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Ameaça a Bolsonaro: policiais apreendem manual de fazer bombas no DF

Material estava em um dos locais alvos da operação. Grupo deixou artefato em igreja e sugeriu ataque terrorista à posse do presidente eleito

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policiais civis
1 de 1 policiais civis - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Após cumprir mandados de busca e apreensão, as polícias Federal e Civil do DF encontraram um manual de como fazer bombas em um dos dois endereços alvos da operação no Distrito Federal. Os investigadores miram o grupo intitulado Sociedade Secreta Silvestre, que assumiu ter confeccionado um artefato explosivo e colocado o dispositivo próximo a uma igreja de Brazlândia na véspera do Natal (24/12). A organização fez ameaças terroristas à posse do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL).

A operação deflagrada pela PF e PCDF cumpre sete mandados de busca e apreensão no Distrito Federal, em Goiás e São Paulo, nesta segunda-feira (31), expedidos pela Justiça do DF. Um dos alvos não foi encontrado no outro endereço de Brasília.

O suposto grupo mantém um site chamado Maldição Ancestral, no qual diz estar “em tocaia terrorística contra o progresso humano”. Na página da internet, são disseminadas diversas mensagens de ódio e pregados “o caos e o terror no seio da civilização”.

Chamou a atenção da Polícia Civil, que abriu investigação logo depois do Natal, o fato de o grupo ter assumido a autoria do atentado em Brazlândia, inclusive por postar fotos do artefato explosivo antes mesmo de a organização colocar o dispositivo ao lado da igreja.

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O site do grupo, hospedado em servidores do exterior, faz ameaças contra o presidente eleito, Jair Bolsonaro
O grupo extremista publicou fotos da bomba antes de o Bope detoná-la
A organização fez um aviso: deixaria o explosivo ao lado da igreja antes que ele fosse encontrado pela polícia
Foi usado um extintor de incêndio adaptado com pólvora e pregos
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Página na internet traz uma série de ameaças e relatos de atentados ao redor do mundo

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O site do grupo, hospedado em servidores do exterior, faz ameaças contra o presidente eleito, Jair Bolsonaro

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O grupo extremista publicou fotos da bomba antes de o Bope detoná-la

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A organização fez um aviso: deixaria o explosivo ao lado da igreja antes que ele fosse encontrado pela polícia

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Foi usado um extintor de incêndio adaptado com pólvora e pregos

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As ameaças se estendem ao presidente eleito e a outros alvos, como a futura ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, e o presidente da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), o cardeal Dom Sérgio da Rocha.

Em trechos de um texto publicado na internet, a suposta organização criminosa diz o seguinte: “Se a facada não foi suficiente para matar Bolsonaro, talvez ele venha a ter mais surpresas em algum outro momento, já que não somos os únicos a querer a sua cabeça”.

O Primeiro Comando da Capital e o Comando Vermelho igualmente o querem morto [Bolsonaro] e podem também recorrer a métodos terroristas para isso. Se não for ele, servirá qualquer um de sua equipe, filiados, ou mesmo apoiantes e simpatizantes. Dia 1° de janeiro de 2019 haverá, aqui em Brasília, a posse presidencial. Estamos em Brasília e temos armas e mais explosivos estocados

Trecho de texto do suposto grupo terrorista

Intermediário
Após revelar a existência da suposta ameaça terrorista, a reportagem foi procurada na sexta-feira (28) por um intermediário do grupo – ele explicou em que consiste a organização e respondeu a 10 perguntas. O homem, que se identificou como “Pedro”, encaminhou o texto via e-mail por um navegador impossível de ser rastreado, geralmente utilizado para trafegar na chamada deep web, a parte sombria da internet composta por várias redes separadas que não conversam entre si.

Para garantir a veracidade das informações e confirmar que faz parte do suposto grupo terrorista, o representante da organização mandou um arquivo de vídeo mostrando detalhes da bomba deixada no Santuário Menino Jesus.

Pedro afirmou que a Sociedade Secreta Silvestre é responsável, desde 2016, por pelo menos seis ataques em território nacional. Entre eles, a explosão de uma panela de pressão carregada com pólvora e pregos ocorrida em frente ao shopping Conjunto Nacional, em 1º de agosto, na véspera das Olimpíadas do Rio de Janeiro.

No documento enviado, o homem ainda fez pouco caso das forças policiais: “Soubemos depois que tentaram nos buscar, mas a competência foi baixa e seguimos impunes e conspirando”.

Nesse domingo (30), o ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Sérgio Etchegoyen, confirmou que as ameaças de atentado contra o presidente eleito são reais. Durante o último ensaio geral da cerimônia de posse, o militar ressaltou ainda que a preocupação das autoridades é com Bolsonaro e todas as pessoas que vão acompanhar a solenidade nesta terça (2/1).

De acordo com a Polícia Federal, as investigações sobre o suposto grupo terrorista prosseguem em segredo de Justiça. São apurados os crimes de associação criminosa, além de outros ilícitos que possam a vir a ser identificados no decorrer das diligências.

Ataque em Brazlândia
Na madrugada de terça (25), uma pessoa que passava em frente ao Santuário Menino Jesus, em Brazlândia, estranhou a presença de uma mochila deixada ao lado da igreja e acionou a Polícia Militar. Após a PM verificar que se tratava de um artefato explosivo, o Grupo Antibomba do Batalhão de Operações Especiais (Bope) foi mobilizado. Depois de isolar as ruas próximas ao templo religioso, o material foi detonado, por volta das 4h.

Segundo o Bope, tratava-se de um artefato com considerável poder de destruição. O dispositivo era formado por um cilindro de extintor de incêndio composto por pólvora e pregos, além de um detonador movimentado por um relógio. O suposto grupo extremista reivindicou a autoria do atentado.

“Nós reivindicamos o abandono de um explosivo de 5 kg recheado de pregos e pólvora negra no Santuário Menino Jesus, desta vez em Brazlândia, por volta das 21h20. O santuário é o segundo maior templo católico do país. No local, que estava lotado de cristãos miseráveis, era celebrada uma missa de véspera de Natal, e esperávamos provocar um grande massacre durante a saída dos fiéis da igreja. Desgraçadamente, uma grande operação do Bope desativou o nosso explosivo após uma pessoa suspeitar da mochila abandonada e acionar a polícia”, narra texto publicado na internet.

De acordo com o funcionário da igreja Jaime Francisco, 58 anos, uma missa foi realizada no templo no dia em que o artefato seria explodido. Conforme estimativa do colaborador do santuário, cerca de 1 mil pessoas participavam da cerimônia religiosa. No entanto, a ameaça aconteceu horas mais tarde. “Já não tinha mais ninguém aqui. Foi após a missa e o local estava fechado. Alguém viu a mala na rua e acionou a polícia. Agora estão investigando”, disse.

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