Alunos passam mal e pais suspeitam da merenda de escola na Asa Norte
Responsáveis por estudantes da Escola Parque 303/304 Norte visitaram cozinha do colégio nesta quarta (9/5). Secretaria nega problema
atualizado
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Pais e responsáveis por estudantes da Escola Parque 303/304, na Asa Norte, reclamaram que os filhos estão passando mal com as refeições servidas no colégio desde o início do ano. De acordo com mães ouvidas pelo Metrópoles, a denúncia veio à tona depois de pelo menos três crianças relatarem mal-estar entre a segunda (7/5) e a terça-feira (8).
Segundo as famílias dos alunos contaram à reportagem, os estudantes do período integral começaram a apresentar sintomas como dor de cabeça, diarreia e vômito após ingerir a refeição servida na instituição. A principal reclamação é sobre o feijão enlatado.
Um dos casos mais recentes ocorreu nessa segunda-feira. A filha de 8 anos da doméstica Maria Rodrigues da Cruz, 42, teve dor de barriga após comer a merenda oferecida pela escola. Uma funcionária ligou para a mãe, para que ela buscasse a garota.
“Minha menina relatou ter comido sopa de feijão. Ficou fraca e não estava se sentindo bem. No caminho de volta para casa, ela vomitou e só quis ficar deitada o dia inteiro”, conta Maria.
Ainda segundo a mulher, essa não foi a primeira vez que a criança passou mal após se alimentar na escola. “Já reclamou outros dias. Com frequência, ela fala sobre dor no estômago e revelou não gostar do feijão em lata servido pela cozinha. Muito chato. Queremos saber o que está ocorrendo”, acrescentou.
A camareira Marinalva da Silva Fonseca, 45 anos, tem dois filhos matriculados no colégio e passou pela mesma situação. Para ela, o problema é antigo. “Tenho uma menina de 6 no 1º ano e um garoto de 9 no 4º período. Eles já até desistiram de comer na escola. Vira e mexe, sou chamada para ir lá buscá-los porque estão com dores”, comentou.
“Fiz alguns testes e até os deixei sem leite, mas notei que o problema não era com a alimentação em casa. Fico cheia de dó e não sei como fazer, pois eles precisam comer.”
Marinalva relatou que um grupo de pais se mobilizou e visitou a cozinha da Escola Parque 303/304 Norte na manhã desta quarta (9/5). “Está tudo em ordem. Aparentemente, não constataram nenhuma irregularidade, mas bactéria a gente não vê, né? Buscamos uma justificativa para o problema recorrente. Esse feijão deve ser indigesto e pesado para essas crianças. Não tem outro motivo”, completou.
O problema também levou o desempregado Heberton Martins de Souza, 34 anos, a falar sobre o caso do filho no grupo de pais. “Me veio a lembrança da semana retrasada, quando ele ficou uma semana de atestado. Levamos ao hospital e o resultado apontou uma inflamação no intestino conhecida como adenite mesentérica. Nós pensamos que era apendicite, pois os sintomas são os mesmos. Muito preocupante”, afirmou o pai.
Outro lado
Em nota, a Secretaria de Educação (SEE) informou não ter sido notificada sobre nenhum problema de saúde com estudantes da Escola Parque 303/304 Norte, tampouco a respeito de qualquer questão relacionada com a merenda oferecida na instituição de ensino.
“Após o surgimento de boatos em um grupo de rede social sobre a alimentação servida na unidade, alguns pais visitaram a cozinha, na manhã desta quarta-feira (9), para conhecer o ambiente e esclarecer as dúvidas sobre a alimentação oferecida aos 700 alunos. Na ocasião, puderam constatar que as denúncias não procediam”, esclarece a pasta.
A SEE afirmou ainda que no cardápio desta semana foram servidos alimentos como macarrão, peito de frango, legumes, feijão, arroz e batata, além de salada e frutas. “Ressalta-se que o feijão servido não tem conservantes e trata-se de uma fonte rica em proteína vegetal.”
A pasta acrescentou que os cardápios das escolas da rede pública do Distrito Federal são elaborados por uma equipe técnica de nutricionistas, atendendo a resoluções do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) – como a Resolução CD/FNDE n° 26, de 17 de junho de 2013, a qual dispõe sobre o provimento de alimentos para estudantes no âmbito do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE).