atualizado
Cinquenta anos depois do assassinato de Ana Lídia Braga, quando tinha apenas 7 anos de idade, as misteriosas circunstâncias que envolvem o bárbaro crime permanecem intactas na memória dos brasilienses. A história da garotinha loira, de cabelos até os ombros e olhos azuis, raptada na porta do Colégio Madre Carmen Sallés, em 11 de setembro de 1973, na 604 Norte, e encontrada morta no dia seguinte, nunca foi desvendada. Os autores do crime não foram punidos.
Mesmo cinco décadas após a brutal execução, o túmulo da garota ainda é um dos mais visitados do Cemitério Campo da Esperança, na Asa Sul. A lápide, sempre limpa, está quase sempre coberta por coroas de flores, fotos e cartas com pedidos de milagres. O local tornou-se sagrado para muitas pessoas que acreditam na santidade de Ana Lídia.
As falhas na investigação da polícia, a suspeita contra filhos de políticos importantes da cidade na época dos anos de chumbo, o período mais repressivo da ditadura militar no Brasil, a censura implacável à imprensa, a falta de empenho da família da vítima e outros mistérios e especulações acerca dos fatos foram alguns dos elementos que resultaram em impunidade. Em cinco décadas, ocorreram muitas perguntas, apurações, julgamentos e nenhuma condenação.
Às vésperas do cinquentenário do caso, o Metrópoles revisitou os lugares frequentados pela criança à época do crime e refez o percurso dos últimos passos de Ana Lídia, que foi sequestrada, torturada, morta, estuprada e enterrada em uma cova rasa no matagal próximo ao Centro Olímpico da Universidade de Brasília (UnB).
Quem vivia na capital da República à época do crime e ainda está vivo, até hoje se pergunta o que, de fato, aconteceu naquele fatídico dia. “Uma geração inteira nunca mais pôde esquecer que uma menina de 7 anos teve a vida interrompida tão dolorosamente. Convivi com ela e lamento por nunca termos tido uma resposta. Esperamos uma vida inteira pela elucidação. Trazemos na memória somente a interrogação”, pontua Claudia Stocker, 56 anos. As duas estudaram juntas na mesma escola.
Ana Lídia foi encontrada nua, de bruços e com o rosto comprimido contra a terra. Os cabelos haviam sido cortados de forma irregular. Os cílios foram arrancados.
A perícia constatou que, antes de ser assassinada, Ana Lídia foi torturada. Próximo ao local em que ela foi enterrada havia duas camisinhas usadas e papel higiênico com esperma. O laudo do Instituto de Medicina Legal (IML) atestou que a morte se deu por asfixia, provavelmente provocada por sufocação, entre 4h e 6h de 12 de setembro de 1973. Havia ainda manchas roxas e escoriações em várias partes do corpo. O exame comprovou também o estupro da criança depois de morta.
Reconstituição da história
No dia 11 de setembro de 1973, a família Braga não viveria só mais um dia comum. Por volta das 13h50 de uma terça-feira, os pais de Ana Lídia Braga, Eloyza Rossi Braga e Álvaro Braga, funcionários do Departamento de Serviço de Pessoal (Dasp), saíram de casa na 405 Norte e deixaram a filha caçula na porta da escola particular, na L2 Norte, para as aulas de reforço. A menina estava na 1ª série do ensino fundamental e tinha dois irmãos mais velhos: Álvaro Henrique Braga, à época com 18 anos, e Cristina Elizabeth Braga, então com 20.
Ana Lídia não chegou a entrar no colégio naquela tarde. Segundo uma testemunha, um homem alto e loiro que vestia blusa branca e calça verde militar abordou a garotinha, e os dois deixaram a escola juntos.
Nesse dia, Ana Lídia usava vestido xadrez azul e branco e sandálias vermelhas. Carregava uma pasta preta, em que guardava o material escolar: quatro cadernos encapados com plástico amarelo, uma caixa de lápis de cor e a inseparável boneca Susi.
Às 16h30, quando a empregada doméstica da família, Rosa da Conceição Santana, apareceu na escola para buscar Ana Lídia, a diretora da instituição católica, irmã Celina, informou que ela não havia assistido às aulas naquela tarde e ligou para Eloyza.
Os pais iniciaram uma busca nas proximidades do colégio e, sem sucesso, acionaram a polícia. Na mesma noite, o delegado da 2ª DP (Asa Norte) recebeu uma ligação. Um homem dizia que estava com Ana Lídia e pediu Cr$ 2 milhões (cruzeiros) para liberá-la. A criança foi colocada ao telefone, chorou e chamou pela mãe.
Uma carta, com texto escrito à máquina, foi colocada em um envelope endereçado ao pai da menina e deixada sobre uma pilha de sacos de arroz em um supermercado que funcionava próximo ao endereço da família de Ana Lídia. Os supostos sequestradores pediram resgate de Cr$ 500 (cruzeiros), até a próxima sexta-feira, dia 14 de setembro. Os valores não foram pagos.
Com a ajuda de um fuzileiro naval, a polícia encontrou os cadernos, o estojo de lápis e a boneca Susi da menina jogados às margens da pista que passa pelo Grupamento de Fuzileiros Navais. A mochila e as roupas nunca apareceram.
Vinte e duas horas depois do início do pesadelo, por volta das 12h de 12 de setembro de 1973, o corpo da menina foi encontrado no matagal próximo ao Centro Olímpico da UnB. No terreno em que o corpo estava, havia marcas de pneus de motocicleta, mas não houve perícia nos vestígios. Álvaro Henrique, irmão da menina, tinha uma Yamaha 100 cilindradas.
Desdobramentos
Dias depois da morte, a polícia apontou Álvaro Henrique, irmão de 18 anos e padrinho de Ana Lídia, como o principal suspeito de ter buscado a menina na escola. Pesavam sobre ele acusações de envolvimento com drogas e a suspeita de que teria dívidas com traficantes. Em depoimento, ele confessou ter consumido maconha apenas três vezes e revelou que pediu dinheiro emprestado ao pai e a amigos para pagar o aborto da namorada, que estava grávida de um mês.
Jardineiro da escola em que Ana Lídia estudava, Benedito Duarte da Cunha afirmou ter visto os pais deixarem a menina e, também, quando ela saiu com um homem loiro, magro e alto, sem parecer assustada. Na delegacia, Benedito sustentou, inclusive, que Álvaro era o rapaz que havia retirado a menina da escola.
Os pais de Ana Lídia sempre sustentaram que Álvaro Henrique estava com eles no momento em que deixaram a menina no colégio. Pontuaram, ainda, que ele iria à Rodoviária do Plano Piloto para tirar a primeira habilitação. A família nunca colaborou com o desfecho do inquérito e sempre foi incisiva ao negar o envolvimento do irmão da garotinha.
Para a polícia, Álvaro, então principal suspeito, não teria agido sozinho. Ele tinha um suposto parceiro: Raimundo Lacerda Duque, 30. O homem trabalhava no mesmo local que a mãe de Ana Lídia. Viciado em drogas, ele confessou à polícia ser pedófilo. Em seu depoimento, garantiu que apenas soube do desaparecimento de Ana Lídia pelo rádio. Depois de saber que era procurado pelo assassinato da menina, Duque passou cinco meses foragido.
Além de Álvaro e Duque – os únicos que responderam na Justiça pelo sequestro e pela morte da menina –, as suspeitas recaíram sobre Alfredo Buzaid Júnior, filho do então ministro da Justiça, e Eduardo Ribeiro de Rezende, o Rezendinho, filho do então senador Eurico Rezende. As denúncias ocorreram porque ambos estudavam no mesmo colégio de Álvaro Henrique e também seriam usuários de drogas. As investigações da polícia não conseguiram estabelecer a ligação de Alfredo e Eduardo com o caso.
Em 1974, a Polícia Federal (PF) proibiu a divulgação do caso na imprensa. Os dois principais acusados ficaram presos por mais de um ano à espera do julgamento. Em 16 de junho de 1975, acabaram absolvidos por falta de provas. O Ministério Público do DF e dos Territórios (MPDFT) recorreu e, em 2 de dezembro de 1977, a 1ª Turma do Tribunal de Justiça do DF e dos Territórios (TJDFT) confirmou a decisão.
Em 1985, o processo do caso Ana Lídia chegou a ser reaberto após surgirem novas informações sobre o assassinato, mas, por falta de provas, foi encerrado. O crime prescreveu em 11 de setembro de 1993.
Duque morreu em 2005, em decorrência de problemas com alcoolismo. A mãe de Ana Lídia, que sempre afirmou não acreditar no envolvimento do filho, morreu em março de 2005. O pai, Álvaro Braga, se mudou com a família para o Rio de Janeiro após o filho ser absolvido do crime. Ele morreu na capital carioca, em 2011, sem nunca ter dado entrevista sobre o caso. Alfredo Buzaid Júnior morreu em 1975, em um acidente de carro. Em 1990, Rezendinho se suicidou, aos 40 anos, em Vitória (ES).
Álvaro Henrique, irmão de Ana Lídia, é médico angiologista e mora no Rio de Janeiro. O Metrópoles tentou contato pelo telefone do consultório, mas ele não retornou as ligações. Advogado que o defendeu à época, Safe Carneiro, hoje com 89 anos, ainda mantém escritório de advocacia no DF, mas não quis dar entrevista.
Em 2009, o MPDFT publicou a Revista Memória nº 2, com o relato do promotor José Jeronymo Bezerra de Souza. Aos 37 anos, com apenas um ano de carreira no Ministério Público, ele foi designado pelo então procurador-geral Guimarães Lima para investigar o assassinato. Trata-se, provavelmente, da primeira vez que o Ministério Público conduziu um inquérito.
A linha de investigação foi definida em três frentes e levou em consideração: se filhos de autoridades participaram do crime; se traficantes de drogas estariam envolvidos no assassinato; e se a família e os amigos seriam investigados.
Veja o relato no fac-símile do MPDFT.
José Jeronymo conta que o contato com a Polícia Civil do Distrito Federal foi estreito. Ele lembrou que não encontrou nada que pudesse incriminar Buzaid ou Rezendinho. Partiu, então, para uma nova linha de investigação: o tráfico de drogas. O promotor de Justiça buscou ajuda na Polícia Federal, e a resposta foi a mesma da Polícia Civil: não havia elementos para provar que o crime estivesse ligado a traficantes.
O promotor não teve alternativa senão passar a investigar os familiares de Ana Lídia. Ele lembra que o irmão da menina, Álvaro Henrique, manteve-se frio e distante durante toda a apuração. Jeronymo não tem dúvidas de que ele retirou a garota da escola e a entregou a Duque. E acredita que Álvaro não participou da barbárie contra a irmã, mas foi copartícipe. A conclusão, segundo o promotor, ficou clara em função do comportamento da família, que “nunca quis colaborar com as investigações”. Jeronymo lembra que o pai de Ana Lídia, Álvaro Braga, mostrava-se irritado com as suspeitas sobre o filho.
“O senhor, como pai de família, tomou uma difícil decisão. O senhor perdeu uma filha em circunstâncias trágicas e quer salvar o outro filho. O senhor não quer colaborar com a investigação porque sabe que seu filho participou desse crime. Ele não matou a irmã, mas é coautor porque tirou a menina do colégio e a entregou para esse celerado, esse Raimundo Lacerda Duque”, afirmou José Jeronymo no último depoimento de Álvaro ao Ministério Público. A resposta, segundo o promotor, foi silêncio.
Por onde passou Ana Lídia
Atualmente, o prédio 40 da 405 Norte, onde a família Braga morava, virou o Bloco O. No apartamento 108, antes ocupado por personagens da tragédia, reside hoje uma senhora que já vivia na quadra à época dos fatos.
O síndico do edifício, Jorge do Carmo, 68, falou que, até hoje, o cruel assassinato consterna a sociedade brasiliense. “Trata-se de um crime muito triste. Marcou a história da Brasília pacata, que nunca mais foi a mesma depois daquele dia. Precisou amadurecer da noite para o dia”, relembra.
Jorge mora no Bloco O da 405 Norte. De acordo com ele, a vizinhança ainda comenta sobre a família Braga nas rodas de conversa entre os moradores da quadra. “Lamento muito pela evolução humana, que, mesmo no século 21, continua registrando monstruosidades semelhantes ou piores à da menina Ana Lídia”, desabafa.
O Colégio Madre Carmen Sallés ainda funciona no mesmo endereço, e o lugar em que a polícia localizou o corpo de Ana Lídia virou “ponto de cura”. Uma placa fixa, com os dizeres “Nas proximidades deste local foi enterrada, em cova rasa, a menina Ana Lídia, assassinada por desconhecidos, em 12 de setembro de 1973”, marca a área da tragédia. A chapa metálica é datada de 5 de dezembro de 2014.
Amiga da turma de Ana Lídia, Claudia Stocker guarda fotografias da 1ª série de 1973, no Colégio Madre Carmen Sallés. Na fotografia de comemoração do Dia das Mães daquele ano, as duas aparecem lado a lado.
“Éramos muito pequenas, e me lembro que sempre estávamos próximas nas fotografias, pela ordem alfabética. Ana Lídia era a primeira da chamada. Me lembro que ela chamava a atenção de todos pela beleza e pelos olhos azuis. Ela era uma criança retraída e tímida. Não teria deixado a escola se não fosse com alguém que já conhecesse”, opina Claudia.
No Parque da Cidade Dona Sarah Kubitschek, a principal área de lazer infantil leva o nome da garotinha. No ano em que o crime prescreveu, o local foi batizado em homenagem a ela. O Parque Ana Lídia fica no Estacionamento 12 e recebe crianças diariamente. Cravado no coração de Brasília, o espaço é garantia de diversão para diferentes gerações de brasilienses há quase 60 anos. O foguete espacial é o xodó dos frequentadores.
Peregrinação no túmulo
O túmulo de Ana Lídia é um dos mais visitados no Cemitério Campo da Esperança da Asa Sul. Muitas pessoas acreditam que ela é santa. Um casal de jardineiros cuida da sepultura. Os funcionários informaram que flores, velas, fotografias, pelúcias, bonecas, balas, refrigerante e água são deixados constantemente no jazigo, bem como terços e placas de agradecimento por graças alcançadas. A última recebida expressa gratidão pela aprovação em mestrado, neste ano.
Responsável pelo local há anos, o casal disse que os valores recebidos pelos cuidados de jardinagem e limpeza executados na área vêm de um idoso que obteve uma graça após pedir a intercessão da menina.
“Muitos acreditam que Ana Lídia é santa e atribuem milagres a ela. No feriado de Finados, o túmulo dela é um dos mais visitados. Não há um dia em que não venha ninguém para depositar algo. Diariamente, a criança recebe visitas e agrados. Nunca recebemos informações de parentes ou familiares que a visitam nos dias atuais”, contou um deles.
Ditadura
Os documentos secretos liberados pelo Arquivo Público do DF (ArPDF) jogaram luzes sobre a atuação dos militares em Brasília no período da ditadura. No entanto, muitas histórias continuarão nas sombras. É o caso de episódios emblemáticos ocorridos na capital, como o brutal assassinato de Ana Lídia Braga.
Não há informações no acervo dos órgãos oficiais no ArPDF. Documentos que poderiam ajudar a explicar a tragédia simplesmente não existem.
Um dos historiadores que trabalhou como gerente de acervo permanente no Arquivo Público, o pesquisador e formador na Escola de Aperfeiçoamento de Formação Continuada dos Profissionais da Educação (Eape) Marcelo José Domingos, com PhD em América Latina pela Universidade do Texas, contou à reportagem que existe a possibilidade de parte do material ter sido destruída.
“O arquivo foi esvaziado. O crime da Ana Lídia teve desdobramentos políticos. Pela lógica, deveria ter informações sobre o caso, mas não tem. Crimes que tinham participação direta ou indireta de figuras da política não estão lá. Possivelmente, porque esses documentos foram subtraídos”, explica o especialista.
Marcelo José Domingos também afirma ter ficado impressionado com a capacidade e o alcance do excesso de monitoramento à época da ditadura. Tudo o que se fazia era vigiado pelo Estado. “É no mínimo estranho que se tenha um arquivo tão abrangente e não exista nenhuma menção desse caso. Às vezes, aquilo que não é dito diz muito. Assim, infelizmente, alguns dos mistérios da ditadura seguem sem esclarecimento”, destaca o historiador.
O professor e especialista em direito penal Rodrigo Pardal diz que, atualmente, no âmbito penal, não há mais nada que possa ser feito. “Além de uma sucessão de erros sobre a investigação criminal, existia um poder autoritário que não dava autonomia a outros órgãos para que pudessem trabalhar nos esclarecimentos. Era um regime militar e passou-se a censurar o assunto para que a imprensa não pudesse divulgar o caso”, salienta.
Segundo o especialista, durante cinco décadas, trabalhou-se com a hipótese de “falhas” nas investigações, mas, na verdade, existe a possibilidade de tudo ter sido proposital. “Para que nunca se encontrasse a autoria e os responsáveis não fossem responsabilizados, assim como nunca foram. O crime já prescreveu. Não há mais nada que possa ser feito no âmbito penal”, conclui o professor.
Silêncio na Cidade
O assassinato de Ana Lídia virou romance policial. O jornalista, professor e escritor Roberto Seabra escreveu a obra Silêncio na Cidade, lançada em 2017 pela Editora Camará. Neste ano, o livro ganhou adaptações e terá nova versão feita por uma editora de literatura infantojuvenil de São Paulo, a Saíra Editorial, para alunos do ensino médio.
Quando o crime aconteceu, o jornalista tinha 9 anos. Ele é filho de um dos investigadores do emblemático caso, o perito criminal Manoel Esperidião Pereira, que morreu em 2003, aos 63 anos.
Na narrativa, o autor trata de pessoas reais por meio de personagens fictícios. Ele conta a história de Amantino Torres, um agente policial aposentado que foi impedido de continuar nas investigações do caso de uma menina encontrada morta.
A ficção pode ser lida como uma crônica, na qual o personagem principal procura fazer com que o crime não caia no esquecimento. O romance está diretamente ligado a retratos do regime militar, que, na época, fez muito para abafar as investigações.
“Como jornalista, sempre gostei de trabalhar com fatos e informações que pudesse comprovar. Fui juntando informações sobre o caso em uma pasta por acreditar que esse caso daria um bom livro. Quando comecei a escrever, percebi como o caso apresentava buracos e não havia um desfecho. Por isso criei um livro fictício. Por acreditar que a ficção tem todo o direito de preencher o espaço deixado pela realidade”, destaca.
Além de recorrer às memórias do pai e da convivência com colegas da polícia que frequentavam sua casa, o autor da obra mergulhou em arquivos públicos e reportagens para retratar a história.
“Eu sempre busquei pela Justiça. Respeito a fé das pessoas que acreditam que Ana Lídia é santa e pedem suas graças. Mas o que sempre me interessou de verdade foi saber por que nunca deixaram investigar esse caso e, mesmo 50 anos depois, a gente ainda não tem a verdade. Se tivesse sido um crime punido exemplarmente, ele teria entrado na lista de crimes solucionados. Como isso não ocorreu, ficaremos sempre com essa mancha na história da cidade ”, conclui o jornalista.