Amigo de dono de bar assassinado: “O cara fez isso por maldade”
Robenilson de Oliveira tinha 33 anos e foi alvejado depois de tentar impedir que um cliente entrasse no bar com lança-perfume
atualizado
Compartilhar notícia
Sob grande comoção, o corpo de Robenilson Oliveira Machado, 33 anos, foi velado na tarde desta quarta-feira (04/03), no Cemitério Campo da Esperança, na Asa Sul. O dono do bar em São Sebastião foi baleado na cabeça após impedir um cliente de entrar no estabelecimento com lança-perfume, na madrugada do dia 24 de fevereiro.
Depois de ficar uma semana internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital de Base, o empresário faleceu na segunda (02/03).
Veja vídeos da agressão:
Muito conhecido na cidade por conta de diferentes eventos que produziu, Robenilson foi homenageado durante o velório por amigos e parentes, que usaram camisetas com fotos do rapaz.
O casal Yago Douglas Lopes Marca Araújo, 27, e Adriana Araújo, 30, amigo da vítima, lembra do empresário como um homem “trabalhador”. “Ele produzia eventos de música, muitas festas. Então, era bem conhecido na comunidade”, contou o brigadista. “O cara fez isso por maldade mesmo”, completou.
“Ele era carismático com todo mundo, sempre educado com todos. Nunca fez mal a ninguém”, descreveu Adriana, amiga de Robenilson havia sete anos.
Ambiente tranquilo
O estabelecimento em que o homem foi assassinado havia sido aberto há menos de dois anos. Funcionária do bar, onde trabalhava há três meses, Maria Rita Souza de Oliveira, 18, relata que o local não era conhecido como ambiente de violência. “Lá dentro, ninguém nunca foi tratado mal. Todos sempre receberam os clientes super bem, mesmo quando alguns eram arrogantes”, disse.
“Ele era uma pessoa feliz, brincalhona, sempre ajudava todo mundo, não tinha maldade com nada. O que aconteceu foi algo sem motivo, sem razão, que ainda não conseguimos entender”, acrescentou, com lágrimas nos olhos.
Sobrinho de Robenilson, Luiz Fernando Machado Neiva, 20, trabalhava com o tio organizando eventos em São Sebastião desde 2012, quando o empresário ingressou no ramo. “Ele sempre foi como um pai para mim, então, eu gostava de acompanhá-lo nisso. Estava no auge dele”, comentou.
De acordo com Luiz Fernando, o dono do bar sempre foi contra “todo tipo de droga” e não permitia a entrada de entorpecentes no estabelecimento. “Toda reunião de segurança [dos eventos que produzia] ele falava: ‘Não quero lança-perfume'”, revelou. “Não gostava de nenhuma droga, mas essa é a que o pessoal dá mais trabalho lá na cidade”, completou.
“Meu tio sempre foi uma pessoa muito correta. Ele falava para mim que gostava de trazer alegria para as pessoas e era o que ele fazia”, relembrou o sobrinho.
Perfil alegre
José Carlos Lemos da Silva, 37, era amigo da vítima há mais de 10 anos. “Trabalhamos juntos desde o primeiro evento que ele começou em São Sebastião.”
Assim como os parentes e outros amigos de Robenilson, ele reforça a característica alegre do empresário. “Uma pessoa muito querida pela população, pelos jovens. Ele abraçava a cidade dele”, enfatizou.
“As pessoas que frequentavam o bar eram mais os amigos dele. Esse rapaz que foi lá não tinha nada a ver. Queria usar droga lá dentro e ele não permitia isso. Era uma pessoa correta”, destacou.
Durante o cortejo, familiares rezaram e cantaram músicas religiosas. No momento do sepultamento do corpo de Robenilson, um padre leu trechos da Bíblia e convidou os presentes a orarem pela vítima. Muito emocionados, os parentes e amigos se despediram do rapaz com aplausos. “Ele merece”, diziam.
A Polícia Militar do DF (PMDF) conseguiu prender o suspeito de ter atirado em Robenilson. As investigações estão sendo feitas pelas equipes da 30ª Delegacia de Polícia (São Sebastião).