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Amor bandido. Mulheres são maioria entre as visitas que tentam entrar com drogas em presídios do DF

Levantamento da Subsecretaria do Sistema Penitenciário mostra que, em 2015, 148 delas foram flagradas com drogas escondidas enquanto esperavam entrar nas unidades. Fiscalização rigorosa tem evitado a entrada de entorpecentes

atualizado

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Papuda tráfico de Drogas
1 de 1 Papuda tráfico de Drogas - Foto: Divulgação

Considerados locais de segurança reforçada, os presídios do Distrito Federal registram cada vez mais ocorrências de visitantes que tentam entrar com drogas escondidas para abastecer o tráfico entre os presos, um comércio que pelo risco se torna muito rentável. As estatísticas revelam que os servidores do sistema prisional fizeram 198 flagrantes no ano passado, um crescimento em relação aos dois anos anteriores: 147, em 2014; e 128, em 2013. E as mulheres são maioria.

Por mês, pelo menos 12 mulheres foram presas em flagrante tentando entrar com drogas nos presídios do Distrito Federal em 2015. Os números mostram que, a cada ano, a participação delas aumenta nesse tipo de crime. Em 2014, eram nove a cada 30 dias, enquanto em 2013, sete.

O perfil das mulheres que tentam entrar nas unidades é quase sempre o mesmo: muitas delas grávidas, cooptadas por traficantes, que têm algum envolvimento amoroso com internos e dispostas a esconder as drogas até dentro do próprio corpo. Os dados fazem parte de um balanço da Subsecretaria do Sistema Penitenciário do Distrito Federal (Sesipe) sobre tráfico de drogas.

Com relação aos homens, em todo o ano passado foram 50 presos. O levantamento mostra ainda que a maior quantidade de ocorrências foi registrada na Penitenciária do DF I (PDF-I), localizada no Complexo Penitenciário da Papuda, onde 80 pessoas, entre homens e mulheres foram flagrados tentando entrar com algum tipo de entorpecente.

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Maconha, crack e cocaína estão entre os principais produtos levados. As formas para disfarçar a entrada das drogas nas cadeias são cada vez mais engenhosas. Agentes de atividades penitenciárias já encontraram substâncias ilícitas dentro de bananas, solas de sapato e em cavidades corporais de visitantes.

Em novembro do ano passado, um advogado foi preso ao tentar entrar na Papuda com uma porção de maconha escondida dentro de um sabonete. Ele entregaria a droga para dois detentos.

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Advogado escondeu droga em sabonete*Reprodução/WhatsAap**

Dificuldades
O subsecretário da Sesipe, João Carlos Lóssio, atribui o crescimento das ocorrências à produtividade conjunta da equipe. “Há uma ação dos diretores dos presídios com os núcleos de inteligência e de visita. O combate que fizemos no ano passado foi intenso e tivemos um bom resultado”, explica.

Os flagrantes, segundo Lóssio, são difíceis. Quando a pessoa nega que tem a droga, é encaminhada para o Instituto Médico-Legal (IML). Se os exames comprovarem o material escondido no corpo, os agentes penitenciários precisam seguir com ela até um hospital para que a droga seja expelida. O que pode demorar dias.

sesipe
Scanner é utilizado nos casos suspeitos*Divulgação/Sesipe**

Flagrante
Apesar das dificuldades, Lóssio afirma que combater o tráfico de drogas dentro das unidades é prioridade. “Com a falta desses entorpecentes, a cadeia acalma. Evitamos brigas, extorsões e até mortes. O combate é diário e, pelo que sabemos, já está faltando droga dentro dos presídios.”

Todas as ocorrências flagradas no presídio são levadas para a 30ª Delegacia de Polícia, em São Sebastião. O delegado-chefe da unidade, Érito Cunha, afirma que os scanners de corpo ajudam na identificação, mas nem sempre todos os visitantes passam pelo detector.

Por isso, na grande maioria das vezes, a percepção do agente é essencial. E isso tem feito a diferença. A equipe do presídio é excelente e intensificou ainda mais a fiscalização.

Delegado Érito Cunha

O risco de tentar entrar nos presídios com drogas é tão alto quanto vale o entorpecente lá dentro, segundo o delegado. Enquanto na rua 100 gramas de maconha custa cerca de R$ 200, do lado de dentro do cárcere a mesma quantidade chega a R$ 10 mil. Como o valor é alto, os presos compram, mas depois não têm dinheiro para pagar.

“E então começam as extorsões, que chegam até os familiares de quem está na cadeia. Tem quem tente entrar com droga porque é ameaçado. Mas a maioria faz isso pelo tráfico mesmo”, garante Cunha. Quem é flagrado por esse crime responde por tráfico de drogas. A pena varia de cinco a 15 anos de prisão.

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