaste à imagem.
O presidente da CPI, Chico Vigilante (PT), esclareceu a mudança no começo da sessão. “Nós recebemos uma delegação de militares. Eles pediram para transformar as convocações em convites, e aí, ele garantiria a presença dos generais. O deputado Hermeto ouviu.”
Coronel Elcio Franco
Na extrapauta do dia, Vigilante ainda colocou o pedido de convocação do coronel Elcio Franco, da reserva do Exército e número 2 do Ministério da Saúde sob gestão de Bolsonaro, que é suspeito de planejar um golpe de Estado, segundo áudios obtidos pela CNN.
Os distritais também convocaram o coronel Paulo José Ferreira de Souza Bezerra, que era da subchefia de Operações do Departamento de Operações da PMDF. Ele foi exonerado pelo então interventor federal, Ricardo Cappelli, em 10 de janeiro.
Nesta quinta-feira, os deputados vão colher o depoimento do ex-comandante da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) Fábio Augusto Vieira. Acompanhe:
O coronel comandava a corporação em 8 de janeiro, quando bolsonaristas radicais invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes.
Vieira chegou a ficar preso por 24 dias por suspeita de omissão no momento dos ataques, mas foi solto em 3 de fevereiro após relatório elaborado pelo então interventor da segurança pública no Distrito Federal, Ricardo Cappelli, apontar que ele não teve responsabilidade direta na falha de ações contra os atos.
Na decisão em que liberou o ex-comandante-geral da cadeia, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), ressaltou que o policial “esteve presente na operação, foi ferido no combate direto aos manifestantes e não teve as suas solicitações de reforços atendidas”.
Veja um resumo dos primeiros depoimentos da CPI: