Anta resgatada de queimadas no DF morre após 30 dias de tratamento
Animal ficou sob cuidados intensivos da equipe do hospital veterinário do Jardim Zoológico de Brasília, mas morreu na última 6ª feira
atualizado
Compartilhar notícia
A Fundação Jardim Zoológico de Brasília informou, na tarde desta quarta (23/10), que a anta macho resgatada das queimadas no Parque Nacional (Parna) da cidade morreu na última sexta-feira (18/10). O animal chegou ao espaço em 18 de setembro, em estado crítico, com quadro de desnutrição grave, queimaduras nas quatro patas e sinais de inalação de fumaça.
Durante 30 dias, a anta recebeu cuidados intensivos da equipe do hospital veterinário do zoológico, de zootecnistas, bem como apoio de veterinários parceiros.
Ao longo do tratamento, o animal demonstrou progressos, com melhora no quadro de desnutrição e sinais promissores na recuperação das queimaduras no corpo e nos cascos.
O zoo comunicou que a anta se alimentava bem e consumia folhas frescas, frutas e legumes, além de beber bastante água. No entanto, na sexta-feira (18/10), ela não resistiu. A causa da morte é investigada, e a equipe do espaço aguarda o resultado da necropsia, efetuada por especialistas da Universidade de Brasília (UnB).
A direção do Zoológico de Brasília destacou a importância desse animal na biodiversidade do Cerrado, especialmente no processo de dispersão de sementes. “A morte da anta serve como um alerta para as ameaças que a fauna enfrenta, como as queimadas, a fragmentação de habitats e acidentes com veículos”, ressaltou a instituição, por meio de nota.
Atualmente, a equipe do zoológico continua o trabalho de recuperação de outros animais resgatados de queimadas no DF nos últimos meses, entre eles dois tamanduás-bandeira e um urubu, que têm apresentado sinais de recuperação.
Resgate e curativo com pele de tilápia
A anta foi resgatada em 18 de setembro último, próximo a uma área de queimada na região do Córrego do Bananal. O animal era jovem, tinha 73 kg e estava com as quatro patas feridas, devido ao fogo.
À época, a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) detalhou que a anta estava muito perto da área afetada e, por isso, ficou vulnerável. Pelo fato de estar “responsiva no momento do resgate”, o animal ainda teve de ser sedado.
Em 25 de setembro, a anta passou por procedimento para tratar as queimaduras nas patas. Veterinários da Fundação Jardim Zoológico de Brasília aplicaram pele de tilápia no local, para auxiliar na cicatrização dos ferimentos.
O curativo de pele de tilápia contribui com esse processo por cobrir o machucado; evitar a contaminação e perdas líquidas; diminuir o número de troca de curativos; e amenizar a dor e o sofrimento do animal.
O peixe é criado em água doce, tem rápida reprodução e costuma disseminar menos doenças. O curativo de pele de tilápia, inclusive, pode ser retirado no fim do tratamento de queimaduras de segundo grau, não requer o uso de analgésicos ou anestesias e tem tempo de cicatrização entre um e dois dias.
Veja imagens do procedimento: