Ano de Iansã: Réveillon na Praça dos Orixás encanta público
Gratuita, a programação reuniu diversos shows e apresentações culturais que celebraram as religiões de matriz africana
atualizado
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Vestidas de branco e com acessórios característicos da umbanda e do candomblé, milhares de pessoas se reuniram na Praça dos Orixás, nesta terça-feira (31/12), para celebrar a chegada de mais um ano. Gratuita, a programação reuniu diversos shows e apresentações culturais que celebraram as religiões de matriz africana.
A festa, que começou nessa segunda-feira (30/12), seguiu no início da noite de hoje com DJs, baterias da Aruc e Capela Imperial, Rosemaria e Célia Rabelo e muito mais. À meia-noite, a tradicional queima de fogos iluminou a Prainha.
A mãe-de-santo e cartomante Katia Urania, 55 anos, frequenta a Prainha há duas décadas. Para ela, a organização deste ano merece destaque. “Está muito melhor. Tem policiamento, estrutura, iluminação, organização. Houve um amor e carinho para com o público afro“, considera Katia.
A cartomante alerta que 2025 é “um ano de fechamento de ciclo”. “2025 é o ano de Iansã, um ano de fechamento de ciclos e de organização em todos os sentidos. Então, desejo que Iansã, rainha que vem dos ventos, traga abundância, crescimento, bonança para nossas vidas. É o que desejo para todos nós”, encerra.
As servidoras públicas Maíra Corrêa, 44 anos, e Tálita Vieira, 37, passam a virada de ano na Praça dos Orixás desde 2017 e acreditam que a praça e as imagens dos orixás precisam de manutenção. “Estou achando a festa bem legal, gostei do fato de serem dois dias de shows, mas é uma pena que a praça e as imagens dos orixás estejam descuidadas”, comenta Maíra. “A gente está sem uma estátua de Ogum, por exemplo. Improvisaram um ali, mas a gente sente falta”, completa Kálita.
“Esse descaso com a estrutura não passa despercebido pelo povo de terreiro. Além disso, não temos calçadas, o chão está esburacado… é preciso infraestrutura para receber mais e mais pessoas”, pontuam as mulheres.
Veja fotos do Réveillon na Prainha:
As artesãs Patricia Sales, 47 anos, e Márcia Alecrim, 42, consideram que a Praça recebeu um bom público nesta segunda e terça-feira. “Ontem recebemos muita gente de fora de Brasília. Já hoje são pessoas que estão acostumadas a vir todo ano e acabam não visitando a feira”, comentam.
“Nos últimos três anos, após a pandemia, a movimentação diminuiu muito. Neste ano, aparentemente está melhor”, explicou.
Com shows de Patacori, Joia do Couro e Obará, a festa seguiu até as 6h.