Analgésico, luva, seringa. Faltam insumos básicos em unidades do Iges
Segundo profissionais da saúde, estoques de medicamentos, luvas e insumos básicos enfrentam desabastecimento desde o fim de 2021
atualizado
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As unidades do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (Iges-DF) enfrentam uma crise de desabastecimento de medicamentos, luvas e insumos básicos. Falta até mesmo o analgésico dipirona.
Esses itens estão em falta para tratamento de pacientes no Hospital de Base, no Hospital Regional de Santa Maria e nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) de São Sebastião, Vicente Pires, Ceilândia, Brazlândia e Gama.
O Metrópoles recebeu as denúncias de profissionais da saúde do Iges-DF. Com medo de possíveis perseguições, todos pediram para ter os nomes mantidos em sigilo. A crise de desabastecimento começou no fim de 2021 e vem se agravando.
Segundo os relatos, as unidades sofrem com o desabastecimento de dipirona, buscopan e tenoxicam, além de luvas, lençóis, seringa, soro e descarpack, para descarte de itens perfurantes.
“Faltar dipirona em uma unidade de primeiro atendimento é a mesma coisa que faltar água em uma torneira”, comparam profissionais da saúde da UPA de São Sebastião.
De acordo com as denúncias, quando os estoques estão zerados, o Iges-DF envia pequenos lotes para minimizar o problema. Contudo, os carregamentos terminam rapidamente. E as equipes de plantão precisam se desdobrar.
Galões
No pronto-socorro do Hospital de Base, as equipes não contam com descarpack; por isso, deixam os perfurantes em galões improvisados.
Sem receber pacotes de soro de 200ml adequados para diluir medicamentos, as equipes precisam usar pacotes de 500ml. Com isso, há desperdício do insumo.
Equipes de plantão do Hospital Regional de Santa Maria não têm acesso a luvas de procedimento e acabam usando as cirúrgicas. A unidade não tem lençóis para os pacientes.
Para garantir o tratamento dos pacientes, as equipes acabam comprando medicamentos e pedindo ajuda até mesmo para ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
Outro lado
Ao Metrópoles o Iges-DF informou que, “atualmente, não há registro de falta de insumos que causem paralisação de qualquer serviço nas unidades administradas pelo Instituto. Os estoques de analgésicos e antitérmicos como paracetamol, ibuprofeno e buscopan (escopolamina) estão abastecidos em todas as unidades. No caso da dipirona, há o medicamento para uso injetável. Em relação ao tenoxican, há quantidade suficiente para dois meses.”
Além disso, o instituto destacou que “as luvas estão abastecidas em todos os tamanhos. Sobre seringas, há estoques de todo os tipos, com exceção da seringa de 20ml, que pode ser substituída por outra de tamanho diferente, sem prejuízo ao paciente, até que o estoque esteja reabastecido, o que está previsto para os próximos dias.”
Sobre o restante da denúncia dos profissionais da saúde, o Iges-DF acrescentou que “não há falta de soro, ainda assim, informamos que há uma nova remessa do item com previsão de entrega para hoje. Além disso, há em todas as unidades caixas para descarte de resíduos hospitalares (descarpack). Os enxovais de lençóis, cobertores e fronhas são disponibilizados por empresa terceirizada, que está com contrato regular e fazendo as entregas normalmente, ou seja, não há nenhum registro de falta dos itens.”