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Ameaça em UPA: “Preciso atirar na cara de quem para ser atendido?”

Segundo testemunhas, um casal fez ameaças e causou grande tumulto na UPA do Recanto das Emas pela demora no atendimento de uma parente

atualizado

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1 de 1 UPA - Metrópoles - Foto: JP Rodrigues/ Metropoles

A demora no atendimento na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Recanto das Emas teria levado o acompanhante de uma paciente a ameaçar um vigilante, neste domingo (9/6). “Será que eu tenho que dar um tiro na cara de alguém para ser atendido?”, disparou. Na sequência, aumentou o tom. “Nem preciso, só mandar meus comparsas que eles resolvem”, afirmou. Profissionais de saúde também teriam sido ameaçados e hostilizados.

As ameaças teriam sido disparadas por um casal que acompanhava uma parente. A mulher estaria passando mal. O caso foi registrado na Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) e está sob responsabilidade da 27ª Delegacia de Polícia (Recanto das Emas). Em depoimento, os acusados negaram o xingamento e as ameaças. Ambos declaram que ficaram nervosos com o atendimento ruim e ineficaz da UPA. A acusada ainda declarou que o vigilante teria empurrado seu marido.

No entanto, segundo testemunhas, o casal estaria alterado e chegou a chutar uma porta. Os suspeitos teriam xingado profissionais de saúde e disseram que a UPA seria “açougueiro”, em razão da morte de duas crianças. Sem atendimento, o clima ficou ainda mais pesado. “Ninguém vai atender a gente nessa desgraça, não? Os médicos estão todos dormindo”, declararam. A Polícia Militar (PMDF) foi chamada e levou o casal para a delegacia.

A princípio, o casal responderá por ameaça e injúria. Segundo o Sindicato dos Vigilantes, ao contrário de outros episódios de violência contra seguranças em unidades de saúde pública, nos quais houve registro de ataques físicos, desta vez a agressão foi verbal. A unidade só contaria com três vigilantes, um número muito abaixo do necessário.

De acordo com o sindicato, em 19 de fevereiro, houve uma licitação para ampliar o número de vigilantes com armas não letais e câmeras. Mas a contratação não foi colocada em prática. “E aí continua esse caos nas UPAs”, afirmou o diretor sindicato, Gilmar Rodrigues.

Versão do Iges-DF

O Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (Iges-DF), responsável pela UPA, confirmou e lamentou o tumulto. Por nota, informou que um dos suspeitos apresentava sinais de embriaguez. Segundo a instituição, “violência e ameaças não resolvem e criam um ambiente hostil”.

O instituto informou, ainda, que a paciente acompanhada pelo casal foi classificada como laranja. Segundo o Iges-DF, a mulher apresentava diversos sinais de agressão física e se queixava de muita cefaleia, além de ter sinais de ansiedade e medo de morrer. Recebeu alta médica às 9h59, após atendimento e uso de medicações.

Leia a nota completa:

O Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IgesDF) informa que, na manhã deste domingo (9), houve um tumulto na Unidade de Pronto Atendimento do Recanto das Emas entre o acompanhante da paciente M.N.R. e a equipe da unidade.

O acompanhante estava bastante agitado e já chegou na unidade gritando e exigindo atendimento imediato. O atendimento estava normal e não houve demora. A equipe acionou a Polícia Militar do Distrito Federal ao perceber o estado de embriaguez do mesmo e após ele agredir verbalmente a equipe. O atendimento médico da paciente foi feito com a PM no consultório.

Ela foi classificada como laranja às 7:07. A paciente apresentava diversos sinais de agressão física e se queixava de muita cefaleia, além de ter sinais de ansiedade e medo de morrer.

A paciente recebeu alta médica às 9:59, após atendimento e uso de medicações. O acompanhante foi encaminhado à delegacia para esclarecer a confusão com a equipe da UPA.

Durante esta manhã, havia quatro pacientes aguardando na Pediatria, um paciente na Sala Vermelha, dez pacientes classificados como amarelo e sete como verde, não havendo restrição de atendimentos e todas as classificações liberadas. A equipe estava completa, com dois pediatras, quatro clínicos, sete enfermeiros e 14 técnicos de enfermagem.

O IgesDF repudia episódios como esse em que trabalhadores sofrem agressões de várias maneiras (físicas e verbais) por pessoas que também aguardam atendimento. Esse tipo de reação não resolve e cria um ambiente hostil tanto para os colaboradores comprometidos em ajudar o próximo quanto para os pacientes que aguardam seus atendimentos de forma respeitosa.

Temos monitorado cuidadosamente os casos de agressões enfrentados pelos nossos profissionais de saúde. Todas as nossas unidades trabalham com equipe de segurança para garantir a proteção tanto das instalações quanto dos funcionários. Essa medida visa coibir e reduzir tais ocorrências, contribuindo para uma assistência mais eficiente.

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