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Ansiedade e depressão afastaram 10 trabalhadores por dia na pandemia

Na pandemia, 7.776 profissionais no Distrito Federal foram afastados do trabalho pelo INSS por conta de problemas de ansiedade e depressão

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como fugir do burnout em 2022
1 de 1 como fugir do burnout em 2022 - Foto: Yanka Romão/Metrópoles

Por dia, 10 profissionais foram afastados do trabalho pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) em 2020 e 2021, no Distrito Federal, por conta de problemas de ansiedade e depressão. Nesses dois anos, foram 7.776 trabalhadores afastados por essas razões.

Os números constam na plataforma Smart Lab, desenvolvida pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) em parceria com a Organização Internacional do Trabalho (OIT). Ao todo, em 2020, ano em que começou a pandemia de Covid-19, houve 4.717 afastamentos pelo INSS por ansiedade e depressão no DF. Em 2021, o número caiu para 3.059. A plataforma não contém ainda dados de 2022.

Os dados na página aparecem divididos por afastamentos acidentários (B91) e não acidentários (B31). O primeiro é aquele em que a pessoa deixa temporariamente o serviço por conta de algum acidente de trabalho ou uma doença ocupacional. O segundo ocorre quando a pessoa é acometida por uma doença ou por acidente não relacionado ao trabalho.

“Um afastamento acidentário provém de um acidente de trabalho. Por exemplo, se a pessoa sofre assédio, uma das consequências pode ser a depressão. Além disso, outra várias coisas podem provocar depressão, ansiedade, burnout. O burnout especialmente, que é provocado pelo trabalho e implicaria em afastamento acidentário”, pontua o professor Wanderley Codo, do Departamento de Psicologia Social e do Trabalho da Universidade de Brasília (UnB).

O portal considera o universo de trabalhadores com vínculo de emprego. Veja os números ano a ano:

2019:

  • Acidentários: 163 afastados por depressão/episódios depressivos; e 184 por transtornos ansiosos e fóbicos
  • Não acidentários: 1.997 afastados por depressão/episódios depressivos; e 1.368 por transtornos ansiosos e fóbicos
  • Total: 2.160 afastados por depressão/episódios depressivos e 1.552 por transtornos ansiosos e fóbicos

2020:

  • Acidentários: 54 afastados por depressão/episódios depressivos; e 57 por transtornos ansiosos e fóbicos
  • Não acidentários: 2.503 afastados por depressão/episódios depressivos; e 2.103 por transtornos ansiosos e fóbicos
  • Total: 2.557 afastados por depressão/episódios depressivos e 2.160 por transtornos ansiosos e fóbicos

2021:

  • Acidentários: 74 afastados por depressão/episódios depressivos; e 116 por transtornos ansiosos e fóbicos
  • Não acidentários: 1.475 afastados por depressão/episódios depressivos; e 1.394 por transtornos ansiosos e fóbicos
  • Total: 1.549 afastados por depressão/episódios depressivos e 1.510 por transtornos ansiosos e fóbicos

Possíveis causas

Wanderley Codo explica que, em geral, os efeitos da pandemia sobre a saúde mental da população são agravantes, e não determinantes.

“O primeiro ponto a destacar é que a pandemia agrava o quadro de problemas de saúde mental”, diz. “Normalmente, as pessoas têm os amigos, saem para beber um vinho, vão em um show, em uma festa, e esses momentos foram roubados por conta da pandemia”, completa psicólogo do trabalho e autor de livros como “Educação: carinho e trabalho”

Codo comenta que esse agravamento pela pandemia pode ser notado com a alta de casos de afastamento em 2020. “Esse aumento do número em 2020 pega o período em que a pandemia estava mais grave, porque em 2021 ela já sofreu uma diminuição da gravidade e, ao mesmo tempo, a gente aprendeu a lidar melhor com ela. Também diminuiu o medo de morrer, porque temos cada vez menos casos graves e menos internações”, ressalta.

Além da pandemia, Wanderley Codo destaca que a crise econômica também tem causado forte impacto na saúde mental da população.

“Vemos a saúde desmontada, a educação desmontada, a crise. Claro que tem maior chance de desenvolver depressão e ansiedade aquela pessoa que não tem o que dar de comer para o seu filho”, diz.

Como evitar?

Para evitar problemas de saúde mental ligados ao trabalho especialistas recomendam uma rotina saudável, com melhor gerenciamento do tempo, alimentação e descanso adequados.

Confira algumas dicas para evitar o burnout:

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Como evitar um burnout no trabalho
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